Tem os dedos entorpecidos. De mãos esticadas para si, questiona os seus dedos que lhe parecem estranhos.
Não sabe por onde andou. Não sabe há quanto tempo esteve ausente. Nem tão pouco sabe aonde se esqueceu de si.
No cimo da sua mesa, por entre papeis e livros, jaz há muito uma caneta esquecida. Vislumbra-a. Suavemente pega nela, e a medo ensina-a a caminhar por entre os seus desajeitados dedos.
A tinta custa a marcar a folha pautada. Por momentos pára e vagueia nos seus pensamentos. Lentamente retoma a escrita. Apanha as letras soltas que lhe tinham fugido e forma palavras. Forma muitas e muitas palavras. Palavras que já não são escritas para um vazio, nem para um silêncio, mas para um despertar.
6 comentários:
Por vezes acontece esse distanciamento, essa ausência, esse dormitar esquecido de tudo o mais. Faz parte!
O importante é que se volta a despertar, um dia...
Jinhos!
Onde se desperta há vida...onde há vida há beleza. O desentorpecimento da alma ao serviço da sua expressão...desperta ao sabor daqueles que te gostam de vir visitar!
Beijos grandes aqui da tua homónima.
A vista de Faro foi bem escolhida!
Muito obrigado...é sempre uma surpresa super agradável...o sorriso do final do dia, neste caso!
:)))
Lindíssimas palavras, como folhas que caíram, levemente, e que durante o seu voo até ao chão tinham algo a dizer ao mundo.
Adorei este despertar. Nele respira-se esperança e, sobretudo, o pousar de palavras em novas folhas.
Um abraço desperto.
Ah, e a foto está magnífica! :)
e...era uma vez................
:)abraÇo
Muito bem conseguida a descrição desse momento que quem escreve com alma certamente conhece...
Beijinhos
a escrita desperta-nos quando nós despertamos para a escrita... =)
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