quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Era uma vez | Início da votação

Olá a todos!

Ontem publiquei a última história. Desta vez, parece-me a mim, que o frio tolheu mesmo a imaginação! :) Sendo assim, estão a concurso apenas dois excelentes participantes, à qual reforço o meu muito obrigada.

Conto agora com a participação de todos que por aqui passam para a escolha da melhor história. Dediquem um pouco do vosso tempo à leitura destas duas maravilhosas histórias e votem, uma única vez, na vossa preferida, pois eu estarei isenta.
As votações estarão abertas até dia 6 de Fevereiro, às 17h00.

Boa sorte aos dois inspirados! E em caso de empate decido eu.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Era uma vez 2 | "A VELHA BRUXA"

Era uma vez... uma velha bruxa, enrugada e disforme, que assustava toda a população da zona onde habitava.

Em jovem tinha sido bela e vaidosa, dedicara-se inteiramente à sua própria aparência, única característica que a distinguia dos restantes mortais. Por infelicidade do destino, um dia fora atropelada por um carro, enquanto se distraía mirando o seu reflexo num vidro espelhado...

Sobrevivera! Mas as múltiplas cicatrizes que sulcavam o seu corpo outrora perfeito, fizeram com que abandonasse a cidade e partisse para aquela aldeola perdida na encosta da serra.

Afadigava-se com as plantas que cresciam no seu jardim e dava longos passeios pela floresta, recolhendo sementes, raizes, bagas e frutos, o que contribuira para a sua fama na região. Ambicionava alcançar o segredo da beleza e da juventude perdida...

A lua cheia já brilhava no céu, na hora que julgou obter o resultado pretendido - um líquido verde e cristalino, que deixou a esfriar no gelo. Acendeu velas em seu redor, impacientando-se a observar os relógios que tiquetaqueavam inexoravelmente. Quando provou o elixir, gostou do seu aroma e paladar. Bebeu-o até à última gota!

Nessa noite a serra pegou fogo e ela desapareceu misteriosamente. Algum tempo depois, um médico aposentado descobriu o osso do dedo mindinho de uma criança nos escombros, mas a sua participação às autoridades não suscitou mais do que sorrisos descrentes...

O caso foi arquivado!

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Autora: Teté
Blogue: Quiproquó http://pequenoquiproquo.blogspot.com/

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Era uma vez 1 | "o homem azul"

era uma vez um estranho homem azul. queria viver no mar, mas não era peixe, e por isso vivia numa caverna, encoberto pela parede de palhota. decidiu-se a memorizar todas as ondas, a viver do som da maresia, a iludir nos seus sonhos o intenso fracasso da sua vida.

já mal se levantava de manhã. cismava em reter os pensamentos mais belos, em que se enraizava nas algas, vencia os tubarões e namorava anémonas. até os golfinhos o haviam visitado em tempos, tentando convencê-lo ao sonho do suicídio. puro engano. o homem não esperava coragem, mas antes uma dádiva divina, guelras. corava de vergonha pela falta de vontade, e ficava a ver-se ao espelho vestido de azul-rosado.

a noite era fria e fazia retinir nos seus ouvidos o som de uma sereia longínqua. escreveu versos de amor. enlaçou milhares de flores em ramos para o dia da comemoração. mas a manhã regressava cruel e real. ele era um homem azul e nunca poderia viver no mar.

suspirava por um sorriso, enquanto as velas ondulavam ao longe na bruma. e a espuma dos dias era a areia cravejada de búzios. corria dias inteiros pela praia, acenando ao farol, como se a providência celeste habitasse na luz do destino. os homens da faina do mar riam do louco homem azul. um dia desapareceu.

dizem os pescadores que foi uma onda que o levou.
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Autor: S. G. ex - Fernando Pessoa
Blogue: O Blog dos 5 Pês http://oblogdos5pes.blogspot.com/

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A espreita beijos

campo de papoilas
Era uma vez uma rapariga a quem chamavam a espreita beijos!

Foi numa noite de quarto crescente que os meus olhos repararam nela. Na espreita beijos. Na rapariga que caminhava ao som das suas pisadas solitárias e ao encontro de um alguém.
Caminhava por entre um campo de papoilas, que dava ao seu rosto um tom leve de timidez.
Cansada, talvez de caminhar, estendeu por fim o seu corpo no imenso vermelho e mergulhou o seu rosto no pedaço de Lua.
Naquele instante não resisti. Saí da minha sombra e aproximei-me dela. Apresentei-me. Num gesto rápido, inclinei o meu rosto para que os meus lábios pudessem beijar a sua face rosada.
Ela sorriu. Seria para mim? Perguntei-lhe…
Não. Respondeu-me ela. E com o seu sorriso espevitado disse-me:
"- Eu sorria para o teu beijo. Eu espreitei-o!"
Sei que naquele instante fiquei com cara de palerma e sem reacção.
De sorriso embaraçado e vencido deixei-me cair ao seu lado e mergulhei no seu pedaço de Lua.
O silêncio chegou e os meus beijos fugiam de mim. Foi assim que eles a conheceram.
Numa noite de quarto crescente os meus beijos deixaram-se espreitar pela espreita beijos.

