tag:blogger.com,1999:blog-203177922024-03-07T23:15:34.829+00:00tons de azulnem tudo começa assimTons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.comBlogger807125tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-56235845378660268882024-03-03T08:44:00.001+00:002024-03-03T08:44:50.160+00:00Monumento Natural das Sequóias do Monte Cabezón<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1uk15Lr4nRY-lDcXVM6oQLl8fXpqCPd06IeJrKSw6NpDvnBSMVE4UFML6O4h_7LDw-80z5sLhlTbMYCRPjukIHM8loZtZQd0iy41dFutb49lRX53bSGM-8I0l8DTNPNphtUGgwUa6qVK04AZTDRA6KD4zAgZPpBUPrtGCsZHWOPsQMz-G8K6T/s4096/InCollage_20240303_083800604.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4096" data-original-width="4096" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1uk15Lr4nRY-lDcXVM6oQLl8fXpqCPd06IeJrKSw6NpDvnBSMVE4UFML6O4h_7LDw-80z5sLhlTbMYCRPjukIHM8loZtZQd0iy41dFutb49lRX53bSGM-8I0l8DTNPNphtUGgwUa6qVK04AZTDRA6KD4zAgZPpBUPrtGCsZHWOPsQMz-G8K6T/w400-h400/InCollage_20240303_083800604.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: verdana;">Há alguns dias que queria-vos falar deste lugar mágico, que fica na Cantábria (Espanha).</span><p></p><p><span style="font-family: verdana;">Visitámos este pequeno bosque de sequóias no verão passado e gostámos muito. Fomos pela manhã e nas primeiras horas éramos só nós e estas árvores gigantes que podem viver mais de 2 mil anos.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Protegido desde 2003, este espaço natural conta com estacionamento gratuito e os trilhos estão bem sinalizados e são de nível fácil.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Claro que houve quem achasse que conseguiria abraçar uma destas gigantes sozinho</span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-46364871821376268362024-02-19T14:20:00.003+00:002024-02-19T14:20:31.757+00:0022| livrarias e bibliotecas no mundo<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCt9rJqeexI1v4cP8y7_IhFLqOBLdpK0R_Zmg8D4Ud5LHi3b7LjFeZVgOEW-7OJhAX4MfpvvO1zInYe8T4Xj-pfY92Aalok5jhSU1Rh5C4B3ouyHcGKV1Aut0thB1MOFKmTybGjrauBp98Q0SKJ2EAibPwOTbhCci7qJleaYaTr3e7tXqQiDPU/s4096/SM_Saragoca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4096" data-original-width="4096" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCt9rJqeexI1v4cP8y7_IhFLqOBLdpK0R_Zmg8D4Ud5LHi3b7LjFeZVgOEW-7OJhAX4MfpvvO1zInYe8T4Xj-pfY92Aalok5jhSU1Rh5C4B3ouyHcGKV1Aut0thB1MOFKmTybGjrauBp98Q0SKJ2EAibPwOTbhCci7qJleaYaTr3e7tXqQiDPU/w400-h400/SM_Saragoca.jpg" width="400" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;"><br />O Palácio dos Condes de Sástago, localizado na rua do Coso, é um dos locais em Saragoça que merece uma visita e se tiverem oportunidade, optem por uma visita guiada. A entrada é gratuita.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">De estilo renascentista, este palácio já foi residência de reis e sede do Conselho de Guerra.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Ao entrar no Palácio, os olhos tendem a direcionar de imediato para o amplo pátio interior que é lindo. Já nas salas do piso inferior podem usufruir de diversas exposições.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Agora a parte melhor é que se optarem por uma visita guiada, para além de ficarem a saber mais sobre a história do Palácio, irão ter acesso ao piso superior onde estão as salas e salões nobres, como a Sala do Trono e esta biblioteca maravilhosa que é a jóia do Palácio.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">No dia em que visitámos o Palácio éramos só nós os três e por isso tivemos o guia em exclusivo, que foi uma simpatia e super disponível para esclarecer todas as nossas curiosidades. Ainda por cima era um apaixonado por Portugal e pela nossa História.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Segundo o guia, esta biblioteca recebe visitas noturnas de fantasmas. 👻 Hum... Acreditarias?</span></span><p></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-22715436855871449692024-02-14T15:01:00.002+00:002024-02-14T15:01:13.703+00:00"Alá sabe melhor"<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0T6JMvz7_F_IS9yMJhGLpB2Y7Ge-epRMyszoexF0uwGAUqgkdbuyhsu3zhz9IcGTxwtrFeB9UOJeczTVJNVr9Mlx0gDzsdKizuup8NyZCREivgnRKZvRDS6mWN0rvhBp163epayE4Ylc9rmg5F1Zj_SBQYMueTu5sb01UeakbsyYMLG-0fTWI/s2119/AC_ParaOndeVaoOsGuardaChuvas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1589" data-original-width="2119" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0T6JMvz7_F_IS9yMJhGLpB2Y7Ge-epRMyszoexF0uwGAUqgkdbuyhsu3zhz9IcGTxwtrFeB9UOJeczTVJNVr9Mlx0gDzsdKizuup8NyZCREivgnRKZvRDS6mWN0rvhBp163epayE4Ylc9rmg5F1Zj_SBQYMueTu5sb01UeakbsyYMLG-0fTWI/s320/AC_ParaOndeVaoOsGuardaChuvas.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;"><p>Há anos que queria ler "Para onde vão os guarda-chuvas" de Afonso Cruz e há anos que adiava pegar nele. Agora que finalmente o li, aceito que foi lido no tal chamamento certo.</p></span><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Este é daqueles livros que nos inquietam e sei que os personagens ficarão comigo por muitos anos. O que tem de belo, também tem de doloroso em igual dose.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">O que fica de nós depois da perda? Como se cura um coração de pai? Como se pode quebrar a corrente do ódio? Será a fé o remédio para a salvação? Para onde vai o que perdemos? Existe o Bem na mesma proporção do Mal? Haverá um "equilíbrio absurdamente/moralmente/esteticamente desequilibrado” compreensível no mundo?</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Esta é uma história passada num Oriente efabulado, com muitas histórias dentro. E estas têm tanto de desumanas e cruéis, como de sofridas e mutilantes.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Fazal Elahi é a peça crucial neste tabuleiro de xadrez que é a vida. E todos os outros personagens, tão complexos, vão movimentando-se entre espaços brancos e negros, entrelaçando-se nas vidas uns dos outros.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Só que Elahi é especial, porque teve a audácia de não ser somente um peão. Quebrou o que está escrito, porque acreditou que tinha o poder da decisão. A sua fé muçulmana levou-o a adotar Isa, uma criança americana e cristã. Daí que tece-nos uma tapeçaria multicolor da sua vida, que transborda tanto de poesia, como de chagas.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">No final, não queria fechar o livro, por não querer terminar com uma dor profunda no peito, enquanto ouvia ecoar "escarlatina, escarlatina, escarlatina."</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">As palavras de Afonso Cruz são poesia filosófica, tanto que as 567 páginas voaram-me pelos dedos. Desde então que ando há dias a tentar assimilar a finitude da vida e a infinitude da morte. Do quanto somos infinitamente pequenos e a diferença que fazia se calçassemos os sapatos uns dos outros.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">"Alá sabe melhor." ☂️</span></span><p></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-47856552701837060732024-01-27T21:41:00.006+00:002024-01-27T21:43:23.018+00:00"Anatomia de uma tragédia em Jerusalém"<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW_qmr0mJC20aP3SgIDqv2Y1wjzrum_0dKEafHUnDWrEm5qEpC1U9OcfOw6JS20E-zXFWHMbqxxwy3FXvidP6L_veyWRAThWwDsNsgca-caXGDe-DduoLPMgXuJu-laLVQfb5BPxLBgiGfMTSwg8_XqdJmse2YIZI-Z4NzFmuTe44HGmy1bQjE/s3213/NathanThrall_UmDiaNaVidaDeAbedSalama.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: verdana;"><img border="0" data-original-height="2296" data-original-width="3213" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW_qmr0mJC20aP3SgIDqv2Y1wjzrum_0dKEafHUnDWrEm5qEpC1U9OcfOw6JS20E-zXFWHMbqxxwy3FXvidP6L_veyWRAThWwDsNsgca-caXGDe-DduoLPMgXuJu-laLVQfb5BPxLBgiGfMTSwg8_XqdJmse2YIZI-Z4NzFmuTe44HGmy1bQjE/w400-h286/NathanThrall_UmDiaNaVidaDeAbedSalama.jpg" width="400" /></span></a></div><span style="font-family: verdana;"><br />"Todos sabiam da rapidez com que as autoridades israelitas se lançavam sobre uma estrada da Cisjordânia assim que um miúdo atirava pedras. No entanto, os soldados no posto de controlo, as tropas na base de Rama, os camiões de bombeiros nos colonatos vizinhos nada tinham feito, deixando o autocarro arder durante mais de meia hora."