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segunda-feira, 3 de julho de 2017

"Um planeta resiliente 2"

Para quem não teve oportunidade de visitar a exposição em Lagos, inaugura esta sexta-feira, dia 07 de julho, às 21h00, a exposição "Um planeta resiliente 2 - fragmentos com humor de um planeta não muito distante" da autoria de phermad

A Instalação vai estar patente até 28 de julho, na galeria de exposições do Instituto Português de Desporto e Juventude, em Faro. 

Esta é composta por uma seleção de cartoons, caricaturas, BD e outros "devaneios criativos" e é definitivamente a maior exposição realizada por phermad, que já conta com 20 anos de "bonecada". 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

"Um planeta resiliente"



Inaugura amanhã, dia 24 de fevereiro, às 18h30, a exposição "Um planeta resiliente - fragmentos com humor de um planeta não muito distante" da autoria de phermad

A mostra, que irá estar patente até 30 de abril, na Galeria LAR, em Lagos, é composta por uma seleção de cartoons, caricaturas, BD e outros "devaneios criativos".

Esta é definitivamente a maior exposição realizada por phermad, que já conta com 20 anos de "bonecada". São mais de 50 desenhos em cada parede, mais de 200 em toda a sala e muitos ainda a brotar!

Segundo o autor, a entrada para esta exposição "não é aconselhada a menores, nem a adultos com pouco sentido de humor".

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Escuta, amor


Ilustração: phermad

"Quando damos as mãos, somos um barco feito de oceano, a agitar-se sobre as ondas, mas ancorado ao oceano pelo próprio oceano. Pode estar toda a espécie de tempo, o céu pode estar limpo, verão e vozes de crianças, o céu pode segurar nuvens e chumbo, nevoeiro ou madrugada, pode ser de noite, mas, sempre que damos as mãos, transformamo-nos na mesma matéria do mundo.

Tu és tudo aquilo que sei. Mesmo quando não estavas lá, mesmo quando eu não estava lá, aprendíamos o suficiente para o instante em que nos encontrámos. 

Aquilo que existe dentro de mim e dentro de ti, existe também à nossa volta quando estamos juntos. E agora estamos sempre juntos. O meu rosto e o teu rosto, fotografados imperfeitamente, são moldados pelas noites metafóricas e pelas manhãs metafóricas. Talvez outras pessoas chamem entendimento a essa certeza, mas eu e tu não sabemos se existem outras pessoas no mundo. Eu e tu declarámos o fim de todas as fronteiras e inseparámo-nos. Agora, somos uma única rocha, uma única montanha, somos uma gota que cai eternamente do céu, somos um fruto, somos uma casa, um mundo completo. 

Questiono os gestos mais simples, escrever este texto, tentar dizer aquilo que foge às palavras e que, no entanto, precisa delas para existir com a forma de palavras. Mas eu questiono, pergunto-me, será que são necessárias as palavras? Eu sei que entendes o que não sei dizer. Repito: eu sei que entendes o que não sei dizer. Essa certeza é feita de vento. Eu e tu somos esse vento. Não apenas um pedaço do vento dentro do vento, somos o vento todo. 

Escuta, 
ouve. 
Amor. 
Amor." 
In Abraço, de José Luís Peixoto

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

«The great journey of an invisible ant»



É oficial! A curta-metragem «The great journey of an invisible ant» de Fernando Madeira (realização) e Igor Arrais (música) está a votos para o Super 9 Mobile Film Fest.

Se gostarem do filme, votem aqui! :)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Terminal Studios | Orquestra do Algarve




Quando a ilustração e a música se juntam...
Tenho vindo a partilhar nas Pinceladas do sentir ilustrações musicais. Hoje aproveito para pincelar sobre o projecto e sobre os artistas.

A Orquestra do Algarve, na temporada 2010/2011, apostou numa parceria com o TERMINAL STUDIOS - Núcleo de Banda Desenhada e Animação do Algarve. Assim, de Outubro de 2010 a Agosto de 2011, «designers e ilustradores da região do Algarve vão contribuir para consolidar a imagem dos meios de divulgação da OA, divulgando não apenas as suas actividades, mas também promovendo talentos na área da ilustração da região algarvia».

