sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Carta ao coronel | resultados

A hora dos resultados chegou.
Volto agradecer aos autores que aceitaram este desafio e aos participantes que deixaram as suas pinceladas e votaram durante estes dias. No entanto, caros amigos, não esperava um empate... e como em caso de empate sou eu que tenho a palavra... decido que não há um, mas sim dois premiados. :)
Parabéns aos quatro, em especial aos dois vencedores!
E sem mais demoras, deixo-vos com os resultados e com o nome dos autores, pois bem sei que estão curiosos para os "conhecer"!

1º lugar - com 5 votos
Carta ao coronel 2
Autor: Fernando Pessoa
Blogue: O Blog dos 5 Pês
http://oblogdos5pes.blogspot.com/

Carta ao coronel 4
Autor: Carteiro
Blogue: Selos Difusos
http://selosdifusos.blogspot.com/

2º lugar - com 4 votos
Carta ao coronel 1
Autora: Su
Blogue:Teia de Ariana
http://teiadeariana.blogspot.com/

3º lugar - com 3 votos
Carta ao coronel 3
Autora: Teté
Blogue: Quiproquó
http://pequenoquiproquo.blogspot.com/

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Nota: Os vencedores serão contactados para receber os respectivos prémios.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Festival P/Artes

Festival P/Artes"Vai decorrer nos dias 7 e 8 de Dezembro o «FESTIVAL P/ARTES – ALGARVE 2007» uma organização do Terminal Studios e da Direcção Regional do Algarve do IPJ - I.P.
Este Festival, pioneiro no país, será uma mostra colectiva de várias áreas artísticas e a sua propagação na formação e captação de novos públicos, vai desenvolver um programa de actividades com especial incidência nas áreas da BD , Cartoon, Caricatura, Ilustração, Vídeo, Música e Artes Performativas.
Durante 2 dias, vários "artistas" de todo o país, apresentam e divulgam o seu "trabalho artístico".
Do diversificado programa chamamos, desde já, a atenção para os ateliers dirigidos aos mais jovens, para a Feira de Artesanato, Livros 2ª BDmão e Mostra de Fanzines , actividades de participação gratuita mas sujeitas a marcação prévia.
As actividades vão decorrer entre espaço da entrada principal e a sala de exposições da Direcção Regional do Algarve do IPJ, entre as 14h00 e as 20h30.
O Programa detalhado com actualização da lista de participantes no «FESTIVAL P/ARTES – ALGARVE 2007» pode ser consultado no site
www.drmakete.com
Para mais informações e inscrições, deverão os interessados contactar a Direcção Regional do Algarve do Instituto Português da Juventude, na Rua da PSP - Faro (junto à Alameda), telefone 289891820 ou e-mail ipj.faro@ipj.pt
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CONVITE
p/ artistas e editores interessados em participar nas exposições ou na Feira de Fanzines, Livros 2ªBDmão e Artesanato...
Ainda é possível participar no evento..., apressem-se a contactar a organizaçao ou fazer pré-inscrição!!

p/ participar na "Banda Sonora", os músicos e as bandas devem enviar o link do vosso projecto no "myspace".
Depois entraremos em contacto convosco para mais detalhes.
(Também aceitamos sugestão de projectos musicais de quem não for músico...).
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PRAZOS
até 30 Novembro
» envio de trabalhos p/ exposição e inscrição nas actividades.

até 3 Dezembro
» envio de músicas para a Banda Sonora.
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Outros contactos:
Fernando Madeira
terminalstudios@gmail.com
"

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Carta ao coronel | início da votação

Ao longo da semana foram publicadas 4 cartas, de 4 autores.
Hoje coloco o sistema de votação online para a escolha da melhor carta ao coronel. Conto com a participação de todos que por aqui passam, até ao dia 30 de Novembro, às 19h00.
Agradeço, mais uma vez, aos autores. Boa sorte aos quatro, pois estão todos de parabéns!