</span><p></p><p><span style="font-family: verdana;">"Arik queria explorar a razão pela qual os jovens israelitas podiam sentir mais ódio do que os mais velhos. Acreditava que aquela história seria útil para que a sociedade israelita se olhasse ao espelho. [...] </span></p><p><span style="font-family: verdana;"><<Estes pequenos palestinianos podem ser os terroristas do futuro. Não me venham com essa treta de que toda a gente é um ser humano. São cães, não pessoas, e merecem morrer.>> [...]</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Estamos a falar de crianças de 4 a 5 anos, sabes?</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Miúdos pequenos, sim. E depois?"</span></p><p><span style="font-family: verdana;"><i>Um dia na vida de Abed Salama</i> de Nathan Thrall é um livro não ficcional e bastante emotivo. A história de Abed Salama tem pairado nos meus pensamentos diários.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">O jornalista norte-americano Nathan Thrall, a viver em Jerusalém, não nos relata somente o dia fatídico em que o palestiniano Abed Salama perdeu o filho de 5 anos num acidente rodoviário. Ao reconstituir a tragédia passada em 2012, o autor conta-nos também os últimos 50 anos de História do conflito israelo-palestiniano.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">É um relato muito duro e perturbador sobre um quotidiano marcado por tensão e conflitos diários, marcado pelo domínio e ocupação dos colunatos, mas tão essencial para perceber o quanto há de crueldade na Humanidade. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">São as feridas de ambos os lados que não cicatrizam e onde tudo se tornou banal. É o silêncio ensurdecedor do Ocidente.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">"- Não importa se é de esquerda ou de direita. O facto de haver quem celebre a morte de pessoas obriga a que paremos, por um momento, e nos perguntemos como é que chegámos a este ponto."</span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-54481104496090455422024-01-09T10:24:00.003+00:002024-01-09T10:29:36.954+00:0021| livrarias e bibliotecas no mundo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5HSARCjfSpWxUlhTF_6lfHfr6w-GRu3eCWC8tdhdZ526Folrug342hW0DiTjLwyTveIhM1GJpCWTklxZx5pzbDi0o9h1rIrHCPoT0v8rfAzfM63SKlhWYxko4oEAQzU07WUZs94kNZN0JbGO5bg-aTbZqqrZyg6PMOI1S6x60ubN0YvnFEGLt/s3264/SM_Munique.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3264" data-original-width="3264" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5HSARCjfSpWxUlhTF_6lfHfr6w-GRu3eCWC8tdhdZ526Folrug342hW0DiTjLwyTveIhM1GJpCWTklxZx5pzbDi0o9h1rIrHCPoT0v8rfAzfM63SKlhWYxko4oEAQzU07WUZs94kNZN0JbGO5bg-aTbZqqrZyg6PMOI1S6x60ubN0YvnFEGLt/w400-h400/SM_Munique.jpg" width="400" /></a></div><p><span style="background-color: white; font-family: verdana; font-size: 14px;">A Juristische Bibliothek de Munique é irresistível para os apaixonados por livros e não só.</span></p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Fundada em 1843, esta biblioteca foi posteriormente mobilizada para uma das salas da Câmara Municipal, que está localizada na Marienplatz.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Durante o período de funcionamento não é possível visitá-la. A reserva para uma visita guiada de 30 minutos pode ser efetuada, de sexta-feira a domingo, no site do turismo "Simply Munich".</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Quando pensei em Munique como destino já não havia disponibilidade para reservar nos dias em que estaria pela cidade.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Mesmo assim, no dia em que fomos à praça central, dirigimo-nos à receção da biblioteca e encontrámos uma informação na porta. Naquele dia, era possível visitar a biblioteca depois do expediente, entre as 16h30 e as 16h40.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Não queria acreditar! Uns minutos antes lá estávamos nós à espera para entrar e nos maravilharmos.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Foram 10 minutos certos de puro deleite!</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Refiro ainda que os corredores da Câmara Municipal, até chegar à sala 367, também são lindos e merecem uma visita pausada.</span></span><p></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-61804311877691881742024-01-04T10:05:00.003+00:002024-01-09T10:29:29.110+00:00Zugspitze (2962 m)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiizc6vrtDmAfaXEXO5TxFiPAK6nVObZY94FYL7JLgRtOOK9LojPIXhce9u1DWExtvh_TB444x5dxEUS0-6q7zhtdBNtFSfEpLUivi6srSCyO_60GdMPUhQlwxuKgHVKDG_9g8Gm5Wc45G6gc51Bf79FtxcxfHt40rURQzxtjfazX9Bgg6lYe_B/s3264/SM_Zugspitze.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3264" data-original-width="3264" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiizc6vrtDmAfaXEXO5TxFiPAK6nVObZY94FYL7JLgRtOOK9LojPIXhce9u1DWExtvh_TB444x5dxEUS0-6q7zhtdBNtFSfEpLUivi6srSCyO_60GdMPUhQlwxuKgHVKDG_9g8Gm5Wc45G6gc51Bf79FtxcxfHt40rURQzxtjfazX9Bgg6lYe_B/w400-h400/SM_Zugspitze.jpg" width="400" /></a></div><p><span style="background-color: white; font-family: verdana; font-size: 14px;">Subimos ao ponto mais alto da Alemanha. Ficámos com a carteira vazia, mas valeu toda a alegria do pequerrucho e a nossa também.</span></p><p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">A montanha Zugspitze, com 2962 metros de altitude, fica nos alpes bávaros, na zona de Garmisch-Partenkirchen e situa-se na fronteira com a Áustria, mas o seu cume pertence à Alemanha.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">A subida é feita apanhando um comboio com mais de 80 anos de história a partir de Garmisch-Partenkirchen, Grainau. Em Eibsee podemos seguir viagem noutro comboio ou apanhar o teleférico para ir mais rápido.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Nós optamos por subir de comboio e depois ir ao topo de teleférico e descer do topo num outro teleférico que nos levou até ao lago Eibsee e daí apanhamos novamente o comboio até Garmisch-Partenkirchen.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">O bilhete família combinado ficou em 55€ por adulto e 27,50€ criança.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Como fizemos a viagem de comboio regional (ida-volta), a partir de Munique, acresceu também o valor de 38€ (preço família).</span></span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-36312297564270994952023-12-17T21:20:00.004+00:002023-12-19T12:29:10.938+00:00"diário da Ucrânia"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIV-WN5vhUwSlVYhw20UUppYMow5ouExcApq74ZIR91xURywPQD1l9VFSPVmHlHfg3qQJcBBk1AbdIbFvvyzRtDLr4FHcTTmOhdZpaBfY3Bx1jIbtKYnD3LD88ehZJVafEje6hETDdouJEog5m9nokSDRYUUcx-9IONq206MICU61h1SOiZGXB/s3666/SM_Ana%20Franca_DiariodaUcrania.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2182" data-original-width="3666" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIV-WN5vhUwSlVYhw20UUppYMow5ouExcApq74ZIR91xURywPQD1l9VFSPVmHlHfg3qQJcBBk1AbdIbFvvyzRtDLr4FHcTTmOhdZpaBfY3Bx1jIbtKYnD3LD88ehZJVafEje6hETDdouJEog5m9nokSDRYUUcx-9IONq206MICU61h1SOiZGXB/w400-h238/SM_Ana%20Franca_DiariodaUcrania.jpg" width="400" /></a></div><br /><br /><span style="font-family: verdana;">"A Rússia invadiu a Ucrânia."<br />23 de fevereiro de 2022 <br /><br />"Isto não é um exercício - e também não é uma reconstituição histórica para mostrar aos miúdos o que foi a guerra. É a guerra."<br /><br />"O que vai ser desta terra, se vamos conseguir defendê-la, se vamos ter de morrer para proteger a nossa família, não sabemos."