domingo, 30 de março de 2014

11| livrarias e bibliotecas no mundo

Vuković & Runjić em Zagreb, Croácia

Os dias de chuva são ótimos para ficar em casa a relaxar, mas por vezes ficamos também mais nostálgicos... Ora vasculhando as minhas fotos descobri que ainda não tinha falado de uma pequena e aconchegante livraria de Zagreb! A Vuković & Runjić.

Descobri-a enquanto devorava uma fatia de pizza do outro lado da estrada. Como os bancos da pizzaria ficavam virados para a rua, pude apreciá-la calmamente. Nesse dia não cheguei a entrar. Já estava fechada. Só dias mais tarde, quando voltei a entrar em Zagreb e a calcorrear as ruas da cidade, é que voltei à rua Teslina, 16. 

Nesta pequena livraria, fui encontrar um dos meus livros preferidos: Maus de Art Spiegelman. Foi uma pena estar em croata, senão tinha-o trazido para casa. Percorrendo as imensas capas e lombadas, também lá fui encontrar muitos autores que aprecio, como Dostoiévski, Italo Calvino, Orhan Pamuk e Murakami. Mas do que gostei mais de encontrar foi um livro de um autor português. Tri Života de João Tordo. Ou como quem diz As Três Vidas. É sempre um momento radioso!

sexta-feira, 21 de março de 2014

"Chamo-Te"

Poppies, Mariana Kalacheva, Bulgária

«Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio 
E suportar é o tempo mais comprido. 

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade, 
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe. 

Há muitas coisas que não quero ver. 

Peço-Te que sejas o presente. 
Peço-Te que inundes tudo. 
E que o Teu reino antes do tempo venha 
E se derrame sobre a Terra 
Em Primavera feroz precipitado.»
Chamo-te, Sophia de Mello Breyner Andresen
(Dia Mundial da Poesia) 

domingo, 9 de março de 2014

"Faz o que quiseres"

«Mas tu esqueceste tudo excepto o teu nome. E, se não fores capaz de responder, não podes beber. Por isso, só um sonho esquecido que reencontrares aqui te pode ajudar, uma imagem que te conduza até à fonte. Mas para isso terás de esquecer a última coisa que ainda te resta: tu próprio.» 

A História Interminável, de Michael Ende. Esta é uma daquelas histórias de fantasia intensa. Só quando comecei a descobri-la é que me veio à memória partes de um filme de infância que foi baseado nesta história, A História sem Fim. E só já no final do livro me veio à memória a música “Never Ending Story”, de Limahl. Por acaso, algum de vocês viu o filme ou lembra-se da música?

Bastian Baltasar Bux é o herói desta história com histórias dentro. Bastian é um miúdo infeliz, tímido e gorducho que se refugia nas histórias dos livros que lê, porque não tem amigos. Um dia ao entrar na livraria do Sr. Koreander depara-se com um livro misterioso que o atrai de tal forma, que o obriga a sair dali a fugir com o livro escondido. Já refugiado no sótão da escola, Bastian dá início a uma aventura que poderá não ter regresso. O livro que tem entre mãos chama-se A História Interminável e brevemente irá conhecer, tal como nós que estamos a ler o mesmo livro, Atreiú e Fuchur, o Dragão da Sorte. Os heróis desta história vão empreender uma longa e árdua busca para tentar salvar a imperatriz Criança e a terra da Fantasia. Será que Bastian irá ter coragem para fazer parte da história? Será que conseguirá escapar a Fantasia? 

Michael Ende colocou neste livro todos os ingredientes possíveis e imaginários. Há paisagens completamente impossíveis de imaginar, personagens e criaturas fantásticas, feiticeiras e encantamentos, portas mágicas e outros mundos e tudo o mais que a nossa imaginação possa alcançar. 

Numa história aparentemente para crianças, o autor mostra-nos o quão importante é o valor da amizade e o quanto tudo o que aparentemente fazemos sem maldade pode ter consequências na nossa vida, tanto para o bem, como para o mal. Como é importante saber valorizar-nos e gostarmos de nós tal como somos, não nos anulando. Fala-nos de vontades, desejos e escolhas. De caminhos a seguir e do livre arbítrio. Do cair no vazio e no nada, que pode não ter salvação possível. Mas acima de tudo o autor dá-nos esperança. 

«- AURIN é a porta que Bastian procurava. Trouxe-a sempre consigo desde o princípio. Mas nada do que pertence a Fantasia pode passar a soleira dessa porta, pois as serpentes não o consentem. Por isso, Bastian tem de renunciar a tudo o que a imperatriz Criança lhe deu.»

Pinturas populares (últimos 30 dias)