Ah! Informo que em caso de empate, deixarei de estar isenta.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Carta ao coronel | 4

"Rios Perdidos, 26 de Novembro de 2007

Meu Coronel,

Espero que estas palavras o encontrem com saúde e com toda a boa disposição que sempre lhe conheci. Eu por cá vou andando, com toda a saúde e alegria de poder estar com a minha Alice, coisa que o meu Coronel bem percebe depois de todas as dificuldades dos tempos passados.
Muitos anos passaram desde aquela noite que mudou para sempre grande parte do que fomos até então. Mas há coisas que nunca mudam, como os Outonos e a forma como eles sempre trataram o meu Coronel. É esse o motivo destas palavras, pois muito me agradaria descobrir que o sabor dos anos pode transformar em açúcar os frascos de amargura que jamais serão conhecidos por terceiros. E uma vez que estes não voltam a ser precisos ao mundo, poderiam transformar-se em algo bom e útil a todos. Ou pelo menos assim o sonho e o espero. E bem sabemos que esperanças e sonhos sempre foram a maior armadura do meu Coronel.
Talvez, na leitura destas palavras, as folhas secas de mais um Outono passado já tenham desaparecido. Que passe por nós um novo Inverno, pois conhecemos a lareira adequada a cada um dos frios.
Por cá fico a aguardar palavras do meu Coronel, antes do nascer de novas folhas.
Um abraço deste que foi, um dia, apenas soldado,

E. G."
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Autor: Carteiro

Blogue: Selos Difusos http://selosdifusos.blogspot.com/

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Carta ao coronel | 3

“Caro Coronel:

Serve a presente carta para o informar que deverá contactar urgentemente a nossa empresa de advocacia, através dos endereços ou telefones patentes no cabeçalho com o nosso timbre.

Compete-nos também indicar que Dona Elena Alonzo, a nossa cliente, lhe concedeu um legado significativo de 150 mil euros, por ter literalmente salvo a vida do seu filho, José Alonzo, soldado sobre as suas ordens, em tempo de guerra.

Lamentamos só tardiamente conseguirmos encontrar o seu paradeiro – a nossa cliente faleceu em Maio de 2005 - mas como possivelmente imagina, a burocracia instalada no seu e em muitos outros países, da América Latina e também da Europa, dificultou imenso a tarefa de o localizar.

Gratos pela atenção dispensada, na perspectiva das suas notícias, subscrevemo-nos

Atentamente

Mário Clemente
(advogado)

ANEXOS:
1 – Dados inerentes à sua conta no Santander;
2 – Registos dos saldos bancários da referida conta, com os respectivos juros, desde Junho de 2005;
3 – Carta escrita pelo punho da própria Dona Elena, alguns dias antes de morrer.”
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Autora: Teté
Blogue: Quiproquó http://pequenoquiproquo.blogspot.com/

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Carta ao coronel | 2

“Macondo, 30 de Julho

Coronel,

Escrevo-lhe desta terra maravilhosa que ainda resiste à guerra, desde que ela se instalou indefinidamente na nossa pátria. Certo de que há muito que não dou notícias, quero pedir desculpa e dizer-lhe que a sua casa está à minha guarda pessoal. Todos saíram daqui. Restam 3 soldados e um deles está coxo. Foi ficando sem esperança de que alguém do exército o viesse buscar para regressar. O comboio fez a última viagem no início do ano e desde então só recebemos por barco, e uma vez por mês, mantimentos (muito poucos aliás) para esse tempo.

Devo dizer que o capitão tem a sua fama em muito boa cotação. Eu sei que somos poucos, mas eu ainda conto. Eu admiro-o e limpo o seu quadro todos os dias de manhã. Tal qual faço a minha limpeza diária. E depois o pó não tem ajudado. O deserto tem avançado sobre a cidade e a poeira é cada vez mais insuportável.

Escrevo-lhe para mostrar o meu apreço pelo facto de a sua esposa ter descoberto que o senhor tem um filho bastardo. Não sei como ela terá reagido ao saber, mas queria deixar a minha consideração ao nosso capitão que nunca deixará o de ser. Temos pedido o fim da guerra a deus, para que possamos um dia estar aos seus comandos uma vez mais.

O seu filho
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Autor:
Fernando Pessoa
Blogue: O Blog dos 5 Pês http://oblogdos5pes.blogspot.com/

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Carta ao coronel | 1

"Não há mar à minha beira. Nem escuto os gritos solitários das gaivotas que assaltam as ondas. Imagino-as. Tal como imagino o assalto solitário destas minhas palavras não abandonadas num papel qualquer, enrolado e fechado numa garrafa, que iria atirar ao mar. Não naufrago as minhas palavras porque não há mar à minha beira. Assim, não há mensagem na garrafa. Não há quem a atire e não há quem a receba, no sobressalto dourado de um final de tarde, à beira-mar.
Mas escrevo-te. Não é que tenha alguma coisa para te dar. Para além de mim mesma.
Não tenho nada para procurar porque nunca encontro nada do que eu quero. Outra vez, para além de mim mesma.
Sou o corpo materializado das palavras que navegam dentro de mim e se lançam em pontes virtuais, até ti, aquele que me lê. Aquele que, assim, me recebe. É nesta possível carta que te escrevo, que te acompanho, que me te dou. Não te peço nada. Apenas que me leves. Me tomes como a companhia indiscreta que, discretamente, se aproxima da tua consciência e que te diz que vale a pena sempre esperar. Como nunca sabemos aquilo que ainda não foi feito, o outro dia ser-nos-á, sempre, entregue como a eterna novidade das nossas vidas. Portanto, é válida a espera.
Assim como o que eu te escrevo."