<br /><br />"- Quando um povo é forçado a esquecer a língua dos seus poetas, o coração desse povo torna-se pedra - diz Romana, enquanto se levanta para ir buscar um livro de Taras Shevchenko."<br /><br />"- Durante três séculos fomos escravizados, destruíram as nossas casas, as nossas igrejas, queimaram os nossos livros, há um ódio que nos construiu. É a nossa primeira guerra, a primeira em que não lutamos por outra bandeira, somos independentes. É uma benção e temos de estar preparados para dar a vida por ela."<br /><br />"Durante muito tempo, a Ucrânia lutou em muitas guerras, mas para Natália, que só tem 30 anos, nada disso faz já sentido." <br /><br />"É uma ideia muito repetida entre os habitantes destes 535 quilómetros de fronteira: a de que, mais do que tudo, Putin teme as democracias à sua volta, como se, à medida que criam raízes, elas fossem, como copas das árvores, absorvendo e neutralizando as partículas que sustentam o seu regime opressor."<br /><br />"Para Oleg, a Ucrânia com noção do seu poder, do seu papel no mundo, da sua independência em relação à Rússia começou nesta praça."<br />Kyiv, 4 377 662 refugiados, 7 de abril<br /><br />Não sei o que é a guerra. Felizmente, vivo num país de paz. No entanto, graças ao trabalho no terreno dos jornalistas, as guerras no mundo entram diariamente cá em casa.<br /><br />Com "ali está o taras shevchenko com um tiro na cabeça - diário da Ucrânia", a jornalista Ana França descreve-nos a guerra a quente, através da partilha de vários testemunhos e relatos dos ucranianos que expõem o sofrimento das suas vidas viradas do avesso.<br /><br />Há certas realidades que não são fáceis de gerir e lê-las também não as torna mais suportáveis. <br /><br />Mergulhar no sofrimento alheio não é calçar os seus sapatos, mas há que olhar de frente para compreender o que não é aceitável. É necessário construir memória.</span>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-26665500671044871492023-11-24T11:26:00.003+00:002023-11-24T11:27:56.213+00:00A essência dos Cadernos de Lanzarote<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAPIZ32eTkn3Bi8TcOaaH04iiA7JD7h4BwaMR06w8n6sbQNAvWzIxzBOAjafUNBARMoN2ssDJ15dWxg8x4Io_AfCNYM2i3BrTfrHlVSnKS2M3fRhnMQJEfKVNk3eKTNc-rUEofqy71oertzEKsocfjPCkjeYp_j0gLhduw4fL62X0tw5A4N69d/s2780/SM_JS_Cadernos%20Lanzarote.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2258" data-original-width="2780" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAPIZ32eTkn3Bi8TcOaaH04iiA7JD7h4BwaMR06w8n6sbQNAvWzIxzBOAjafUNBARMoN2ssDJ15dWxg8x4Io_AfCNYM2i3BrTfrHlVSnKS2M3fRhnMQJEfKVNk3eKTNc-rUEofqy71oertzEKsocfjPCkjeYp_j0gLhduw4fL62X0tw5A4N69d/s320/SM_JS_Cadernos%20Lanzarote.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="background-color: white; font-size: 14px;"><span style="font-family: verdana;">Em abril do ano passado visitei A Casa, em Lanzarote. Na altura, partilhei que o momento tinha sido vivido com todas as emoções à flor da pele. Mas a paisagem vulcânica daquela ilha também não dá para esquecer. Ainda hoje sinto aquele vento em mim.</span></span><p></p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Foi após essa visita tão única, que fez-me todo o sentido iniciar os seis <i>Cadernos de Lanzarote</i>, escritos entre os anos de 1993 e 1998.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">"Gente maliciosa vê-lo-á como um exercício de narcisismo a frio, e não serei eu quem vá negar a parte de verdade que haja no sumário juízo, [...].", assim refere o autor no seu primeiro caderno. No entanto, termina esta mesma nota introdutória tranquilizando os leitores "este Narciso que hoje se contempla na água desfará amanhã com a sua própria mão a imagem que o contempla."</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Fui lendo-os bem devagar e conforme a vontade. Pois os diários não pedem pressa. Um ano depois termino o <i>Último caderno de Lanzarote</i> já com saudade no peito.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Nos cadernos há encontros, seminários e colóquios. Há viagens, apresentações, sessões de autógrafos e inaugurações. Há entrevistas. Há troca de correspondência entre os leitores e o autor. Há abraços, conversas de corredor e admiradores que o interpelam emocionados. Há dissabores. Há pensamentos e confidências. Há dias felizes e emotivos. Há dias tristes e lágrimas. Há homenagens. Há dias vazios. Há uma preocupação e um olhar sempre atento e crítico. Há questionamento e inquietação.</span></span><div><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">E toda a essência dos cadernos está nessas entrelinhas do homem e na humanidade desse homem: Saramago.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Aí reside toda a beleza destas memórias que culminam com o último diário do ano do Nobel, que tinha ficado perdido num disco rígido de um dos seus computadores.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">"Este Sexto Caderno aparecerá em breve", deixou dito José Saramago (palavras de Pilar). Que feliz dia. 20 anos depois, este último caderno chegou aos seus leitores!</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">"Bem vistas as coisas, sou só a memória que tenho, e essa é a única história que quero contar."</span></span></div>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-23423305908921255962023-11-14T15:39:00.002+00:002023-11-14T15:47:48.746+00:00Trilho "Colla de Caballo"<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijuhiIKprwF02edkWTsI0q-VyZE4UoXe4JT2f8BvMIuOoPbsz1xgzQnaW-1jXktGyQiUPN-TeIT0AtBDuUvM4y4bK4XGvAGm_F8r4jKh-mTc3cAnIA2_Ox-QRD-T4l8v1gIruBpI2KQDoPV-JONTvGdwbEawj_4WYE9w5tOtIq1_4oyGUTDNXx/s3264/SM_Ordesa_Espanha.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3264" data-original-width="3264" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijuhiIKprwF02edkWTsI0q-VyZE4UoXe4JT2f8BvMIuOoPbsz1xgzQnaW-1jXktGyQiUPN-TeIT0AtBDuUvM4y4bK4XGvAGm_F8r4jKh-mTc3cAnIA2_Ox-QRD-T4l8v1gIruBpI2KQDoPV-JONTvGdwbEawj_4WYE9w5tOtIq1_4oyGUTDNXx/w400-h400/SM_Ordesa_Espanha.jpg" width="400" /></a></div><br /><b style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;">Percurso:</b><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;"> </span><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;">Pedestre <br /></span><b style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;">Localização:</b><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;"> Parque Nacional de Ordesa y Monte Perdido, Espanha</span><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;"><br /></span><b style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;">Distância aproximada: </b><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;">17,5</span><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;"> km <br /></span><b style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;">Duração aproximada:</b><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;"> </span><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;">5-6 horas (ida e volta)<br /></span><b style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;">Grau de dificuldade:</b><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;"> Moderado</span><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: 13px; text-align: justify;"> </span><p></p><p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">O trilho </span></span><span style="background-color: white; font-family: verdana; font-size: 14px;">"Cola de Caballo" </span><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">tem início no Vale de Ordesa e é um dos mais bonitos e também o mais popular do Parque Nacional de Ordesa y Monte Perdido.</span></span></p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Na época baixa é possível levar o carro até esse ponto. Já no verão o carro tem de ficar na zona do Centro de Visitantes em Torla e daí seguir-se de autocarro. É aconselhável adquirir os bilhetes cedo ou no dia anterior para evitar o tempo de demora nas filas.