terça-feira, 27 de outubro de 2009

«10.ª Festa do Cinema Francês», em Faro

10.ª Festa do Cinema FrancêsAmanhã, dia 28 de Outubro, chega à cidade de Faro, a 10.ª Festa do Cinema Francês. Depois de ter estado em Lisboa, Almada, Porto e Guimarães é chegada a vez de Faro receber no Teatro das Figuras, de 28 de Outubro a 1 de Novembro, esta festa do cinema francês.
Haverá sessões diárias às 19h30 e 21h45. A entrada é gratuita, mas é necessário levantar o bilhete no local das sessões. O programa poderá ser consultado em http://www.festadocinemafrances.com/.

Dos filmes em cartaz, optei apenas por dois: Pour un instant la liberté, de Arash T. Riahi e Le Premier jour du reste de ta vie, de Rémi Bezançon.
O primeiro narra a vida de dois jovens iranianos, Ali e Merdad, que fogem do Irão e vão à procura de uma vida melhor na Áustria e esperam também conseguir entregar os seus dois primos aos pais que se encontram aí como refugiados.
O segundo filme fala-nos de dias decisivos que marcam e podem mudar a nossa vida. Este conta a história de um casal que tem três filhos e mostra apenas «o primeiro dia do resto da vida de cada um dos membros da família.» E é olhando para estes cinco dias especiais que ficamos a conhecer esta família.

Estes dois filmes (e outros tantos) também irão passar no T.A.G.V. em Coimbra, de 4 a 10 de Novembro, pois esta será a última cidade a receber esta 10.ª festa.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"Sem Destino"

Se tivesse mais tempo gostaria de dedicá-lo aqui, no tonsdeazul. O certo é que o tempo não estica e o pouco que tenho livre é passado, na maior parte das vezes, entre páginas de livros. Claro que depois gostaria de partilhar neste espaço, todos os livros lidos, mas isso também não me é possível. Assim sendo, o mês de Outubro é dedicado ao Nobel de 2002, Imre Kertész.

Sem Destino, de Imre KertészDescobri a escrita deste autor através do seu livro Sem Destino. O Holocausto é um tema que me prende na leitura. Perco a conta aos livros que tenho que retratam esta parte da História.

Em Sem Destino, Kertész podia-nos contar uma história igual a tantas outras, pois ele próprio também esteve nos campos de concentração de Auschwitz e de Buchenwald. O certo é que optou por não contar e é aí que se encontra a diferença desta história. Uma história que nos mostra o outro lado dos campos de concentração. O lado sombrio que nós tantas vezes ouvimos contar não deixa de estar lá, mas o outro sobressai e não nos deixa indiferentes.

Sem Destino conta-nos a história de Köves György, um jovem de quinze anos, que é separado da família e levado para os campos de extermínio de Auschwitz, Buchenwald e Zeitz. Permanece cativo durante um ano e meio e mais parece que esteve por lá uma vida inteira! Quando tudo acaba, o seu corpo mostra-lhe que já não é o de um rapaz de quinze anos e o seu interior o que lhe revela?!
Köves György não considera a sua condição traumática, mas vê-a antes como uma experiência igual a tantas outras. E é através desta perspectiva que ele nos narra o lado bom, e até feliz, da sua vida passada nos campos.

«Pois também lá, entre chaminés, nos intervalos do sofrimento, algo se assemelhava à felicidade. Toda a gente me pergunta só pelas vicissitudes, pelos «horrores»: todavia, no que me diz respeito, é talvez essa a experiência mais memorável. Sim, é disso, da felicidade dos campos de concentração, que eu lhes falarei na próxima vez, quando me perguntarem.
Se é que vão perguntar. E se eu próprio não me tiver esquecido.»

A história é narrada de uma forma suave e até chega a ser doce, e talvez por isso é que se torna tão perturbadora e chocante.
Não conto mais, porque estragaria a essência da descoberta. São 183 páginas que se escapam dos dedos num ápice e que valem bem pena percorrê-las.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

«E preciso da minha lucidez»

Coimbra: Quinta das lágrimas
«Sim, tudo é simples. São os homens que complicam as coisas. Que não nos contem histórias. Que não nos digam do condenado à morte: «Vai pagar a sua dívida à sociedade», mas: «Vai-se-lhe cortar a cabeça.» Isto parece não ser nada. Mas faz uma pequena diferença. E de resto há pessoas que preferem olhar o seu destino nos olhos.»
«Entre o sim e o não», in O Avesso e o Direito, de Albert Camus

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

[ horas de melancolia ]

Jardins de Versalhes
«No Outono caem as folhas das árvores, o céu é cinzento e toda a natureza vai adormecer, como dizem os poetas… […] As tardes eram de luz suave e triste, caía uma chuva leve sobre a fofa poeira da rua, chuva que fazia um sussurro abafado nas folhas amarelas, e tudo se repassava duma tristeza irremediável.»
«O Involuntário», in O Barão, de Branquinho da Fonseca

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