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Autora: Su
Blogue: Teia de Ariana http://teiadeariana.blogspot.com/

domingo, 18 de novembro de 2007

Carta ao coronel

Portugal, 18 de Novembro de 2007

Boa noite coronel,

Enquanto que os meus dedos dedilham estas palavras, os meus pensamentos desejam encontrar-lhe a si e à sua esposa no pleno da vossa saúde física e mental.
Bem sei que estas minhas palavras não são as que esperava receber. Lamento que ao lê-las o seu rosto esmoreça com tamanha tristeza. Só que estas são as palavras que tenho e são estas palavras que vos enviarei.
Provavelmente o vosso galo até ganhou o bendito combate e provavelmente com a tamanha riqueza, que daí proveio o coronel até deixou de ir ao cais todas as sextas-feiras... O que considerando essa hipótese, as minhas palavras podem não chegar até si... Seria lamentável, pois mesmo não acrescentando nada à sua vida, gostaria de acreditar que não as escrevi em vão.
Coronel permita-me ainda dizer-lhe que admiro a sua coragem e determinação perante tanta adversidade e maleita. A desfaçatez da sua personagem ficará para sempre nos jardins da minha memória.
Um abraço sincero
tonsdeazul

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Nota: Esta carta assinala a abertura do desafio e não irá a votos.

Agradeço aos participantes e amanhã iniciarei a publicação das cartas a concurso. Até lá.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Escrevam ao Coronel

Ainda a respeito da "pintura" anterior... gostaria de lançar um novo desafio a todos os que visitam o tons de azul.
Como eu gosto de escrever e ainda mais de ler, todos os motivos são um pretexto válido para satisfazer este meu vício. Assim, desafio-vos a escrever uma carta ao coronel.
Até ao final desta semana, ou seja até domingo, aguardarei na minha caixa de correio por uma carta original (máximo de 230 palavras), que deve conter o nome do autor ou pseudónimo e nome do blogue (caso exista). Atenção as cartas devem permanecer anónimas até à divulgação do vencedor/a.
Na semana seguinte publicarei todas as cartas por ordem de entrada. A votação será feita, mais uma vez, via online e o/a vencedor/a receberá um prémio azulado.
Conto com a vossa participação! Por isso, deixem a preguiça de lado e coloquem essa massa pensante a trabalhar. Beijos, abraços e até breve!

sábado, 10 de novembro de 2007

"Ninguém Escreve ao Coronel"

Ninguém Escreve ao CoronelNo mês passado não consegui deixar aqui nenhum registo de pinceladas na escrita. Novembro entretanto já por aqui anda e sendo assim aproveito para escrever sobre o livro Ninguém escreve ao Coronel de Gabriel García Márquez.
Foi o primeiro livro que li deste autor. Um livro de poucas páginas (106 pp.) e que, de tão delicioso, se lê num ápice.

"Era Outubro. Uma manhã difícil de suportar, mesmo para um homem como ele que já sobrevivera a tantas manhãs como esta. Durante cinquenta e seis anos (...) o coronel não fizera outra coisa senão esperar. Outubro era uma das poucas coisas que chegavam."

(Outubro é mesmo um mês diferente de todos os outros. Até mesmo para um Coronel!)

O livro narra a história de um coronel e da sua mulher que perderam o seu filho. O casal recebeu como herança um galo de combate. Este dá imensa despesa, mas vendido seria uma óptima fonte de rendimento. De dia para dia, começam a viver numa situação cada vez mais miserável e são obrigados a pedir cada vez mais créditos para sobreviverem. No entanto, o coronel continua a ter a sua esperança. E é com essa esperança que sai todas as sextas-feiras em direcção ao ao cais para esperar por uma carta de um governo há muito tempo derrubado. A carta que lhe traria a prometida pensão. Só que todas as sextas-feiras o coronel chega a casa de mãos vazias. Contudo, a sua esperança não desvanece. E assim, o coronel e a sua mulher continuam a dar o pouco alimento que têm para eles... ao galo. Pois o galo, segundo o coronel, dará muito dinheiro... Se vencer no dia do combate...
E o fim não conto, é claro!
Uma história complexa, rica em emoções humanas e de personagens inesquecíveis.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A Casa Grande