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">O percurso até à cascata Cola de Caballo tem 17,5 km, é linear, de dificuldade média e com uma duração de 5-6h. Como faz parte da GR-11, também está sinalizado com as marcas vermelhas e brancas.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Começamos então a avançar pela margem do rio Arazas, depois embrenhamo-nos pelo bosque até à primeira cascata do trajeto, a de Arripas. E ao longo do percurso vamos encontrando muitas outras que convidam a ficar e a contemplar.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">A trilha é adequada para famílias, sendo que com miúdos pequenos faz-se ao sabor da vontade.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;"><br /></span></span><div><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Foi o nosso primeiro trilho nos Pirineus Aragoneses e ficámos rendidos à paisagem.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">E enquanto selecionava as fotos, pus-me a imaginar o quanto deve ser maravilhoso percorrer, nesta altura do ano, a parte do Faial com as suas cores outonais.</span></span><br style="background-color: white; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /></div>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-47581943032316882322023-11-08T11:41:00.002+00:002023-11-08T11:42:15.211+00:00"a esperança simplesmente é imortal"<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMO5xH-nBG-jlL5vNE1SrN2hsWdWjrIbgFqjytWJ9W2KFSmc30aFRQGZDzBlUfK-Tpx2L3-yUKAXxoHp0HaCHr0b3hUUV6jGiM6BlnhonMwUl3q1dz0fPyz5kvKTt6lnWtSekTdqLxkB1FmNpSWjG5lAv27SpRD82GNRs6dmP1WMpCbXt6UA3D/s2090/SM_Lidia%20Jorge%20-%20Misericordia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2090" data-original-width="2090" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMO5xH-nBG-jlL5vNE1SrN2hsWdWjrIbgFqjytWJ9W2KFSmc30aFRQGZDzBlUfK-Tpx2L3-yUKAXxoHp0HaCHr0b3hUUV6jGiM6BlnhonMwUl3q1dz0fPyz5kvKTt6lnWtSekTdqLxkB1FmNpSWjG5lAv27SpRD82GNRs6dmP1WMpCbXt6UA3D/s320/SM_Lidia%20Jorge%20-%20Misericordia.jpg" width="320" /></a></p><p></p><p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">"Setenta pessoas juntas que formam uma família, a caminhar para o final do seu tempo."</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Misericórdia de Lídia Jorge. Por várias vezes hesitei este livro. Primeiro porque conheço a escrita de Lídia Jorge, que por vezes não é fácil, e segundo por saber que era um livro que abordava a finitude da vida. Ainda a viver o luto do meu pai, receei o embate. Tocou-me profundamente. Entranhou-se em mim.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Baseado nas vivências e pensamentos do último ano de vida da mãe da autora, este é um livro com vida dentro! Porque a morte é apenas um instante. Com ele pude revisitar as memórias dos meus mortos e enfrentar os meus fantasmas através das palavras de Maria Alberta, a quem tratavam por Alberti. Uma senhora cheia de fulgor e "strong".</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Recordei os dias em que pisava a grande sala do Lar e o olhar do meu avô todo ele se iluminava. Pegava nas mãos dele e ali sentados ficávamos a falar da eternidade do tempo que nos fugia. E quando me ia, ouvia as suas companheiras de residência a mexericar: "O Sr. Serafim tem muita sorte. A neta está cá todos os sábados!" Naquela altura era uma jovem e não questionava o porquê de pouco me cruzar com outras visitas.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Nessa altura, não era tão duro encarar essa finitude, como o foi há um ano quando o meu pai me deixou. Há um ano quando saí do quarto dos meus pais sabia que o meu pai nos iria deixar nessa noite. Fugi da morte dele. Achava que se me fosse embora ele não morreria. Quando o telefone tocou eu sabia o que o meu irmão tinha para me dizer.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Misericórdia conduz-nos a uma reflexão sobre a vulnerabilidade da vida quando se caminha para o último fôlego. Mas nesta finitude não há somente espera. Há vida carregada de medos e anseios, mas também de curiosidade, sonhos e esperança. Há amizades, batalhas, zangas, amores e derrotas. Há saudade. Há uma enorme ânsia de alimentar os sentidos, num espaço e tempo limitado.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Um livro genuinamente belo, pois "a esperança simplesmente é imortal."</span></span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-49122835411919089312023-11-07T20:15:00.002+00:002023-11-08T11:49:28.926+00:00Seguir sem ti...<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4psCVls9Eqce7il25DEPC7-FwrN2WyV1EOlbSlQbmBjFhlWeE2AbgOTEJoVntoifRYsbX4Ap62YUMg4R6lOCn7JJabT0R37PppUxatNdcLFMDPGMq3YrgDTcoYM0e5J0BtWmckuHy7ijYKk936Htl7cPYy-LfLbSwqAFi2mfOf0BvFQIv-9Dz/s5184/SM_Cirque%20de%20Gavarnie.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5184" data-original-width="3888" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4psCVls9Eqce7il25DEPC7-FwrN2WyV1EOlbSlQbmBjFhlWeE2AbgOTEJoVntoifRYsbX4Ap62YUMg4R6lOCn7JJabT0R37PppUxatNdcLFMDPGMq3YrgDTcoYM0e5J0BtWmckuHy7ijYKk936Htl7cPYy-LfLbSwqAFi2mfOf0BvFQIv-9Dz/s320/SM_Cirque%20de%20Gavarnie.JPG" width="240" /></a></div><br /><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Há um tempo e um espaço que continha a tua presença, pai, e depois há a dimensão da tua ausência.</span></span><p></p><span style="background-color: white; font-size: 14px;"><span style="font-family: verdana;">🤍 12 meses</span></span><div><span style="background-color: white; color: #5f5f5f; font-family: verdana; font-size: x-small;">#sobreaperda #luto #vidaemorte</span></div>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-11012201270582591812023-05-27T18:28:00.003+01:002023-05-27T18:28:28.648+01:00Sobrevivência e Perdão <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFYL1qnEgvLKkI1IvhmBatBqGKAVcQCnXdfex_UIIvHPRANHCIYQ_FWEMnWaFl1MXz6i6vba36xQDmFhUGWa_3PaQUOOtfErtaVKibxctWN9I5O792Af0auMoL9HlQ4rP1QJNb6VBC7U75i0ydPM39D0iaxoxCCDebStoyx2xQ03_SmLSuGA/s5054/FA_Patria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3714" data-original-width="5054" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFYL1qnEgvLKkI1IvhmBatBqGKAVcQCnXdfex_UIIvHPRANHCIYQ_FWEMnWaFl1MXz6i6vba36xQDmFhUGWa_3PaQUOOtfErtaVKibxctWN9I5O792Af0auMoL9HlQ4rP1QJNb6VBC7U75i0ydPM39D0iaxoxCCDebStoyx2xQ03_SmLSuGA/s320/FA_Patria.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: verdana;">Euskadi Ta Askatasuna, Pátria Basca e Liberdade </span><p></p><p><span style="font-family: verdana;">Estávamos nos anos 90. Eu era uma miúda e pouco ou nada ligava ao que passava de notícias na televisão. No entanto, estas estavam sempre a passar na hora do jantar. O meu pai não gostava de barulho naquela hora sagrada e nós irmãos, muito quietos, obedecíamos sem pestanejar.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Uma vez por outra lá havia alguma notícia que nos captava a atenção e já não tirávamos os olhos do pequeno ecrã.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Novo atentado da ETA. Na minha memória estão gravados alguns fragmentos sobre aquele passado recente. Em casa, não se falava sobre isso, por isso assistia, mas não entendia o que se passava. Sabia que não era muito longe daqui e que era algo mau.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Há uns dois anos vi na RTP um série sobre a ETA, A Linha Invisível. Gostei tanto, que despertou-me a curiosidade. Assim, quando soube da história deste livro de Fernando Aramburu sabia que tinha de o ler.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">716 páginas que se lêem num ápice. Duas famílias em lados opostos, que retratam tão bem a dor e o sofrimento que marcaram o País Basco durante a luta armada da ETA. Uma história de sobrevivência, mas também de saber pedir/aceitar o perdão.