Outubro - Violino
Filipe Coelho é formado em Design de Comunicação. A sua área de interesse foca-se no design gráfico e, em particular, na ilustração. Participa em projectos e fanzines, destaca-se as edições Zona e as várias iniciativas do Terminal Studios.

Novembro, 2010 - Flauta

Catarina Guerreiro
é licenciada em Artes Visuais. Para além de já ter colaborado com alguns trabalhos nas iniciativas do Terminal Studios, também já participou nos fanzines Kzine e Zona. Realizou ilustrações para o livro infantil Histórias da Ajudaris 1 e 2, sem esquecer os seus projectos pessoais, entre eles Luminus Fantasia, fanzine que desenvolve em conjunto com mais duas colegas do Grupo Luminus Box.

Dezembro, 2010 - Violoncelo

Tiago da Silva
é ilustrador freelancer. Produz ilustrações para diversas áreas, tais como editorial, publicidade, videojogos, storybords, banda desenhada e entre outras. Foi vencedor do prémio Cartoon no Concurso Internacional da Amadora 2005 e o seu trabalho já foi reconhecido em diversas publicações.

Janeiro, 2011 - Oboé
Phermad é designer e ilustrador. Coordena e participa em exposições e festivais; é orientador em diversos cursos e workshops; participa na dinamização de espaços públicos, colaborando com vários projectos editoriais. Foi vencedor de alguns concursos nacionais e internacionais em BD, cartoon, ilustração, animação e design.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Cinco anos a pintar em...

ilustração: phermad

O tonsdeazul hoje está de parabéns. Tem uma mão cheia de anos!

Este ano já pintei mais do que nos anos anteriores. Deve ser um sinal de que irei continuar por aqui por mais uns tempos. ^.^
Como o ano está a chegar ao fim, vou aproveitar, mais uma vez, o aniversário do tonsdeazul para vos falar de pequenos momentos que marcaram o ano de 2010.

Deixei de conhecer virtualmente a minha amiga Teté. Agora conheço-a mesmo em pessoa. A oportunidade surgiu e pronto, conheci uma mulher fantástica, que é tudo aquilo que mostra ser no seu
blogue e muito mais. Para ti, muitos beijinhos. ^.^

Vi menos cinema este ano, mas registo três filmes que valeram realmente todos os minutos.

Toy Story 3 de Lee Unkrich. Fiquei rendida a estes personagens. Agora tenho mesmo de ver os dois anteriores, porque confesso que apesar de adorar filmes de animação, estes nunca me tinham convencido.
O Segredo de Seus Olhos de Juan José Campanella. Tinha votado no francês, Um Profeta de Jacques Audiard, como melhor filme estrangeiro, mas depois de ver este argentino mudei claramente de ideias. Simplesmente brilhante! Daqueles filmes que nos deixam sem palavras. Depois de sairmos da sala de cinema, ficamos longos minutos a digerir todas as emoções e pensamentos.
O Amor é Melhor a Dois de Dominique Farrugia e Arnaud Lemort. Uma excelente comédia romântica, que tive a oportunidade de assistir na 11ª Festa do Cinema Francês. Cada pessoa tem a sua forma de sonhar com o encontro perfeito, com o momento em que vai encontrar a tal pessoa… Maravilhoso!

Concertos
foram alguns, mas destaco dois como os que tocaram cá dentro. O terceiro dia do Alive, com
Pearl Jam e o concerto de Rodrigo Leão & Cinema Ensemble.
Uma música que marcou o meu Verão e fará parte dos meus dias azuis: Estrela do Mar de Jorge Palma.

Quanto a teatro aconselho mesmo a peça O Senhor Puntila e o Seu Criado Matti de Bertolt Brecht, que ainda está em cena até 30 de Janeiro de 2011. É divinal! O Miguel Guilherme é do melhor, não retirando mérito aos outros actores. Os cenários estão muito bons e a composição musical ajuda abrilhantar o que já está brilhante.