Casa Grande em Pinhel
No outro dia fiz uma escapadinha até à aldeia de Cerejo. Tive sorte e fui conhecer também a cidade de Pinhel e a aldeia de Valbom. Lugares estes pertencentes ao distrito da Guarda. Entre conversas e caminhadas, lá me foram contando algumas histórias passadas por aquelas bandas. De regresso a casa houve uma que me ficou no pensamento... A estória da Casa Grande de Pinhel... Dizem que "tem tantas portas e janelas como dias tem o ano". Não confirmo, porque não as contei. O povo conta que se trata de uma obra do Diabo, uma vez que a casa foi edificada num curto espaço de tempo. Muitos afirmam que surgiu do nada.

O certo é que a lenda existe...

"Certo dia de Verão o mestre que dirigia a obra da Casa Grande adoeceu, caindo de cama. Impossibilitado de continuar a obra, o mestre decide mandar chamar um dos seus oficiais explicando-lhe que deveria ir até aos "carrascos", nome dado à pedreira situada numa mata de vegetação a poucos quilómetros de Pinhel, buscar o granito que faltava para continuar as obras da casa. Foi então que, exigindo-lhe segredo, lhe ordenou que com ele levasse um livro e, chegado ao local da pedreira o abrisse, pois desde logo, trabalhadores saídos das páginas o iriam ajudar a levar as pedras para Pinhel e continuar assim a obra. O Homem assim o fez, seguiu viagem com o livro a tiracolo, mas quando ia já perto da Póvoa d'El Rei, a curiosidade atiçou-o e num golpe de coragem abriu o livro, enquanto isso o sol pousava no horizonte. A tentação fora mais forte do que as ordens do mestre. E logo, das páginas do alfarrábio precipitaram-se figuras demoníacas e burlescas, gritando e gesticulando de forma desordenada: "Que queres que façamos?", perguntaram-lhe. Ainda atordoado com os insólitos acontecimentos o oficial de pedreiro apenas se lembrou de mandar cortar os silvados que o rodeavam. Assim foi feito. Diz a lenda que o próprio Diabo, "em carne e osso", comandou os seus diabretes no trabalho. Assustado, o oficial de pedreiro fecha o livro e corre apressadamente para Pinhel sem mais o abrir. No dia seguinte, não houve pedra para continuar a obra. O mestre de obras, entretanto recuperado, ficou furioso com o seu oficial e acabaria ele próprio por se dirigir à pedreira com o livro. Reza a estória que foi o Diabo, em pessoa, que comandou os diabretes, transportando a pedra para obra. E foi assim que a Casa Grande surgiu, levantada pelos operários com a pedra do Diabo e dos seus diabretes."
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Fonte: Vários autores, À Descoberta de Portugal, Selecções do Reader's Digest, 2ª ed., 1989.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A não perder!

BD, Cartoon e Ilustração A Direcção Regional do Algarve do Instituto Português da Juventude junta-se uma vez mais a uma iniciativa que muito me agrada.
Convido-vos a estarem presentes amanhã, dia 8 de Novembro, pelas 21h30 na Galeria de Exposições do IPJ em Faro, para a inauguração da Exposição "banda desenhada+cartoon+ilustração". Os autores são Serafim+Rocha+Phermad+Luís Peres.
A mesma estará patente ao público até dia 10 de Dezembro. Por isso não há desculpas. Apareçam!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

despertar

despertar
Tem os dedos entorpecidos. De mãos esticadas para si, questiona os seus dedos que lhe parecem estranhos.
Não sabe por onde andou. Não sabe há quanto tempo esteve ausente. Nem tão pouco sabe aonde se esqueceu de si.
No cimo da sua mesa, por entre papeis e livros, jaz há muito uma caneta esquecida. Vislumbra-a. Suavemente pega nela, e a medo ensina-a a caminhar por entre os seus desajeitados dedos.
A tinta custa a marcar a folha pautada. Por momentos pára e vagueia nos seus pensamentos. Lentamente retoma a escrita. Apanha as letras soltas que lhe tinham fugido e forma palavras. Forma muitas e muitas palavras. Palavras que já não são escritas para um vazio, nem para um silêncio, mas para um despertar.

Pinturas populares (últimos 30 dias)