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">"Acabou-se. Daqui para a frente, sem mim. E nem sequer teve um movimento de sobrancelhas meses mais tarde, quando viu na televisão aqueles três encapuzados proclamarem que a ETA tinha decidido pôr fim à luta armada."</span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-90858831002283803752023-05-15T15:36:00.000+01:002023-05-15T15:36:05.914+01:00"Eu tenho um lugar"<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3R7mIcw0Un3L6JtXx9Lvi-b5sa_zUfHTuBtzZVQHZ31d64qBDa0NbdD7qW9-HJcsa3xcUd8GoMpFEpk7eJn0OjPM6bnU9kQmXWjNnidrmfG0Zhc0Ucgh-VzSjjeHxmpW4k-uNsJ6jYoiuV8URNHgwAsna3UGCdnkX_zTHJD-fKOwV39Rafg/s5184/JLP_Somos%20a%20primeira%20pessoa%20do%20plural.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3888" data-original-width="5184" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3R7mIcw0Un3L6JtXx9Lvi-b5sa_zUfHTuBtzZVQHZ31d64qBDa0NbdD7qW9-HJcsa3xcUd8GoMpFEpk7eJn0OjPM6bnU9kQmXWjNnidrmfG0Zhc0Ucgh-VzSjjeHxmpW4k-uNsJ6jYoiuV8URNHgwAsna3UGCdnkX_zTHJD-fKOwV39Rafg/s320/JLP_Somos%20a%20primeira%20pessoa%20do%20plural.JPG" width="320" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: left;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;"><span style="font-family: verdana;">Já vos aconteceu desacelerar o ritmo de leitura de um livro, só por quererem saborear lentamente cada palavra escrita?</span></span></div><p style="text-align: left;"><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Já vos aconteceu terminar um livro e não terem palavras para escrever sobre ele?</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">"Somos a primeira pessoa do plural" de José Luís Peixoto é um pequeno livro de 101 páginas distribuídas por 20 textos, que o autor selecionou para esta edição especial, lançada pela editora Fundza.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Quando o José Luís Peixoto leu a primeira página do texto "Somos a primeira pessoa do plural", no auditório da biblioteca municipal de Castro Marim, soube que iria querer ler todas as páginas deste livro. Infelizmente, não o trouxe comigo nesse dia, mas chegou à minha caixa de correio três semanas mais tarde.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">"Somos a primeira pessoa do plural" fala-nos ao coração e talvez por isso não tenha palavras para expressar o quanto estava a precisar de ler este livro.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">É daqueles que lês a última página, fechas o livro e dizes: - Poxa que bonito foi ler-te! É dos que confortam e perduram no tempo. Dos que mais tarde revisitamos, vezes e vezes.</span><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14px;">"Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso."</span></span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-18686017887171248532023-03-07T19:34:00.002+00:002023-03-07T19:34:33.177+00:00Ausência de palavras, Vazio<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizdi9Ha5YWcquEk-ubnDC0VAZlkAauLgbHQY9BxK1fN1dkqE4zOQHjstYFZnmuf_FM8zvcfFVyZpevxf75CWhfGKjXRBCJyZeTk7QBeYH3isz1njKZuvM52pKKLuNf7bq-kFKtcx5PFkzMXoLoeep3mzeY93LJDW_iCyHa1fhA-olDYeFyoQ/s4096/Vazio_Catarina-Sobral.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4096" data-original-width="4096" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizdi9Ha5YWcquEk-ubnDC0VAZlkAauLgbHQY9BxK1fN1dkqE4zOQHjstYFZnmuf_FM8zvcfFVyZpevxf75CWhfGKjXRBCJyZeTk7QBeYH3isz1njKZuvM52pKKLuNf7bq-kFKtcx5PFkzMXoLoeep3mzeY93LJDW_iCyHa1fhA-olDYeFyoQ/s320/Vazio_Catarina-Sobral.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p><span style="font-family: verdana;">Como se conta uma história tendo apenas desenhos, recortes e pinceladas como guia?</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Em Vazio, Catarina Sobral mostra-nos que é possível contar uma história bonita apenas com ilustrações.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Esta maravilhosa fábula visual com ausência de palavras dá-nos a conhecer um homem que apelidamos de Sr. Vazio. Nas imagens podemos ver como o personagem principal, com apenas uma silhueta branca, se distingue de todos os outros.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">E o que procura o Sr. Vazio?</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Procura-se a si mesmo, para deixar de estar vazio. Assim, no decorrer das suas atividades do dia a dia, como ir ao supermercado, ao médico, passear pela natureza, visitar museus, andar pelas ruas, o Sr. Vazio tenta preencher os vazios da sua vida. Mas nada acontece, pois dia após dia continua sempre vazio.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Até que um dia cruza-se com a Sra Vazia. Hum... O que será que aconteceu na vida do Sr. Vazio? </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Curiosidade: "Vazio" foi selecionado para o prestigioso catálogo White Ravena da International Youth Library.</span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-16466571826771159012023-02-22T22:24:00.002+00:002023-02-22T22:24:21.238+00:00Um hino ao desejo<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcU3RWES6a0T6SU77TBq90P_KnBxR7EF5DUC_SF6DFomwBoH8TcICWdytklWas5tfa1CcdQAUlfgykPGprALo50MxacqHueWK8WHrGlBp_V4NShV5fj7AmNPDnehLPYfVll7pTUhDwg-VSrYWMtFxoGMs1f3EJJTZ9CTjwx1B_ut9vv8r0iA/s3586/RTD_orapazquenaosetinhaquieto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3423" data-original-width="3586" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcU3RWES6a0T6SU77TBq90P_KnBxR7EF5DUC_SF6DFomwBoH8TcICWdytklWas5tfa1CcdQAUlfgykPGprALo50MxacqHueWK8WHrGlBp_V4NShV5fj7AmNPDnehLPYfVll7pTUhDwg-VSrYWMtFxoGMs1f3EJJTZ9CTjwx1B_ut9vv8r0iA/s320/RTD_orapazquenaosetinhaquieto.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: left;"><span style="font-family: verdana;">O rapaz que não se tinha quieto de Rita Taborda Duarte e ilustrações de Ana Ventura é um hino ao desejo. Do ir mais longe, para lá daquilo que conhecemos, mesmo quando não se sai do mesmo lugar. De "um ínfimo espaçoide quadrado", um rapaz confidencia-nos o quanto gosta de viajar. Na verdade, o quanto "gostava era de viajar". </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: verdana;"><br />Mesmo "que nunca tenha deixado [a sua] terra de palmo e meio de província, ainda que só tenha permissão para sair dos dois mil metros quadrados de quintal [...] para ir até à escola que fica já ali", ainda assim o que ele gosta mesmo é de viajar! "E ao cair da noite, com milhares de quilómetros percorridos, até [sentia-se] cansado." Na verdade, ficava "exausto, como um viajante no final da caminhada." Porque na verdade ele era uma criança desejante. Muito mais desejante até do que os homens que constroem "desejos sobre os desejos."<br /><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: verdana;">E nesta ânsia de querer desbravar o seu mundo redondo, o rapaz começou a pensar no transporte que podia eleger para as viagens que ainda não fazia. Primeiro o comboio, mas só até ao dia em que se desiludiu com um "viajante falsificado". Depois o barco. Só que ao eleger o barco, o mar não lhe via. Tinha que construir uma "alta torre do luar". E mais tarde um "farol estrelado". </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: verdana;"><br />De tanto desejar acabava por "viajar todos os dias sem o notar; mesmo quando a paisagem à [sua] volta não muda nunca e se mantém a mesma, sempre".</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: verdana;"><br />A narrativa poética de Rita Taborda "sussurra ao ouvido os caminhos navegados". Convida-nos a saborear as palavras. Pois, mesmo em movimento, estamos parados. Encantados por tamanho "brilho miúdo e desassossegado." E as belíssimas ilustrações de Ana Ventura fazem a ligação perfeita para este embalo de um "barco navegante, luzente e iluminado.