Finalmente chego aos livros. 102 livros lidos este ano. 47 lusófonos e 55 estrangeiros. Tal como o ano passado, não foi fácil fazer uma selecção. Daí optei por dividi-los em categorias.
Literatura Lusófona:
- O ano da morte de Ricardo Reis de José Saramago
- o remorso de baltazar serapião de valter hugo mãe
- A Capital de Eça de Queirós
- Livro de José Luís Peixoto
- O Evangelho do Enforcado de David Soares

- As mais belas coisas do mundo de Valter Hugo Mãe (livro infantil)
Não menos importantes, refiro ainda: O Dia dos Prodígios de Lídia Jorge, O Alienista de Machado de Assis, As Aventuras de João Sem Medo de José Gomes Ferreira, Parábola do Cágado Velho de Pepetela, Os Livros Que Devoraram o Meu Pai de Afonso Cruz, O Sétimo Véu de Rosa Lobato de Faria e O Fio das Missangas de Mia Couto.
Literatura Estrangeira:
- Crime e Castigo de Fiódor Dostoievski
- A Quinta dos Animais de George Orwell
- O Deus das Moscas de William Golding
- Os Irmãos Tanner de Robert Walser
- A Papisa Joana de Donna Woolfolk Cross
Também não menos importantes: Desgraça de J. M. Coetzee, A Mancha Humana de Philip Roth, O Monte dos Vendavais de Emily Brontë, Siddhartha de Hermann Hesse, O Físico de Noah Gordon, Revolutionary Road de Richard Yates e Os Filhos da Meia-Noite de Salman Rushdie.
Poesia:
- Eneida de Virgílio
- a verdade dói e pode estar errada de João Negreiros

- Quando fui outro de Fernando Pessoa (Antologia da autoria de Luiz Ruffato)
- Há Prendisajens com o Xão de Ondjaki
- Raiz de Orvalho e Outros Poemas de Mia Couto
Não este ano não me esqueci da poesia, Nelson! ^.^
Para trás ficaram muitos outros, mas destes 102 não houve assim nenhum mau ou algum que tivesse sido colocado de lado. Houve sim algumas histórias que me souberam a pouco, mas apenas por esperar um pouco mais do que aquilo que encontrei.

Termino com beijinhos e abraços.
________________
Adenda: Havia dois prémios azulados a entregar. Estes não foram mencionados aqui ontem, porque a tons de azul considera que ao mencioná-los retirava toda a espontaneidade a quem por aqui passasse. Assim agradeço a todos os que visitam o tonsdeazul e a todos os que pincelaram. Hoje informo que os dois felizes contemplados foram o Menphis e a N. Martins. Parabéns e aguardo um contacto vosso para poder enviar os prémios. ^.^

sábado, 9 de outubro de 2010

O guardador de sonhos

ilustração: phermad

Ainda não sei bem o que vos vou contar… Caminho sozinho no infinito azul há milhares de anos. Sinto-me como um prisioneiro dos sonhos. Talvez por isso me chamem o guardador de sonhos! Dizem por aí que guardo os sonhos do mundo! Sonhos que chegam até mim de todos os tamanhos e feitios. Sonhos que carregam a fé dos Homens. Sonhos que não estão em mim, porque não me pertencem. Sim, talvez seja um guardador de sonhos! No entanto, entristece-me saber que guardo os sonhos do mundo, mas não me posso permitir sonhar.

Dizem que existo, porque eles lá em baixo não se cansam de sonhar. Sonham, sonham e sonham! Sonham despertos e enquanto dormem. São uns sonhadores famintos!
Os meus dias são uma correria desenfreada, pois os sonhos não me dão o divino descanso! Estão sempre a chegar. Talvez não saibam, mas os sonhos são pedaços de Céu. Pedaços de Céu que eu cuidadosamente coloco neste infinito azul incompleto. E digo incompleto, porque por vezes chega o dia em que os sonhos deixam de ser sonhos. Nesse dia, pedaços de Céu soltam-se, entram em negras nuvens e descem à Terra sob a forma de pingos de chuva.
Nesse dia, enquanto os pingos de chuva se deixam cair, observo os sonhadores a escapar aos seus sonhos. Tapam-se da cabeça aos pés. Abrem objectos estranhos para se protegerem. Correm. Tssss… São uns cegos! Apenas os chamados tolos se deixam alimentar por eles.
Ah! Lamento, mas por agora não vos posso contar mais, pois a mim, apenas me chamam o guardador de sonhos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Memórias de uma procura