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Nota: A espreita beijos marca o início do desafio "conta-me uma história" e obviamente não irá a votos.
Amanhã publicarei a primeira história a concurso, conto convosco para pincelarem nas histórias e votarem na vossa preferida.
Por último, mas não menos importante, aproveito para agradecer aos participantes.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

“matando a paz no médio oriente”

Os Cinco Sentidos, de Arsénio ReisEste mês apresento-vos o livro Os Cinco Sentidos, de Arsénio Reis, que tem uma capa extraordinária!
Os Cinco Sentidos é essencialmente uma reportagem onde o jornalista Arsénio Reis relata-nos a sua experiência vivida durante o período em que esteve no Médio Oriente, como enviado da Rádio Renascença, em 2002.
Após uma breve introdução, onde o jornalista relata a sua partida de Lisboa para o “Outro Mundo”, encontramos finalmente «Jerusalém: A capital da divisão».
Nos capítulos seguintes, Arsénio Reis dá-nos a conhecer os cinco sentidos, que são eles: o «Olfacto: O cheiro da morte em Jenin»; a «Visão: Abrir os olhos em Belém»; a «Audição: O cantar das armas em Ramallah»; o «Tacto: Apalpar o medo em Gaza» e por último o «Sabor: As beringelas de Jericó».
Arsénio Reis termina o seu testemunho com «O regresso à rotina», onde tudo é tão diferente e onde encontra a paz.
A constante violência que o Mundo tem vindo assistir no conflito israelo-palestiniano é uma luta que não me faz sentido algum. De uma forma simples e isenta, Arsénio Reis soube relatar-nos os seus dias na guerra e no fim, após ter lido as suas palavras, termino com as mesmas palavras do jornalista: “Não posso dizer que percebo agora melhor o que se passa entre aqueles dois povos. Pelo contrário, para mim continua a ser intolerável que aquela situação se mantenha.”

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conta-me uma história

Era uma vez... É assim que todas as histórias devem começar.

O frio anda a tolher os dedos, mas eu como gosto muito de vocês não quero que vos tolha também o cérebro! Por isso, lanço-vos mais um desafio daqueles que vocês tanto gostam!
Quero que me contem uma história original, num máximo de 230 palavras, sobre aquilo que vos apetecer.
Inspirem-se até ao dia 25 de Janeiro e enviem as vossas histórias.

Atenção não se esqueçam que a história terá de começar com “Era uma vez” e terá de ter um título. Devem mencionar também o nome (com o qual pretendem ser identificados) e nome do blogue (facultativo).
Nota: As histórias a concurso não poderão ser publicadas em lado nenhum e não poderão identificar-se como autores das mesmas até ao final do desafio.
Haverá prémio para o vencedor(a)!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sobre o Rio Arno

Florença

A Ponte Vecchio, de origem medieval e situada sobre o Rio Arno, em Florença (Itália), é conhecida pelas suas lojas, principalmente ourivesarias e joalharias, que alberga ao longo de toda a sua extensão. Desde sempre que os lojistas mostram os seus artigos (essencialmente ouro) sobre as bancas. Noutros tempos, quando um mercador não tinha meios para pagar as suas dívidas, a mesa (banco) era quebrada (rotto) pelos soldados. A essa prática dava-se o nome de bancorotto. Daí dizer-se que a palavra “bancarrota” teve origem aqui.

Ao longo da ponte pode-se observar diversos cadeados. Este facto está ligado à antiga ideia do amor e dos amantes. Conta a história que se o cadeado fosse trancado e a chave lançada ao rio, os amantes ficariam eternamente ligados. Devido a esta tradição e ao turismo, milhares de cadeados tiveram de ser removidos para evitar que a estrutura da ponte se danificasse.

Para quem tiver com ideias aviso que o município determinou uma multa para todos aqueles que forem apanhados a colocar cadeados sobre a ponte.
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Fonte:
wikipedia

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

“nunca houvera outra jornada assim”

Marvão
Marvão. Fotografia de Rogério.

"Nas três horas e meia que a corrida durou, e apesar de alguns breves descansos, andaram mais de dezassete quilómetros. Este foi o número finalmente apontado pelo comandante do pelotão depois de uma viva troca de palavras com o cornaca subhro, que achava que não tinham sido tantos e que não valia a pena estarem a enganar-se a si mesmos. O comandante achava que sim, que era estimulante para os homens, Que importância tem que tivéssemos andado só catorze, os três que faltam andá-los-emos amanhã e no final vais ver que tudo baterá certo. O cornaca desistiu de convencê-lo, Foi o melhor que eu podia fazer, se as contas falsas dele prevalecerem, isso não alterará a realidade dos quilómetros que realmente tivermos percorrido, não discutas com quem manda, subhro, aprende a viver."
A Viagem do Elefante, de José Saramago

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