quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

desassossego

Praia da Ericeira

«Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende.»
Livro do Dessassossego, de Fernando Pessoa (Composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"Follow your Dream"

Follow your Dream, Anna Nielson, Perú

«If there is something your heart longs for...
If you have always wanted to learn...
If you have always wanted to see...
If you have always wanted to be...
or
If you have a dream
No matter how big or how small
And even though that dream
May seem to be beyond your reach
If you give it your all
You never know what you might achieve
If you have a dream...
...Follow it!»

domingo, 13 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"não procures, encontra"

Estrada do Guincho, Cascais

«- O que poderia ter eu para te dizer, ó Venerável? Talvez dizer-te que procuras demasiado? Que enquanto procurares nunca conseguirás encontrar?
- Como assim? - perguntou Govinda.
- Quando alguém procura - responde Siddhartha - pode acontecer que os seus olhos vejam apenas a coisa que ele procura, que não permitam que ele a encontre por que ele pensa sempre e apenas naquilo que procura, porque ele tem um objectivo, porque está possuído por esse objectivo. Procurar significa ter um objectivo. Mas encontrar significa ser livre, manter-se aberto, não ter objectivos. Tu, Venerável és talvez um homem à procura, pois, perseguindo o teu objectivo, muitas vezes não vês aquilo que está perante os teus olhos.»
Siddhartha, de Hermann Hesse

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Noiserv nos algarves

«O seu percurso tem sido marcado pela criação de peças musicais de um minimalismo capaz de atingir cada indivíduo na sua intimidade, relembrando-lhe vivências, momentos e memórias intrincadas entre a realidade e o sonho, e por concertos de elevadíssima intensidade, nos quais o público é suspenso a partir de uma teia sonora, criada por um vasto leque de instrumentos pouco usuais.»

David Santos é o nome por trás do projecto musical Noiserv e finalmente vai estar em Faro, esta quinta-feira, às 21h30, no Teatro Lethes. E no dia 11 actuará, às 22h, no espaço Café Concerto do TEMPO - Teatro Municipal de Portimão. Este último com entrada livre.

Talvez por ser ma-ra-vi-lho-sa e cantada em português ou talvez até por ser a música que ficará para sempre associada ao filme de José & Pilar de Miguel Gonçalves Mendes, a música Palco do Tempo é uma das minhas preferidas, por isso é com ela que espero ansiosamente pelo dia 10.


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Dia Mundial do Sorriso

Fotografia de autor desconhecido

«O sorriso que ofereceres, a ti voltará outra vez.»
Guerra Junqueiro

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

"o fim da inocência"

"O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe."
Jean-Jacques Rousseau

Depois de ter lido O Deus das Moscas de William Golding fiquei realmente com sérias dúvidas. Será que o homem não é mau por natureza e a sociedade é que lhe condiciona?

Um avião despenhado. Uma ilha deserta. Um grupo de miúdos, sem adultos por perto. O que podia ser uma história inocente não o é. É antes uma narração perturbadora e arrepiante.

A história começa com Rafael e Bucha. O primeiro será escolhido para liderar o grupo e o segundo será a voz da sensatez e da razão. Será também o portador do fogo através dos seus óculos e o único que realmente pensa.

Inicialmente tudo começa bem. Tirando as brincadeiras e a troça constante com o Bucha, todos se dão bem. O chefe dita as regras para manter a ordem e a sobrevivência. Através do sopro do búzio convoca as reuniões e quem o tiver é autorizado a falar. O búzio é sinal de poder. Todos são cooperativos e tentam, dentro do caos, organizar os dias da melhor forma, mas Jack Merridew começa a ganhar força dentro do grupo e ambiciona o búzio. Tanto que mais tarde, Jack tenta ser eleito chefe, mas não consegue. Raivoso separa-se do grupo e leva consigo alguns rapazes.

A ilha passa a ser povoada por dois grupos. Os que tentam manter o fogo aceso, como única forma de saírem da ilha e os das pinturas e das danças selvagens que caçam, têm festas e divertem-se, tentando desta forma atrair mais rapazes para a tribo.

Sedento de caça, Jack parte em busca de mais carne e é numa destas caçadas que nos é apresentado o Deus das Moscas. Este tem a forma de uma cabeça de porca coberta de moscas, que o grupo colocou numa estaca para dar de oferenda à fera, que eles acreditavam que vivia na ilha.
Os selvagens gostam de festas e numa destas festas loucas de "Mata a fera! Corta-lhe as goelas! Espalha o sangue!", Simão, o único que sabe a verdade sobre a fera, é morto. A tragédia acontece e entre eles é como se nada tivesse acontecido. Só que tudo tende a piorar…

Inocência e maldade, ordem e caos, organização e anarquia, civilização e barbarismo tudo numa ilha.

«Mas a ilha estava carbonizada como lenha velha, Simão estava morto e Jack tinha... As lágrimas saltam-lhe dos olhos e os soluços sacodem-no. Entrega-se-lhes agora pela primeira vez desde que pisara aquela ilha; grandes e estremecidos espasmos de mágoa, que pareciam torcer-lhe todo o corpo. A sua voz eleva-se sob a negra fumarada perante os destroços ardentes da ilha, e, infectados por aquela emoção, os outros rapazinhos tremem e soluçam. E, no meio deles, de corpo imundo, cabelo emaranhado e nariz sujo, Rafael chora o fim da inocência, o negrume do coração do homem e a quedo pelo ar daquele verdadeiro e sensato amigo que se chamava o Bucha.»

Numa palavra apenas, defino este livro como inquietante.

Pinturas populares (últimos 30 dias)