Memórias de uma procurailustração: phermad

Procura algo na imensidão da noite.
Algo que dê novo alento à sua vida
Monótona, triste e desinteressante.
Não encontra.
Presa nas suas memórias,
Percorre os flashes de outros tempos passados.
Onde, entre abraços e beijos,
O seu mundo era outro.
Mais feliz e sem sombras.
Sombras,
Que assolam agora o seu caminho.
O seu mundo parece fechar-se cada vez mais.
À medida que as horas vão correndo sem destino,
Dá consigo num quarto vazio.
Olha as suas paredes nuas
E nos seus reflexos encontra a imagem
De um ser perdido,
Sem lugar para onde ir,
Por não querer fugir.
Os pensamentos vão passando,
Sem vontade de parar.
Os minutos vão virando horas,
No enorme relógio de parede.
O dia que era hoje, já não é.
Assim como o mundo que outrora lhe fazia feliz,
Lhe aprisiona agora, entre paredes,
De solidão e tristeza.
Um quarto sem janelas,
Onde dia após dia, se encerra
Viajando pelas sombras das suas memórias.

domingo, 15 de março de 2009

«A Perfeição»

A Perfeição ilustração: Anoni Moss

«Sete anos, sete imensos anos, iam passados desde que o raio fulgente de Júpiter fendera a sua nave de alta proa vermelha, e ele, agarrado ao mastro e à carena, trambolhara na braveza mugidora das espumas sombrias, durante nove dias, durante nove noites, até que boiara em águas mais calmas, e tocara as areias daquela ilha onde Calipso, a deusa radiosa, o recolhera e o amara!
[…]
Ulisses recuou, com um brado magnífico:
- Oh deusa, o irreparável e supremo mal está na tua perfeição!
E, através da vaga, fugiu, trepou sofregamente à jangada, soltou a vela, fendeu o mar, partiu para os trabalhos, para as tormentas, para as misérias – para a delícia das coisas imperfeitas!»
«A Perfeição», in Contos, de Eça de Queirós

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Lua que estás lon-ge...

ALPTEALPM: USSN!Preferias que cantasse noutro tom
Que te pintasse o mundo de outra cor
Que te pusesse aos pés um mundo bom
Que te jurasse amor, o eterno amor

Querias que roubasse ao sete estrelo
A luz que te iluminasse o olhar
Embalar-te nas ondas com desvelo
Levar-te até à lua para dançar

Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Ou então, se preferires, fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres

Talvez até pudesse dar-te mais
Que tudo o que tu possas desejar
Não te debruces tanto que ainda cais
Não sei se me estás a acompanhar



Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Ou então, se preferires, fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres

Podia, se quisesses, explicar-te
Sem pressa, tranquila, devagar
E pondo, claro está, modéstia à parte
Uma ou duas coisas, se calhar

Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre, se quiseres
Ou então, se preferires, fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres


Rádio Macau, Cantiga de Amor
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ilustração: phermad

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Porque anda o teu olhar sem olhar?


Perguntas-me porque anda o meu olhar sem olhar

E eu te respondo que não sei…
Não sei, porque o meu olhar não me responde.
O meu olhar já não vê,
Porque já não sente e já não chora.

Perguntas-me porque anda o meu olhar sem olhar
E eu te respondo que não sei…
Não sei, porque o meu olhar não me responde.
No meu olhar agora apenas reside o silêncio.
O silêncio de um olhar que se fechou,
Porque os dias deixaram de ser coloridos e quentes.
E porque as noites passaram a ser sombrias e frias.
No meu olhar agora tudo é vazio e solidão.
Tudo é um pálido arco-íris...

Perguntas-me porque anda o meu olhar sem olhar
E eu te respondo que não sei…
Não sei, porque o meu olhar não me responde.
O meu olhar é tristeza e é dor.
Em tempos foi mar e céu.
Agora é deserto e terra.

Perguntas-me porque anda o meu olhar sem olhar
E eu (em silêncio) te respondo apenas que não sei…

ilustração: phermad
_________________
Nota: Este Olhar não está a concurso, mas marca o início do desafio.

