sexta-feira, 30 de novembro de 2012

“Un vaso que se vacía”

Fundação José Saramago, Lisboa

«Eu saberei se lido bem com a morte quando chegar a hora. (Ri.) É nesse momento que eu vou saber. Ter uma ideia sobre a morte significa que se está vivo ainda, mas a morte é esse instante em que estavas e já não estás.» José 

«No. O sea, el último día será el último día y tendría miedo si al día siguiente pudiera volver a contarlo. Pero no. Será lo que tenga que ser. Se acaba y punto. Punto. Un vaso que se vacía.» Pilar
José e Pilar - Conversas Inéditas, Miguel Gonçalves Mendes
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Publicação anterior: «Uma simples frase dita que desse a volta ao Mundo» 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

“Uma simples frase dita que desse a volta ao Mundo”

Fundação José Saramago, Lisboa

«Às vezes dou um conselho aos escritores mais jovens, digo-lhes «Não tenhas pressa e não percas tempo». Parece uma contradição, mas não é. «Ah, e isso como se faz?» Pois não ter pressa, não acreditar que qualquer coisa que se faça é genial. E usar o tempo de modo a que um dia possa aquilo que se fez dar uma satisfação tão completa quanto possível.» José 

«Cumplir cada día como si fuera el último o como si fuera el primero. Fíjate qué cosa más banal y más simple. Es que no quiero que me quedan cosas sin hacer hoy, porque no sé si mañana voy estar. Y quiero vivir con toda la ilusión del mundo, como si fuera el primero… Que lo importante de la vida es cumplir cada día, vivirlo, llenarlo.» Pilar 
José e Pilar - Conversas Inéditas, Miguel Gonçalves Mendes
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Publicação anterior: «La tierra es una»

terça-feira, 20 de novembro de 2012

"All That I Wanted"


Quinta-feira é dia de Seasons Tour - Rising : Falling
David Fonseca cá te esperamos em Faro. :)


Numa noite em que o público parecia estar tolhido pelo frio, o David brilhou!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“La tierra es una”

Fundação José Saramago, Lisboa

«Donde é que este gajo saiu, não saiu de parte nenhuma, não se sabe de onde é que este gajo saiu, depois escreve um livro que se chama Levantado do Chão, escreve outro melhor ainda que se chama Memorial do Convento, outro melhor ainda que os outros dois que é O Ano da Morte de Ricardo Reis, e continua a escrever até hoje. Donde é que saiu este filho da puta?» José 

«A veces se crean raíces, pero donde yo esté llevaré siempre unas tijeras para cortar las raíces. Las raíces… cada uno vive en el sitio donde está en ese momento, y las raíces de ese día es el cada día, no estar apegado a los lugares. El mundo es muy grande para apegarse sola y exclusivamente a un lugar.» Pilar
José e Pilar - Conversas Inéditas, Miguel Gonçalves Mendes
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Publicação anterior: «Creo que se vive de amor»

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"transporte de sentidos"

La coleccionista de palabras, Sonja Wimmer, Alemanha

«Assim todas as palavras querem ser tomadas literalmente, caso contrário ganham bolor e tornam-se mentirosas; mas nenhuma pode ser considerada textualmente, sob pena de vermos o mundo transformado num manicómio! Ignoramos que enorme embriaguez emana, como uma obscura recordação, dessa contradição, e chegamos a pensar que todas as coisas que vivemos não passam afinal de fragmentos desagregados e destruídos de um Todo antigo e mal restaurado.»
O Homem Sem Qualidades, Robert Musil


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

“Creo que se vive de amor”

Mural José e Pilar, Lisboa

«Não, morrer de amor, não sei como. Quer dizer, eu posso morrer de amor, uma pessoa pode, enfim, por uma perda da pessoa a quem ama, por exemplo, suicidar-se, a isso chamaria eu morrer de amor. Agora não há nenhuma doença do amor, ou melhor, as doenças do amor são de outra natureza, são o cansaço, são o aborrecimento, são a rotina, essas são as doenças do amor. Agora, morrer de amor? Não sei.» José 

