quinta-feira, 29 de outubro de 2015

«O Miguel.»

Don't lose hopeValery Milovic, EUA

«Chegáramos ao fim, eu chegara ao fim. Não conseguia suportar mais a vida, se a vida continuasse a ser um emaranhado de altercações entre nós sobre a Luciana. À minha frente, a causa dos dissabores. Uma mulher desconchavada, de óculos, com o cabelo espesso mal penteado e o queixo raquítico. Sobretudo, deficiente. Ainda mais deficiente do que o meu irmão. E apesar disso nem sequer lhe metia medo. Sim, era como se eu não existisse.» 
O Meu Irmão, Afonso Reis Cabral

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

3| Lugares que inspiram a leitura

Praça da Alfândega em Porto Alegre, Brasil

Meu querido amigo Mario Quintana quero ler-lhe estas palavras:

Por muito tempo achei que a ausência é falta. 
E lastimava, ignorante, a falta. 
Hoje não a lastimo. 
Não há falta na ausência. 
A ausência é um estar em mim. 
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, 
que rio e danço e invento exclamações alegres, 
porque a ausência, essa ausência assimilada, 
ninguém a rouba mais de mim. 
in O Corpo, Carlos Drummond de Andrade

sábado, 10 de outubro de 2015

«um frívolo segundo de desabafo»

O Vento dos Outros – A cada passo, a vida inteira. Um título inspirador, que nos remete para viagens inusitadas e lugares distantes. Raquel Ochoa partilha, num relato apaixonante, a sua viagem de seis meses pela América do Sul.

«Em breve iria aterrar no aeroporto de Alajuela, mesmo ao lado de São José, a capital da Costa Rica, iniciando assim a minha primeira viagem à América do Sul. […] Parti sozinha…

A seguir à Costa Rica, a autora partiu para o Peru, explorou o Chile e a Argentina e terminou no Sul do Brasil, este último destino já não é acompanhado pelo leitor(a).

Partir só, por um longo período, com uma mochila às costas é uma decisão tentadora, mas que requer também um tanto ao quanto de coragem e um q.b. de aventura. Quando se parte só há mais predisposição para conhecermos e nos deixarmos conhecer. É um processo de autoconhecimento, meditação e de descoberta.

Neste livro de viagens, Raquel Ochoa contagia-nos com este bichinho que as viagens provocam em quem arrisca partir, em quem procura algo mais que ir até outro lugar, em quem viaja passo a passo por trilhos não planeados, ao sabor do vento e sem hora marcada para voltar.

«Temos a liberdade de ir. Temos a liberdade não ir. Eu escolho ir. Nunca me arrependi.»

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

16.ª Festa do Cinema Francês


A Festa do Cinema Francês regressa a 18 salas de 18 cidades, entre os dias 8 de outubro e 29 de novembro. 

Lisboa (8 a 18 out.), Braga (13 a 14 out.), Almada (14 a 18 out.), Portimão (15 a 17 out.), Porto (20 a 25 out.), Aveiro (22 a 23 out.), Évora (22 a 24 out.), Santarém (28 a 29 out.), Coimbra (28 out. a 2 nov.), Leiria (30 a 31 out.), Faro (5 a 8 nov.), Viana do Castelo (10 a 13 nov.), Setúbal (13 a 15 nov.), Beja (17 a 22 nov.), Caldas da Rainha (18 a 19 nov.), Guimarães (22 a 25 nov.), Seixal (27 a 28 nov.) e S. Pedro do Sul (27 a 29 nov.) são as cidades anfitriãs desta 16.ª edição.

Ainda falta um mês para chegar a Faro, mas aproveito para divulgar antecipadamente, para que todos vós possam escolher e assistir aos melhores filmes franceses.

Quanto a mim, já selecionei os meus:
- Hippocrate de Thomas Lilti (comédia dramática);
La prochaine fois je viserai le Cœur de Cédric Anger (drama policial);
Maestro de Léa Fazer (comédia dramática);
Spartacus et Cassandra de Ioanis Nuguet (documentário).

domingo, 4 de outubro de 2015

«Que povo este!»

Foto: Jornal Sol, 25-09-2012

«Que povo este! Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo, e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão.»
in Diário X, Miguel Torga (1968)

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

«Cyneticum», por Mito Algarvio Ensemble


Cyneticum, por Mito Algarvio Ensemble
1 de outubro | 21h30 | Cine-Teatro Louletano

«Cyneticum é o nome da viagem que este coletivo de músicos oriundos do Algarve, e que cultivam conjuntamente um imenso amor pela música e pelo instrumento acordeão, nos convidam a participar.

A nossa música, a nossa caixinha de segredos mais íntimos que fica exposta e que está em permanente mutação – é assim que todos pensamos e vivemos a música, sendo que cada elemento possui o seu universo musical bastante único.»

Celebração do Dia Mundial da Música
Vou gostar, com toda a certeza!

Pinturas populares (últimos 30 dias)