Agradeço aos participantes, por terem aceite mais este desafio e amanhã iniciarei a publicação dos poemas a concurso. Beijos e abraços!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Noite de Natal Azul

Noite de Natal Azul Ilustração: phermad

Dezembro. Estava uma noite de gelo. Na aldeia fazia muito frio naquela altura do ano. Dentro de casa reinava uma agitação fora do normal. A mãe preparava o bacalhau e as couves para a ceia. Na mesa já se encontravam os mexidos, a aletria, as rabanadas, as sopas secas e os sonhos. O pai nada chegado às lides da cozinha, encontrava-se sentado, com o seu ar abstraído, num pequeno banco de madeira. O mano velho desafiava o puto a brincar às escondidas na fábrica de algodão, que ficava colada à casa da avó e "suja" (era assim que a avó lhe chamava) tentava também fazer parte das brincadeiras.
O tio Tónio entra pela casa com o bolo rei na mão. Logo atrás chegam mais tios e tias, primos e primas. A avó coloca mais um canhoto no forno a lenha.
A mesa enche-se de conversas e gargalhadas. Ao longe ouve-se o sino da igreja. Era quase meia-noite. "Suja" olha para a janela e sorri. O seu Pai Natal azul acabava de chegar. Sim o Pai Natal de "suja" entrava pela porta da cozinha e chegava vestido de azul. E quando ele entrava com o seu saco azul cheio de prendas, "suja" batia palmas de tanto entusiasmo. E nessa noite adormecia junto à árvore de natal, de largo sorriso no rosto.
________________
Um Natal em tons de azul para todos!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Nem tudo começa assim

Nem tudo começa assim
Dois anos voaram. 730 dias extinguiram-se. Dia após dia, semana após semana e mês após mês foram nascendo e morrendo, morrendo e nascendo. Deslizando até um passado que já não é um presente, nem ainda um futuro.
16 de Dezembro de 2005. Nem tudo começa assim. De um nada, de um vazio.
Um vazio, que na sua escuridão, procura pintar os seus tons de azul.
Os tons de azul das suas manhãs e do seu mar, das suas palavras e do seu olhar.
Os tons das muitas e muitas outras cores, que sempre tingiu de tons de azul.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Palavras

Palavras ilustração: phermad

Palavras escritas.
Palavras pensadas.
Palavras sentidas.
Palavras perdidas.
Palavras doentias.
Palavras enlouquecidas.
Apenas palavras.
Palavras vazias,
Que o vento cobarde e fugidio,
Um dia ao amanhecer levou.
Vento que já não sopras.
Riso que te escondes.
Loucura que teimas em chegar.
Noites que aguardam o silêncio.
Pensamentos tardios que ainda esperam.
Dedos trémulos que rascunham palavras.
Apenas palavras.
Palavras vazias,
Que escrevem para o esquecimento.
Apenas palavras.
Palavras vazias,
Que escrevem para o nada.
Apenas palavras.
Palavras vazias,
Que se perdem no vazio.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

(Des)concerto

ilustração: Anoni Moss

O caos dos pensamentos, das palavras, das ideias, daquilo em que ainda acreditavam entranhou-se nos seus sentidos. O silêncio chegou.
Estavam demasiadamente perdidos e confusos.
Partiram. Deambularam horas e horas por entre sombras.
Não podiam continuar a mentir para si próprios! Só que nada neles fazia sentido! A desarrumação era completa. Não sabiam como agir.
Não queriam pensar. Não queriam falar.
O silêncio chegou.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Eram anjos. Tinham asas.

Eram anjos. Tinham asas. ilustração: dr. makete

Eram anjos. Os seus rostos serenos espelhavam brancura. Voavam. Deambulavam por entre ausências. As suas mãos a dor puxavam. A dor arrancavam. A dor levavam ao esquecimento. Eram anjos. Os seus pés caminhavam em algodão branco. Voavam. Deambulavam por entre almas perdidas. Os seus olhos tudo viram. Eram anjos. Os seus corpos carregavam a eternidade. Voavam. Deambulavam entre a cinza da terra e o azul do céu. As suas vozes falavam baixinho. Em uníssono deixavam mensagens de luz. Eram anjos. Voavam. Tinham asas. Eram anjos. Voavam. Eram anjos. Tinham asas. Eram anjos. Voavam. Tinham asas.

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