quinta-feira, 25 de setembro de 2014

"Dia da Ira"

Hope, autor desconhecido

«Apetece cantar, mas ninguém canta. 
Apetece chorar, mas ninguém chora. 
Um fantasma levanta 
A mão do medo sobre a nossa hora. 

Apetece gritar, mas ninguém grita. 
Apetece fugir, mas ninguém foge. 
Um fantasma limita 
Todo o futuro a este dia de hoje 

Apetece morrer, mas ninguém morre. 
Apetece matar, mas ninguém mata. 
Um fantasma percorre 
Os motins onde a alma se arrebata. 

Oh! Maldição do tempo em que vivemos, 
Sepultura de grades cinzeladas 
Que deixam ver a vida que não temos 
E as angústias paradas.» 
«Dies Irae», in "Cântico do Homem", Poesia Completa, Miguel Torga

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Tão longe, tão perto

Lagoa, Portugal

As palavras são poucas para espelhar os sentires e as emoções que todos os dias marcam a distância deste ano. 
São os momentos de ausência no despertar das manhãs e as conversas demasiadamente curtas no final das noites, que ditam o passar das semanas. 
A contagem decrescente no calendário não é sinónimo de suavização de saudade, mas atenua a dor no coração. 
Há dias cinzentos, azuis e de todas as cores. Há dias e dias. E há sempre a esperança no dia do regresso a casa. 
Até lá fica o pensamento no sabor dos dias vividos, o calor do abraço na despedida e o sorriso nas palavras que chegam.

Pinturas populares (últimos 30 dias)