Será possível antever um mundo em que o indivíduo estará liberto de uma série de ocupações e onde estas serão entregues à máquina?
Paradoxalmente à questão temos sociedades em constante aceleração, que correm atrás do tempo, sempre atrasadas e ansiosas. Porquê? Porque não se previu a globalização, nem a obsessão pela competitividade, bem como os horários de trabalho surrealistas. Os poderes continuam a exigir um crescente leque de actividades que pouco ou nada têm a ver com o lazer. Eles controlam e robotizam as sociedades através do crescente produtivismo e mais uma vez, a hora do ócio, do justo momento do cogitar, da especulação desinteressada, do cultivo da nova ideia e da contemplação parece querer escapar por entre as mãos.
O desejo de que a máquina libertaria o indivíduo do seu cansativo trabalho, proporcionando-lhe tempo para os prazeres do espírito e do corpo não foi alcançado ainda. O que se verifica é cada vez mais a submissão das sociedades às novas tecnologias. As sociedades continuam a deixar-se atrair para miragens e com isso os poderes globais neutralizam-nas, inibem-nas e continuam a proceder à massificação e ao auto-aprisionamento das mesmas.
Os poderes dos media incutem, através de meios publicitários, novas e estrondosas máquinas que uma vez adquiridas aumentam o tempo livre. Paradoxalmente é necessário trabalhar muito e muito mais para atingir esse fim. Considerámos assim relevante citar as palavras em forma de slogan de Kasimir Malevitch: «A verdade do teu esforço é o caminho para a Preguiça.»
O poder político e económico aborda a pragmática do trabalho como principal razão de viver. O indivíduo corre loucamente, nunca tem tempo para nada. Assim, o que resta de tempo para a Preguiça é agora substituído por um hedonismo fanático pelo consumo.
Os poderes sempre os poderes! O indivíduo extenuado pelo trabalho acaba por encontrar a frustração e esta dá origem à apatia e à preguiça. Passa a viver em total descrença de si próprio. Transforma-se e adoece. Tarde chega a sabedoria. A utopia não se alcança é para se caminhar até ela.
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Bibliografia:
Paradoxalmente à questão temos sociedades em constante aceleração, que correm atrás do tempo, sempre atrasadas e ansiosas. Porquê? Porque não se previu a globalização, nem a obsessão pela competitividade, bem como os horários de trabalho surrealistas. Os poderes continuam a exigir um crescente leque de actividades que pouco ou nada têm a ver com o lazer. Eles controlam e robotizam as sociedades através do crescente produtivismo e mais uma vez, a hora do ócio, do justo momento do cogitar, da especulação desinteressada, do cultivo da nova ideia e da contemplação parece querer escapar por entre as mãos.
O desejo de que a máquina libertaria o indivíduo do seu cansativo trabalho, proporcionando-lhe tempo para os prazeres do espírito e do corpo não foi alcançado ainda. O que se verifica é cada vez mais a submissão das sociedades às novas tecnologias. As sociedades continuam a deixar-se atrair para miragens e com isso os poderes globais neutralizam-nas, inibem-nas e continuam a proceder à massificação e ao auto-aprisionamento das mesmas.
Os poderes dos media incutem, através de meios publicitários, novas e estrondosas máquinas que uma vez adquiridas aumentam o tempo livre. Paradoxalmente é necessário trabalhar muito e muito mais para atingir esse fim. Considerámos assim relevante citar as palavras em forma de slogan de Kasimir Malevitch: «A verdade do teu esforço é o caminho para a Preguiça.»
O poder político e económico aborda a pragmática do trabalho como principal razão de viver. O indivíduo corre loucamente, nunca tem tempo para nada. Assim, o que resta de tempo para a Preguiça é agora substituído por um hedonismo fanático pelo consumo.
Os poderes sempre os poderes! O indivíduo extenuado pelo trabalho acaba por encontrar a frustração e esta dá origem à apatia e à preguiça. Passa a viver em total descrença de si próprio. Transforma-se e adoece. Tarde chega a sabedoria. A utopia não se alcança é para se caminhar até ela.
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Bibliografia:
DACOSTA, Fernando, «Preguiça: Reformular a Utopia», in Sete Pecados Capitais.
MORE, Thomas, Utopia.
SANTOS, Maria Lourdes Lima, «”Cultura dos Ócios” e Utopia», in Cultura e Economia.