</span></div>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-30454041082539951512023-02-08T09:12:00.004+00:002023-02-08T09:15:04.720+00:00pequenos detalhes<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQOUw77OM-9tQM1s62fteXMl9xXAynBm066Q-smjhOxLIFp6KUtYaMR8EIYo1NoeLa1yIFw8DS0Dxs5FZ8IKKZWx34vxy3Ebrbsbwf0S8LXmDsmAFGJHjFdSKgRXU5XGnlsgFAp6l8HzVtMRUPXZeXPwvm119xx7UjjB3UtFGV6vGx4V6z_Q/s5184/SM_Nuvem.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3888" data-original-width="5184" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQOUw77OM-9tQM1s62fteXMl9xXAynBm066Q-smjhOxLIFp6KUtYaMR8EIYo1NoeLa1yIFw8DS0Dxs5FZ8IKKZWx34vxy3Ebrbsbwf0S8LXmDsmAFGJHjFdSKgRXU5XGnlsgFAp6l8HzVtMRUPXZeXPwvm119xx7UjjB3UtFGV6vGx4V6z_Q/s320/SM_Nuvem.JPG" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Continuo a pensar em ti todos os dias, mesmo quando não te escrevo.</span></span><p></p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Há sempre um momento do dia em que a minha memória te vai buscar para junto de mim. Ou talvez sejas tu que entras pelos meus pensamentos adentro e muito solícito insistes que tenho de parar e pensar em ti.</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Por vezes, vou a caminho de casa e um pequeno detalhe, como uma nuvem, traz-me o teu rosto até mim.</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Outras vezes, quando vou a caminho da tua casa para ver a mãe, recordo aqueles dias em que depois do trabalho ia ao teu encontro e ficava sentada junto da tua cama à espera que me contasses o teu dia. E tu pouco dizias. Só querias estar ali deitado e quieto. Sabias que eu estava ali e isso chegava-te. Por vezes, eu fazia mais uma tentativa de diálogo, mas tu não querias conversar. E eu ali ficava a ver-te até ter que me ir embora. E sempre que ia, era mais um dia que sentia e sabia que te perdia. Maldita doença que te levou de nós!</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Fiquei órfã de ti e não sabia que nesta idade iria ser na mesma difícil. Nem sabia que seria um processo de luto solitário. Também não sabia que cá dentro estão todos os sentimentos e que todos os dias sai um para me levantar ou deitar no chão.</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Penso em ti todos os dias, pai. E hoje, particularmente, escrevo-te porque estou mais perto do chão.</span></span><div><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;"><br /></span></span></div><div><span style="background-color: white; color: #5f5f5f;"><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;">#sobreaperda #luto #vidaemorte</span></span></div>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-15462215620283507582023-01-25T17:00:00.014+00:002023-01-25T17:06:02.218+00:00«Dilúvio»<blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/arI3YWvhc2Y" title="YouTube video player" width="460"></iframe> </blockquote><div><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div><span style="font-family: verdana;">No sábado passado fui um concerto de <i>A garota não</i>, integrado nos <a href="https://www.encontrosdodevir.com/" target="_blank">Encontros do DeVIR</a> e foi ma-ra-vi-lho-so.</span><div><br /></div>
</div>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-32245674224569965302023-01-22T17:20:00.005+00:002023-02-08T09:30:48.995+00:00Velhos Lobos <p style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOkxSF8TCm6gwLzvLvxKMpCLlVkHUzGHuSvoN5Qwi34XzgTaat4mxhzn3IGQOdwBs-gloOUTmfGFrjA1M24FB_4U6b7wlBO8Eolkfo3ZmH6mhpdpO3CTvmRfOyp58sAGHsCu8QazohPksBLxL3D1zfPPs8BSTmqvCQwGmSBE8AWbxcnje-Bg/s3888/IMG_20230122_171532.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><img border="0" data-original-height="3888" data-original-width="3838" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOkxSF8TCm6gwLzvLvxKMpCLlVkHUzGHuSvoN5Qwi34XzgTaat4mxhzn3IGQOdwBs-gloOUTmfGFrjA1M24FB_4U6b7wlBO8Eolkfo3ZmH6mhpdpO3CTvmRfOyp58sAGHsCu8QazohPksBLxL3D1zfPPs8BSTmqvCQwGmSBE8AWbxcnje-Bg/s320/IMG_20230122_171532.jpg" width="316" /></span></a></p><p></p><p><span style="font-family: verdana;">Já há algum tempo que tinha alguma curiosidade em ler Campaniço. Daí que o empréstimo de Velhos Lobos por parte de uma amiga foi a desculpa perfeita para descobrir a sua escrita.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Posso dizer que foi uma boa surpresa. Neste Velhos Lobos, a escrita de Carlos Campaniço revelou-se muito visual. O autor pinta com envolvência a ruralidade, a dureza da terra, o sol escaldante e a pobreza de um Alentejo de outros tempos. Quase que conseguimos cheirar os aromas suaves, fortes e desagradáveis; sentir os ciúmes, os amores e as fatalidades; visualizar as mezinhas, rezas e bruxarias.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">O ódio alimenta durante anos duas famílias. Os Lobo, onde Francisco d' Almeida Lobo é dono e senhor da propriedade Monte do Azinhal, "imaginada como a maior de toda a planície", e os Velho, que vivem no Montinho, mas em que Maria Barnabé e Jacinto Velho nem donos da terra são, pois o pai deste deixou-lhe como herança "coisa nenhuma". Eles e seus filhos vivem na pobreza extrema e carregam as desgraças da vida. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Sebastião, a quem o médico disse a Maria Barnabé, sua mãe, que tinha um pequeno atraso, é quem nos conta a história através das suas memórias.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Assim, capítulo a capítulo vamos acompanhando as agruras e as disputas familiares destas duas famílias que isoladas da aldeia vivem na sua própria solidão. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Vivem uma solidão imposta pela lida da terra e os afazeres diários, que os mata e os leva, por vezes, também para a loucura.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Apercebemo-nos que apesar das suas diferenças sociais e de riqueza, ambas têm fins muito semelhantes.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Quero destacar o antagónico Jacinto Velho, que é o único que resiste à modernidade dos tempos e que vive bem consigo próprio e com a sua solidão. E a destemida Maria Barnabé, uma mulher mística, que representa o imaginário coletivo do saber feminino, das mezinhas, da reza, do poder e capacidade administrativa da casa. Sem dúvida duas personagens marcantes.</span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-64722008392975413722023-01-09T21:06:00.004+00:002023-01-09T21:06:59.239+00:00"Então e tu?"<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9A80NPQwBm10HFdB7O5MRVjK0ZuBGQGanA8dR_ysOmM_U2oxfabJPg7zmxLTls9bHW_G-jrkg3v3z7YoOvNu4KVY4E-CbdobSSOx1oxhmkJwzbiThlYTqB1cvfM3Cw9dzy60ZJUvbNwyi2BIbEjI6vlFbU1Up_obqTBgM1hgF7_P3FkWlCw/s4166/IMG_20230108_124345.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3427" data-original-width="4166" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9A80NPQwBm10HFdB7O5MRVjK0ZuBGQGanA8dR_ysOmM_U2oxfabJPg7zmxLTls9bHW_G-jrkg3v3z7YoOvNu4KVY4E-CbdobSSOx1oxhmkJwzbiThlYTqB1cvfM3Cw9dzy60ZJUvbNwyi2BIbEjI6vlFbU1Up_obqTBgM1hgF7_P3FkWlCw/s320/IMG_20230108_124345.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p><span style="font-family: verdana;">Em a <i>História de Roma</i>, a escrita de Joana Bértholo é bastante envolvente e introspectiva. Daí que revi-me em vários momentos da história: na cultura do mate, no amor, nos programas de mobilidade, no cenário de Buenos Aires, nas viagens, na pressão da idade, no ser ou não ser mãe, nas questões que surgem daí, na morte.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Lisboa, dez anos depois. No lugar âncora, dá-se o reencontro com o antigo amor. Este vem desmoronar as certezas da jovem Joana, a personagem. Em dez dias, juntos percorrem Lisboa e redondezas, lembrando o início e as entrelinhas, mas as memórias de ambos não se encontram. