Será então que num mundo obcecado pelo consumismo e pelo trabalho, já não temos direito à Preguiça?
Num lado da balança temos os que tentam demonstrar como a Preguiça está nos alicerces do indivíduo. Onde a máquina um dia chegará para o libertar das tarefas e assim, finalmente o indivíduo poderá gozar o tão desejado tempo para a liberdade e para o espírito.
No outro lado temos os que defendem que o mundo está para o progresso, como o progresso está para o mundo e que para lá chegar é necessário muito sacrifício e trabalho árduo.
O Pensador, a famosa escultura de Rodin, conduz-nos para os grandes momentos da criação artística e do pensamento filosófico. Na Grécia Clássica foi exactamente o uso do tempo livre dedicado ao ócio que definiu os fundamentos da cultura, da ética e da moral ocidental. Nessa época, porém, o pleno gozo do lazer era um direito de poucos. No tempo de Péricles a sociedade ateniense era composta por homens livres. No entanto, o tempo liberto para o ócio e a criação só era possível graças ao trabalho dos escravos.
Também a antiga expressão: «dolce far niente» é tão conhecida quanto mal interpretada, pois a mesma nunca significou um convite à preguiça ou à apatia. Esta é antes uma invocação para o aproveitamento da vida, para o recompor do espírito especulativo e, implicitamente, o aliviar da tensão do trabalho, sobretudo o intelectual.
Claro que nesta luta pela Utopia do direito à Preguiça teremos sempre utópicos ou não.
Num lado da balança temos os que tentam demonstrar como a Preguiça está nos alicerces do indivíduo. Onde a máquina um dia chegará para o libertar das tarefas e assim, finalmente o indivíduo poderá gozar o tão desejado tempo para a liberdade e para o espírito.
No outro lado temos os que defendem que o mundo está para o progresso, como o progresso está para o mundo e que para lá chegar é necessário muito sacrifício e trabalho árduo.
O Pensador, a famosa escultura de Rodin, conduz-nos para os grandes momentos da criação artística e do pensamento filosófico. Na Grécia Clássica foi exactamente o uso do tempo livre dedicado ao ócio que definiu os fundamentos da cultura, da ética e da moral ocidental. Nessa época, porém, o pleno gozo do lazer era um direito de poucos. No tempo de Péricles a sociedade ateniense era composta por homens livres. No entanto, o tempo liberto para o ócio e a criação só era possível graças ao trabalho dos escravos.
Também a antiga expressão: «dolce far niente» é tão conhecida quanto mal interpretada, pois a mesma nunca significou um convite à preguiça ou à apatia. Esta é antes uma invocação para o aproveitamento da vida, para o recompor do espírito especulativo e, implicitamente, o aliviar da tensão do trabalho, sobretudo o intelectual.
Claro que nesta luta pela Utopia do direito à Preguiça teremos sempre utópicos ou não.
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Continua...
8 comentários:
Tu andas a ler um ensaio sobre o assunto, não?
Cá por mim essa história de as máquinas virem fazer o trabalho do homem para este poder descansar /preguiçar é uma grande treta. Nunca houve tantas máquinas como hoje e o Homem anda cada vez mais frenético, sem tempo para nada, a viver à pressa...
PS - gostei da descrição da peça de teatro, pena não vir para estas bandas! :)
Jinhos!
Teté, olá
Sim andei a ler sobre o assunto, mas não propriamente ensaios. Apeteceu-me é fazer um ensaio sobre o tema. :)
A peça é espectacular. É daquelas que aconselho a não perder. Não sei se estará para os teus lados, pois eles só mencionaram que iriam estar no dia 13 de Outubro em Leiria.
Beijinhos
A mim parece-me que queres esquivar-te ao trabalho. Daí quereres aqui apresentar uma explicação mais ou menos filosófica para a coisa...
Sabem qual é a coisa que nunca temos preguiça?
Podemos ter preguiça em trabalhar, em ir para cama, em tomar banho, em comer, em fazer amor, o que quiserem... mas é certo que nunca teremos preguiça quando temos vontade de cagar!
Não há como fugir...
Eu já tentei fugir, fingi que estava a dormir, mas acabei por me cagar todo!
"Assim, a Preguiça, ou até mesmo o ócio, enquanto actividade criativa"
Ensaio 1: A Utopia do direito à Preguiça
Agora é que li o primeiro ensaio...
Não estava a perceber muito bem!
Bem, o exemplo que dei anteriormente também pode ser aplicado neste sentido, referido no ensaio 1.
Acho que o acto de cagar, é uma actividade bem criativa. Eu já fiz coisas bem giras. Até fiquei impressionado, por vezes, com a dimensão e o formato da coisa.
Penso que um exemplo mais utópico de preguiça, nos seus vários sentidos, não podia dar...
Obrigada pelo post, adorei e fico à espera da continuação para depois o poder comentar.Jinhos mil
Acho que a preguiça não seja utopia ...
Em alguns casos é uma realidade muito consistente ...!
Bjks da M&M & Cª!
Olá Rogeriomad,
esquivar-me ao trabalho... Hum... não me parece!
Sim não poderias ter dado um exemplo melhor... ... ...
Maria Clarinda, olá
Fico contente por teres gostado. O próximo e último será publicado para a semana.
Beijos
Miguel, olá
Antes de mais desculpa-me, mas apaguei sem querer a tua pincelada. Ao repor, acabaste por ficar sem direito a foto.
Olha que me refiro à Preguiça, ou até mesmo o ócio, enquanto actividade criativa e não me refiro à preguiça-preguiça como pecado capital, de nada fazer!
Um abraço
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