«No. Se puede morir de desgarro, se puede morir de despecho... De eso que hablábamos antes, de perversión, de la perversión de los sentimientos que pueden ir consumiendo, pero el amor es expansivo, lo llena todo. No se puede morir de amor. Creo que se vive de amor.» Pilar
José e Pilar - Conversas Inéditas, Miguel Gonçalves Mendes
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domingo, 4 de novembro de 2012

Kingsbridge, o cenário de duas histórias

Em finais de 2010, a estreia da série foi o pretexto ideal para iniciar a leitura de Os Pilares da Terra de Ken Follett. O contágio foi de tal ordem que deixei-me envolver e embrenhar nas teias daquela história, que tinha como cenário a construção de uma catedral. Tom, o pedreiro, Ellen, o prior Philip, o bispo Waleran, Richard, William, Aliena e Jack são os fios condutores de uma obra apaixonante. Simultaneamente, a série foi seguida passo a passo; por sinal bastante viciante! Os cenários eram fantásticos, a caracterização dos personagens excelente e a história não fugia muito à obra. Até que nos últimos episódios tudo mudou e não pude deixar de sentir um enorme desagrado por terem alterado o rumo dos acontecimentos. Senti-me defraudada, mas pronto tudo passou. A vontade de voltar à cidade de Kingsbridge ficou e por isso foi com entusiasmo que iniciei a sequela de Um Mundo sem Fim

Dois séculos depois, em novembro de 1327, as vidas de quatro crianças irão ditar, ao longo de vários anos, o rumo da história de Um Mundo sem Fim. Os irmãos Merthin e Ralph e as amigas Caris e Gwenda trilham as suas próprias histórias de luta, de coragem, de ambição, de ódio, de vingança e de amor. Pelo meio, outros personagens fazem e desfazem a direção dos acontecimentos, que nos levem para um emaranhado de emoções. Não eram tempos fáceis aqueles… A Europa conheceu La moria grande, que devastou cidades inteiras e Kingsbridge não ficou ilesa de tamanha tragédia. 

A história de ambos os livros falam por si, mas gostaria de salientar a força dos personagens, que nos envolvem e nos abarcam tantos sentimentos. As suas histórias envoltas em fé e determinação tanto enchem-nos de revolta, raiva ou aversão, como de compaixão, de complacência ou de cumplicidade. 

Também aqui Ken Follett soube abrilhantar com detalhe todo o enredo. Tanto Os Pilares da Terra, como Um Mundo sem Fim são duas obras de época extraordinárias que só podem ser lidas em ritmo acelerado, para não se perder nada. Muito embora tenha de dizer que a primeira foi bem mais arrebatadora!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

“Os nossos pés a marcar o destino”

Fundação José Saramago, Lisboa

«Se há um momento na minha vida que é um momento-chave é esse, o momento da decisão: é agora ou nunca que eu vou saber finalmente se sou escritor ou se não sou escritor. E tinha sessenta anos, meu caro.» José

«lo que digo responde a lo que Saramago piensa. ¿Qué podría haber sido dicho de una forma más bella en castellano? Seguramente. Pero, desde luego, que responda más con más precisión y más eficazmente a lo que Saramago está pensando, dudo que haya ninguna otra traducción en el mundo. Porque, claro, estamos todo el día juntos, y sé de qué va la historia. No soy una traductora que vive en China y de repente le llega un original y a ver cómo se lo monta. Autor y traductora vivimos el libro.» Pilar
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Nota: No dia 16 comemora-se o nascimento de José Saramago. Para assinalar essa data, irei publicar durante o mês de novembro, todas as sextas-feiras, algumas confidências partilhadas na obra José e Pilar - Conversas Inéditas de Miguel Gonçalves Mendes.

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