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">A memória regressa então a Buenos Aires, ao início. Surgem os porquês, as dúvidas. As entrelinhas do depois são reconstruídas na lembrança das inúmeras viagens de Joana à procura dele por Berlim, Marselha, Beirute sendo também essas viagens uma busca de si própria. E nessas histórias que vão percorrendo dentro da história vão evocando também o momento que poderia ter mudado o rumo da sua história de amor.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Para além de uma história de amor, a autora coloca-nos perante uma mulher, que pode ser várias mulheres e não aquilo que a sociedade está à espera que ela seja. É livre e não tem de estar aprisionada às convenções ou preconceitos, pode questionar a maternidade, porque esta também pode ser uma não opção. É de uma geração do mundo, a "primeira que democratizou a viagem por lazer e não por exílio", que vive em constante mobilidade e que pode-se apaixonar em várias línguas.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Esta é uma história sobre pessoas que são lugares, daí que termina-se questionando a certeza ou incerteza do nosso lugar.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">De notar que apesar desta ser uma história ficcionada, esta podia bem ser a história da Joana autora. No entanto, as diferentes geografias narradas são cidades por onde a autora também passou e experienciou, o que não deixa então de ser biográfico.</span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-35481343073107866782023-01-08T11:00:00.002+00:002023-02-08T09:32:15.094+00:00As tuas laranjas <p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIh80vtAGhc6z_5rgZ4vhgbJgfktS2tpBHr3RTWZS58hHPdWTVnnXrJ3uKCq_ByL8LSQclp0vbgFHxvOCD6u5KAz8Fpf0V5WCbQrDfU820V6phfCUSRFz1F9sJczwzrbdvG4nQwmPAgV74YE0uF5NHwOY2QhW1a43zjW9Rlpxth0oyjBfm6A/s5113/IMG_20230108_124909.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3835" data-original-width="5113" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIh80vtAGhc6z_5rgZ4vhgbJgfktS2tpBHr3RTWZS58hHPdWTVnnXrJ3uKCq_ByL8LSQclp0vbgFHxvOCD6u5KAz8Fpf0V5WCbQrDfU820V6phfCUSRFz1F9sJczwzrbdvG4nQwmPAgV74YE0uF5NHwOY2QhW1a43zjW9Rlpxth0oyjBfm6A/s320/IMG_20230108_124909.jpg" width="320" /></a></p><span style="font-family: verdana;"><p>Dois meses, meu pai. </p></span><p></p><p><span style="font-family: verdana;">Achei que não te iria escrever desta vez. Que a vida seguia e eu seguia com ela. Mas, aqui estou. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Sempre te tratei por você e agora trato-te por tu, meu pai. Espero que não me leves a mal esta irreverência.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Hoje trago-te esta fotografia do teu neto a apanhar as tuas laranjas. Tu gostavas de lhe pôr o escadote para ele subir, mas achavas sempre que não seria muito seguro para ele. Na verdade, nem para tu subires aquele escadote velho era seguro. Mas tu subias e enquanto subias o teu neto cruzava os braços de tão zangado e amuava. E quando tu descias, ele subia todo contente e atirava-se às laranjas para tu apanhares. Mas tu em tom sério dizias "- Sai daí rapaz que ainda cais daí de cima." E ele cantarolava e não ligava ao que tu lhe dizias. "- Não caio não, avô." </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Nunca foste de muitas conversas e o teu silêncio sempre ditou um certo distanciamento entre nós. Foste pai de outros tempos, mas eras um avô preocupado. Nunca te disse, mas gostava de te ver com o teu neto. Eras diferente. Tinhas um cuidado especial para com ele e isso notava-se no teu olhar.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Sabes, temos ido lá a casa às tuas laranjas. Sempre que as descasco a vida segue e eu sigo com ela.</span></p><p><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;">#sobreaperda #luto #vidaemorte</span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-20929045146874413532022-12-19T15:04:00.010+00:002022-12-19T15:05:37.587+00:00ritmo de leitura<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhgKi-R_TwJrybJncz_9pZUwapNX7ow3kNP9GUf6qDATupiGy4OkLv-ZZ4jxpKRvoyOeMeGEMrhNo8tmW25GU5PHkAegbwH7M3JfLvv7Dw4D_b98gr994eCeFgahZeMJyBxC2-aZyff5fuhpgW64HCsya7gDZFeEtxdlsx9i65nFwjSpRSvg/s2539/Irene%20Vallejo%20-%20O%20Infinito%20Num%20Junco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2539" data-original-width="2539" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhgKi-R_TwJrybJncz_9pZUwapNX7ow3kNP9GUf6qDATupiGy4OkLv-ZZ4jxpKRvoyOeMeGEMrhNo8tmW25GU5PHkAegbwH7M3JfLvv7Dw4D_b98gr994eCeFgahZeMJyBxC2-aZyff5fuhpgW64HCsya7gDZFeEtxdlsx9i65nFwjSpRSvg/s320/Irene%20Vallejo%20-%20O%20Infinito%20Num%20Junco.jpg" width="320" /></a></div> <p></p><p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; color: #262626;">Terminei "O Infinito Num Junco" de Irene Vallejo. Levei de janeiro a dezembro a lê-lo. Quererá isto dizer que foi um mau livro? Não, de maneira alguma.</span><br style="background-color: white; color: #262626;" /><br style="background-color: white; color: #262626;" /><span style="background-color: white; color: #262626;">Desde que iniciei esta leitura que apercebi-me que iria ser assim, pois o livro impôs o seu ritmo e eu deixei fluir. Fui intercalando outros livros e sempre que "O Infinito Num Junco" chamava por mim eu regressava a ele.</span><br style="background-color: white; color: #262626;" /><br style="background-color: white; color: #262626;" /><span style="background-color: white; color: #262626;">Foi uma leitura bastante enriquecedora e fascinante. Nunca tinha lido nada da autora e gostei bastante desta descoberta. Ler Irene Vallejo foi encontrar imposição de ritmo de leitura, envolvência, sensibilidade, criatividade, paixão aos livros e até um toque de genialidade. </span><br style="background-color: white; color: #262626;" /><br style="background-color: white; color: #262626;" /><span style="background-color: white; color: #262626;">Na verdade este livro, que fala do objeto Livro, de livros e da sede de leitura, foi pura deleitação!</span><br style="background-color: white; color: #262626;" /><br style="background-color: white; color: #262626;" /><span style="background-color: white; color: #262626;">Penso que a leitura também teve outro prazer, porque a maioria dos livros que a autora refere já os tinha lido e daí houve uma outra identificação. Contudo, também fala de alguns que eu não conhecia e claro que fiquei curiosa por lê-los. </span><br style="background-color: white; color: #262626;" /><br style="background-color: white; color: #262626;" /><span style="background-color: white; color: #262626;">"A paixão do colecionador de livros é parecida com a do viajante. Toda a biblioteca é uma viagem; todo o livro é um passaporte sem data de caducidade."</span><br style="background-color: white; color: #262626;" /><br style="background-color: white; color: #262626;" /><span style="background-color: white; color: #262626;">Esta citação não podia ser mais perfeita. </span></span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-83448624505633431972022-12-08T15:46:00.001+00:002023-02-08T09:31:48.579+00:00Palavras para ti, Pai<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBKRyKeGl17SxA994DKGFFOeAU7MWcPk4nOpviJCafeaX9HBeALMG7XdBRUCPmhK1y8YWVCsO2SpsK_1EqEDiIUOpzqCNVsNDgkdlwu93IQD95dgTyTeCxQOEE0HdWMF3HTWWLYm0uQillGq1hpb8Ln6lTk6-GJJHny9r16OaYkV6q2JlZhQ/s2455/IMG_20221208_124809.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1841" data-original-width="2455" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBKRyKeGl17SxA994DKGFFOeAU7MWcPk4nOpviJCafeaX9HBeALMG7XdBRUCPmhK1y8YWVCsO2SpsK_1EqEDiIUOpzqCNVsNDgkdlwu93IQD95dgTyTeCxQOEE0HdWMF3HTWWLYm0uQillGq1hpb8Ln6lTk6-GJJHny9r16OaYkV6q2JlZhQ/s320/IMG_20221208_124809.jpg" width="320" /></a></p><p></p><p><span style="font-family: verdana;">Um mês sem ti, pai. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Todos os dias conto mais um dia sem ti. Dizem que o tempo ajuda a atenuar a dor, o aperto no coração e que a saudade fica mais suave. Talvez seja assim, mas por agora choro-te pai. No silêncio, sozinha choro-te. Choro-te por já não estares connosco. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Por ter-te visto ir todos os dias mais um bocadinho. Por ter sentido a vulnerabilidade da vida através de ti e saber que não podia fazer nada mais do que estar contigo. E essa sensação de impotência foi dilacerante. Não te consegui valer, meu pai. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Porque a vida é assim mesmo, dizem-nos. Por isso, tive de aprender a gerir as emoções (quando ainda estavas connosco) e deixar-te partir.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Recordo estas últimas fotos que tirei-te com o teu neto e são o momento mais especial em que vos apanhei juntos. Ele a seguir as tuas pedaladas de ciclista e tu todo orgulhoso.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Por vezes, ele apanha-me num dia mais triste e pergunta-me se é por causa de ti que choro. Nesta última vez, ao dizer-lhe que sim respondeu-me: "- Sabes menina mãe quando eu fico triste, logo a seguir penso em uma coisa que me faz feliz."</span></p><p><span style="font-family: verdana;">E sabes o que me respondeu quando lhe perguntei no que pensa para ficar feliz? </span></p><p><span style="font-family: verdana;">"- Penso muito em batatas fritas, na praia e no cinco que dava ao avô".</span></p><p><span style="font-family: verdana;">E são estas pequenas conversas com o teu neto que me fazem sorrir no luto da tua perda. Choro-te de saudade, meu pai. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Seremos sempre cinco.</span></p><p><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;">#sobreaperda #luto #vidaemorte</span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-86916382647232652842022-11-16T16:51:00.007+00:002022-11-16T16:52:48.823+00:00#saramago100<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifcB3y0dHY1gulH4stPL3_kC7wBuf_dwmLq_H8jkaz82jpJLi7sPP2s5qwOBkymYmWvmSs7r_1VTL3Xa9wQfsWYpVQkRr6NJ_EVobOhOlPsYqc8tQrEHlLLVfrcq6oYb64KmpNy1AgSouVCNysItsdDYaew4L46Pz5_pVbAU-b47EsSpG4Qw/s4277/SM_Saramago100.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3468" data-original-width="4277" height="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifcB3y0dHY1gulH4stPL3_kC7wBuf_dwmLq_H8jkaz82jpJLi7sPP2s5qwOBkymYmWvmSs7r_1VTL3Xa9wQfsWYpVQkRr6NJ_EVobOhOlPsYqc8tQrEHlLLVfrcq6oYb64KmpNy1AgSouVCNysItsdDYaew4L46Pz5_pVbAU-b47EsSpG4Qw/s320/SM_Saramago100.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p><span style="font-family: verdana;"><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">"Depois de muito caminhar, ainda o amanhecer vinha longe, achei-me no meio do campo com uma barraca feita de ramos e palha, e lá dentro um pedaço de pão de milho bolorento com que pude enganar a fome. Ali dormi. Quando despertei, na primeira claridade da manhã, e saí, esfregando os olhos, para a neblina luminosa que mal deixava ver os campos ao redor, senti dentro de mim, se bem recordo, se não o estou a inventar agora, que tinha, finalmente, acabado de nascer. Já era hora."</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;"><i>As pequenas memórias</i>, José Saramago</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Para celebrar o centenário de Saramago, estou a ler os <i>Cadernos de Lanzarote</i>. Pretendo ler todos até ao final do ano, sendo que iniciei o volume IV este mês.</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Também comecei a ler <i>As Pequenas Memórias</i>.</span><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;"> Para quem nunca leu o autor, este é um excelente livro para descobrir o Nobel.</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">Ler Saramago, sempre.</span></span></p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-52052344030754353742022-11-07T20:15:00.002+00:002022-11-16T16:57:58.854+00:00Adeus, meu pai<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8JMAKIV_RKcDh1pmDQYtePndgaGpbmccIuZdRoQs41iRtdS3nVJtLRr1NOzKwtcsAgihWqClfrYQkvUoF4LJkxCseH3sadysTXD7TGGfTC_slxbH3MSjHf1T5-g5erFP44X8Bh6_njf9f3nDGZDl60JuJhNKMj9ffMoCpb8i74Q_fHzUvxg/s5184/SM_Monchique.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3888" data-original-width="5184" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8JMAKIV_RKcDh1pmDQYtePndgaGpbmccIuZdRoQs41iRtdS3nVJtLRr1NOzKwtcsAgihWqClfrYQkvUoF4LJkxCseH3sadysTXD7TGGfTC_slxbH3MSjHf1T5-g5erFP44X8Bh6_njf9f3nDGZDl60JuJhNKMj9ffMoCpb8i74Q_fHzUvxg/s320/SM_Monchique.JPG" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: verdana;"> <span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;">«com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo, o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutrira pela pessoa que deixou de existir. pensamos, existe ainda, está dentro de nós, ilusão que criamos para que se torne todavia mais humilhante a perda e para que nos abata de uma vez por todas com piedade. e não é compreensível que assim aconteça. com a morte, tudo o que respeita a quem morreu devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desumano. esse é o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me dissessem [...] vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhe os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pulmões, mas teremos de levar o coração, e lamentamos muito, mas não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante.»</span></span><div><span style="background-color: white; color: #262626; font-size: 14px;"><span style="font-family: verdana;"><i>a máquina de fazer espanhóis</i>, Valter Hugo Mãe</span></span></div>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20317792.post-30714380576434343702022-09-19T19:57:00.003+01:002022-09-19T19:59:09.697+01:00"serei eu quem me lembro de ser?"<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyFM0Zgn_9PFBY9FyFvLVVDYkHS4ObRzQTjG6-qs2JjNEwif9Jj41-NAVimVYjMJwhiH1bcsdcP94QQlyFZXRMrAHo6alDCMwaGUM50ONaAqebtIQUgsbHal70Orl1QseTozAnAOr7Rsj5NZLsDCGyOtzFY_IehzhH-jvkYeAo7M4k7l4qBg/s4012/IMG_20220919_194731.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3227" data-original-width="4012" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyFM0Zgn_9PFBY9FyFvLVVDYkHS4ObRzQTjG6-qs2JjNEwif9Jj41-NAVimVYjMJwhiH1bcsdcP94QQlyFZXRMrAHo6alDCMwaGUM50ONaAqebtIQUgsbHal70Orl1QseTozAnAOr7Rsj5NZLsDCGyOtzFY_IehzhH-jvkYeAo7M4k7l4qBg/s320/IMG_20220919_194731.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: verdana;">Hoje trago-vos a banda desenhada "O Pescador de Memórias" de Miguel Peres, com ilustração de Majory Yokomizo e prefácio do também autor e ilustrador, Edmond Baudoin.</span><p></p><p><span style="font-family: verdana;">A força desta capa, ilustrada por Lucas Pereira, conseguiu transmitir tanto numa só imagem que rendi-me de imediato.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Depois foi a doença de Alzheimer que é um tema que mexe muito comigo. É bastante perturbador imaginar o perder da memória, a nossa identidade, tudo aquilo que somos e vivemos. Daí que adianto já que esta BD é tão bonita que dói.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">O argumento de Miguel Peres prende e maravilha. Gostei especialmente de toda a simbologia que envolve de imediato o leitor. Digo ainda que, nem sempre todas as histórias têm inícios ou finais bonitos, mas Peres soube fazê-lo isso de forma sentida e inigualável. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Em relação às ilustrações de Marjory Yokomizo, nem sempre as achei bonitas, mas a escolha em aguarela funciona maravilhosamente bem. Dá a harmonia perfeita à história.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Termino referindo o cuidado com os detalhes, destaque para a bonita lombada. Podem achar que não, mas os leitores gostam destas coisas</span>.</p>Tons de Azulhttp://www.blogger.com/profile/02120774573067514205noreply@blogger.com0