sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

ler e esquecer!?

Leituras para esquecer!?
“- Lestes então os Prolegómenos?
- Mal, e ainda por cima há três anos.
- Três anos! Exclamou o doente. – Gasta uma pessoa o seu tempo e as suas forças como se se tratasse de conquistar a eternidade, e vem um fulano, que por acaso nos leu, dizer-nos que ao fim de três anos tudo olvidou! Malograda glória.”

Como a Água que Corre, de Marguerite Yourcenar

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Máscaras

Máscaras de Veneza
"[...] a diferença entre assumir uma máscara, que é sempre uma oportunidade de liberdade, e ser obrigado a usar uma é a diferença entre refúgio e prisão."

Firmin, de Sam Savage

sábado, 21 de fevereiro de 2009

As minhas verdades e mentiras

Não tenho jeito para inventar mentiras, mas a Fabulosa e a Teté lançaram-me um desafio e vou ter mesmo que mentir três vezes.

As regras:

"Dizer 9 coisas aleatórias a nosso respeito, sendo que 6 são verdades e 3 são mentiras. Quem o prosseguir deverá referir as 3 mentiras que supõe ter detectado no blogue pelo qual foi desafiado."

Como a Fabulosa já revelou as suas mentiras, vou apenas tentar adivinhar as mentiras da Teté antes que ela as desvende:
1ª - Adoro favas guisadas com chouriço, bacon e ovos escalfados;
5ª - Concorri a um concurso televisivo, mas fui eliminada nas provas preliminares;
8ª - Li os dois volumes de "O Capital", de Karl Marx.
(Todas eram possíveis de ser mentira... Estas foram escolhidas assim como que... Um tiro no escuro).

As verdades e mentiras:
1.ª – Tenho uma cicatriz no pé esquerdo de 15 cm;
2.ª – Uso aparelho nos dentes;
3.ª – Toco violino desde os 13 anos;
4.ª – Adoro acordar cedo aos fins-de-semana;
5.ª – Toquei num jacaré;
6.ª – Cortei-me numa máquina de cortar fiambre;
7.ª – Gosto de usar anéis;
8.ª – Entrei em duas peças de teatro;
9.ª – Participei num concurso de prosa.

Os sortudos:

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O desafio em falta!

O Miguel há uns tempos atrás lançou-me o desafio abaixo, que eu acabei por esquecer, mas sem intenção. Entretanto, a Su não quis que o desafio ficasse em branco e (re)lembrou-me a minha falta.

As Regras:
1 - Colocar uma foto individual (tirada por outra pessoa, e não por vós).
2 - Escolher um artista ou banda preferido.
3 - Responder às questões com os títulos das canções do artista escolhido.
4 - Escolher 4 pessoas a quem passar o desafio.

Jardins de Versalhes

Jardins do Palácio de Versalhes. Fotografia de Ana B.

As perguntas do desafio e as respostas com os temas dos Xutos & Pontapés.
a) És homem ou mulher? "Hás-de ver";
b) Descreve-te. "A busca";
c) O que é que as pessoas pensam de ti? "Poço da salvação";
d) Como descreves o teu último relacionamento? "Faca no coração";
e) Descreve o estado actual da tua relação. "Longa se torna a espera";
f) Onde querias estar agora? "Remar, remar";
g) O que pensas a respeito do AMOR? "Pêndulo";
h) Como é a tua vida? "Dá um mergulho";
i) O que pedirias se pudesses ter um só desejo? "Barcos Gregos";
j) Escreve uma frase sábia. "O que foi não volta a ser".

As sortudas:
Dalaila: http://farolnoventodonorte.blogspot.com/
Fabulosa: http://vozemfuga.blogspot.com/
Humming: http://omeusussurro.blogspot.com/
Nuvem: http://a-minha-nuvem.blogspot.com/

sábado, 14 de fevereiro de 2009

“Eu pensava que conhecia o significado do amor”

Milão, Itália
“O amor é o sangue do sol dentro do sol. A inocência repetida mil vezes na vontade sincera de desejar que o céu compreenda. Levantam-se tempestades frágeis e delicadas na respiração vegetal do amor. Como uma planta a crescer da terra. O amor é a luz do sol a beber a voz doce dessa planta. Algo dentro de qualquer coisa profunda. O amor é o sentido de todas as palavras impossíveis. Atravessar o interior de uma montanha. Correr pelas horas originais do mundo. O amor é a paz fresca e a combustão de um incêndio dentro, dentro, dentro, dentro, dentro dos dias. Em cada instante de manhã, o céu a deslizar como um rio. À tarde, o sol como uma certeza. O amor é feito de claridade e da seiva das rochas. O amor é feito de mar, de ondas na distância do oceano e de areia eterna. O amor é feito de tantas coisas opostas e verdadeiras. Nascem lugares para o amor e, nesses jardins etéreos, a salvação é uma brisa que cai sobre o rosto suavemente.
Eu acreditava mesmo que o amor é o sangue do sol dentro do sol. […]”
Uma Casa na Escuridão, de José Luís Peixoto

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E o óscar vai para...

