Antequera, Espanha
Numa das minhas visitas à vizinha Espanha, andei por terras andaluzas e nessas andanças, descobri Antequera. Uma cidade pacata, que me atraiu especialmente pela reserva natural El Torcal. Um mar deslumbrante de pedras a perder de vista!
Só que nessa descoberta, também me saltou à vista um monumento natural, que aparenta um rosto. Este é designado como Peña de los Enamorados. A rocha aparece em todos os postais turísticos e é mesmo a identidade da cidade. E é sobre esta pedra rochosa que irei falar, porque com um nome assim só poderia haver lenda por trás!
A Peña de los Enamorados separa a cidade de Antequera de Archidona e este rosto que dorme sob as entranhas da terra remete-nos para a lenda dos amantes de Antequera, Tazgona e Hamet. Ela rica, filha de um alcaide mouro de Archidona. Ele um escravo cristão de Antequera. Ora pois já sabemos que quando a religião entra em histórias de amor acaba sempre em tragédia! O que é certo é que apesar das diferenças sociais e religiosas, Tazgona salvou o jovem Hamet do calabouço e os dois jovens apaixonaram-se.
Claro que os pais de Tagzona não estavam de acordo com essa paixão, pois como é que poderiam aceitar que a sua adorada filha se enamorasse por um escravo e ainda por cima cristão!
Prisioneiros a um amor impossível, os jovens apaixonados decidiram fugir da tirania da família de Tagzona. O pai ao descobrir, não aceitou a fuga da filha e, juntamente com outros familiares, foi no seu encalço.
Os dois jovens fugiram até ao cimo da rocha e por lá se abrigaram nas suas encostas. Só que dali não podiam escapar. Então o jovem Hamet sentindo-se perseguido decidiu atirar-se para o abismo mas, no momento em que se atirou a jovem enamorada agarrou a mão do seu apaixonado e os dois voaram para o vazio, unindo-se na eternidade.
Desde aí que podemos ver o rosto adormecido do jovem Hamet, que é sussurrado pelo vento, a sua sempre apaixonada Tagzona.
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Nota: Esta é apenas uma das diferentes versões que existem.
7 comentários:
Linda história, como são sempre estas lendas de amores contrariados...
Nota-se perfeitamente o perfil do rosto.
Um abraço
Estive em Antequera em Agosto. Estava um calor danado. Mas adorei a Andaluzia.
Pois estas lendas, apesar de trágicas, têm sempre a sua dose de beleza, Isabel. :)
Manuel,
Não te avisaram que não se visita a Andaluzia em Agosto?! ;) Sem dúvida que é bonita, tal como gosto imenso da Galiza, mas em Agosto nada de passeios pelo sul de Espanha!
É insuportável o calor que se faz sentir, em Sevilha então é para esquecer. ;)
Adoro essas lendas! :)
Mas tens razão, a Andaluzia em Agosto é para esquecer! E uma vez fui a Sevilha em meados de Junho e julguei que morria de insolação, tal era o caloraço que fazia nesse dia... ;)
Beijocas!
Pois, pois, mas aquelas águas quentes em Agosto são as únicas que me convencem a ir ao mar :)
Quem não tem dinheiro para ir às caraíbas é assim :)
Mas tens razão, a Galicia é outra coisa. Aquela catedral de Santiago deixa-me sem ar :) No bom sentido, claro.
Até as pessoas são mais simpáticas. Os galegos são mesmo nuestros hermanos; já os andaluzes são sorumbáticos...
Também gosto, Teté! Por isso é que ando sempre à cata delas! :)
Pois sul de Espanha no Verão é mesmo para esquecer minha querida. ;) O melhor mesmo é o sul lusitano.
Beijocas
Manuel não digas isso, que a costa algarvia tem praias excelente e a água, apesar de não ser com a temperatura das Caraíbas, até é bem quente! Bem mais quente do que as praias do nosso Minho! ;)
E quanto a galegos só posso é concordar contigo. É assim... não há dúvida que o norte de um país é sempre mais aberto do que o sul. Muito embora o norte da Irlanda não seja bem assim. Pelo menos não em Dublin... Pode ser a excepção à regra... ;)
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