... Quem quer ser Bilionário?, do realizador Danny Boyle.
A história é simples. Um rapaz orfão chamado Jamal Malik, que cresceu com o seu irmão Salim nos bairros de lata de Mumbai, decide concorrer ao concurso "Quem quer ser Bilionário", com intuito de ser visto na televisão por Latika, a rapariga por quem é apaixonado e que entretanto perdeu o rasto.
Jamal está prestes a ganhar o grande prémio. Falta-lhe apenas uma pergunta. Como é que é possível?
São-nos dadas quatro hipóteses:
a) ou ele fez batota;
b) ou tem muita sorte;
c) ou é um génio;
d) ou é o destino.
E assim começa o filme. Jamal está preso e através do interrogatório viajamos até ao seu passado e vamos conhecendo o porquê de ele ter acertado em todas as perguntas.
Será que ele volta no dia seguinte para responder à última questão? Será que ele ganha? Será que ele encontra Latika? Pois... terão de ver o filme.
Uma história simples, com muita energia e cor, que revela o dia-a-dia de miséria na Índia.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

"Foi então que vi o Pêndulo."

"Foi então que vi o Pêndulo.
A esfera, móvel na extremidade de um longo fio fixado na abóbada do coro, descrevia as suas amplas oscilações com isócrona majestade."

O Pêndulo de Foucault, de Umberto EcoO Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco, fala-nos de três colegas: Casaubon, Belbo e Diotallevi que trabalham numa editora na cidade de Milão, em Itália. Os três recebem todos os dias, na editora, diversos manuscritos para ler, sobre temas do oculto, essencialmente sobre os Templários e os Rosas-Cruzes.

Extenuados das leituras fracas a que estão “obrigados” a ler, os três colegas decidem eles próprios pegar em tudo o que encontram sobre os grandes enigmas da história ocidental e inventar uma trama. Assim, através de uma mensagem que chega até eles vinda de mais um manuscrito, têm o primeiro contacto com o Plano e dão início à grande invenção.
Mas o que fazer quando uma “brincadeira acaba por coincidir com ideias que algumas pessoas levam muito a sério? Como desmentir a história àqueles que querem acreditar nela?”

O livro está dividido em dez capítulos e cada capítulo tem pequenos sub-capítulos que ajudam à leitura pausada. No geral tem um enredo que leva o leitor a não desistir e os personagens movem-se bem na história, mas lê-lo foi, por vezes, uma maratona entediante. Tem imensas passagens complexas, para além da história em si, sobre os Templários e tudo o que gira à volta deles, que para um não entendido acaba por passar ao lado, pois não as consegue reter, nem apreender.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Era uma vez | Resultados

“É uma tarefa cansativa, esta de contar histórias. […]”
Robert Walser in Histórias de Amor. (extracto do conto «Simão»)


Entretanto... A votação chegou ao fim e assim encontramos o vencedor!
Foi muito bom contar com a vossa participação. Obrigada.
Revelo agora o nome dos dois participantes:

1º lugar - 8 votos
Título: Era uma vez 1 - "o homem azul"
Autor: S. G. ex - Fernando Pessoa
Blogue: O Blog dos 5 Pês http://oblogdos5pes.blogspot.com/

2º lugar - 5 votos
Título: Era uma vez 2 - "A VELHA BRUXA"
Autora: Teté
Blogue: Quiproquó
http://pequenoquiproquo.blogspot.com/
________________
Nota: Contactarei o vencedor para a entrega do prémio.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

“Sob a cúpula do Panteão”

Panteão, Paris

«Despertou-se um diálogo, preciso e apático, entre um rapaz de óculos e uma rapariga que infelizmente não os tinha.
“É o pêndulo de Foucault”, disse ele. “A primeira experiência na oficina em 1851, depois no Observatoire, e a seguir sob a cúpula do Panthéon, com um fio de sessenta e sete metros e uma esfera de vinte e oito quilos. Por fim, desde 1855 está aqui, em formato reduzido, pendendo daquele buraco, no meio do cruzeiro.”
“E para que serve, está suspenso e mais nada?”
“Demonstra a rotação da Terra. Como o ponto de suspensão permanece imóvel…”
“Permanece imóvel porquê?”
“Porque um ponto… como hei-de dizer?… no seu ponto central, repara bem, todo o ponto que estiver precisamente no meio dos pontos que tu vês, bem, esse ponto – o ponto geométrico – tu não o vês, não tem dimensões, e o que não tiver dimensões não pode ir nem para a direita nem para a esquerda, nem para cima nem para baixo. Portanto não gira. Percebes? Se o ponto não tiver dimensões, nem sequer pode girar à volta de si mesmo. Nem sequer se tem a si próprio…”
“Nem mesmo se a Terra gira?”
“A Terra gira mas o ponto não gira. Se te basta é assim, se não, vai-te lixar, está bem?”»

O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco

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