«O meu avô sempre me dizia que a melhor parte da vida haveria de ser ainda um mistério e que o importante era viver procurando.
Eu sei hoje que ele queria dizer que a cada um de nós cabe fazer um esforço para ser melhor, fazer melhor, cuidar melhor de nós próprios e dos outros. A cada um cabe a obrigação de cuidar do mundo, porque o mundo é um condomínio enorme onde todos temos casa.
O meu avô queria dizer que não devemos ficar parados à espera de que algo aconteça. A magia de estarmos vivos vem da possibilidade de fazermos acontecer.»
Eu sei hoje que ele queria dizer que a cada um de nós cabe fazer um esforço para ser melhor, fazer melhor, cuidar melhor de nós próprios e dos outros. A cada um cabe a obrigação de cuidar do mundo, porque o mundo é um condomínio enorme onde todos temos casa.
O meu avô queria dizer que não devemos ficar parados à espera de que algo aconteça. A magia de estarmos vivos vem da possibilidade de fazermos acontecer.»
É assim que começa a história infantil As mais belas coisas do mundo, de Valter Hugo Mãe. Uma história que nos vem (re)lembrar o sabor das melhores coisas da vida.
Através de um jogo de perguntas e respostas, um menino é desafiado pelo seu avô a conhecer os mistérios da vida. O avô inventa um sem fim de enigmas, de modo a colocar o menino a pensar, a pesquisar e a procurar as soluções, que muitas vezes lhe levavam «a um doce, a um brinquedo, a um livro ou a um novo jogo.»
Nem sempre o menino conseguia descobrir a resposta, mas o avô esclarecia sempre as suas dúvidas e apesar de por vezes ficar frustrado, o menino sabia que «aprender [era] algo de progressivo.»
Até que um dia o avô lhe perguntou quais eram as coisas mais belas do mundo e ele não soube o que dizer...
Valter Hugo Mãe revela-nos uma outra vertente de contar histórias e também aqui nos consegue deliciar e conquistar. Neste livro para crianças e não só, as maiúsculas também têm direito a brincar com as minúsculas.
Um livro doce e maravilhoso, com ilustrações de Paulo Sérgio BEJu, para ler e reler e não deixar esquecer o que realmente importa.
9 comentários:
Interessantissimo.
Gosto muito deste escritor que considero um dos melhores da actual cena literária portuguesa e nunca o imaginaria a escrever um história infantil. Acho que vou comprar para oferecer (e ler, obviamente).
Parece um livro delicioso.
Vou comprar.
Hoje,com alguma maturidade que a idade já me deu, diria que há imensas coisas belas à nossa volta,às quais às vezes não damos importância, mas acima de todas, as mais belas são a família, os amigos e...os livros.
Boa semana
Isabel
Não foi à toa que ele venceu o prémio literário José Saramago, com "o remorso de baltazar serapião", Manuel! :)
Descobri-o este ano e fiquei mesmo, mesmo apaixonada pela sua escrita. Agora quero ler todas as suas obras. Algumas até já aguardam na prateleira a sua hora. ;)
Quando vi este e um outro: "O Rosto" na secção infantil de uma livraria, fiquei surpresa, pois desconhecia esta sua vertente e além disso também não o imaginava a escrever histórias infantis.
O que é certo é que escreve e estes dois não foram a sua primeira experiência. Descobri que foi em 2009; em que publicou "a verdadeira história dos pássaros" e "a história do homem calado".
Quanto a este tenho a certeza que vais gostar e é uma excelente prenda de Natal!
Olá Isabel,
este aconselho sem reservas. É simplesmente maravilhoso e como disse ao Manuel é a prenda ideal para esta época.
Sim aqueles que connosco sonham e nos fazem sentir todos os dias melhores. E claro os livros também não podem ser excluídos das mais belas coisas do mundo. :)
agora quedei curioso
pareceu-me maravilhoso...
e ele não soube dizer... resposta certa...
abrazo serrano
já li a poesia e a prosa tod, só falta um livro infantil! Vai ser neste natal...
O melhor é o leres, Mixtu para saberes se ele soube ou não dar a resposta certa ao avô. ;)
Um abraço de mar
Bem se já os leste todos, com excepção desse, então deves estar apto a dizer-me qual deles gostaste mais, S.G.? ;) E qual preferes da poesia?
na prosa o melhor é "o remorso de baltazar serapião", mas de longe...
quanto à poesia, não te posso ser muito específico porque comprei uma antologia (não esta nova que saiu agora "contabilidade" na alfaguara) embora já tivesse dois livros em casa, comprei o "folclore íntimo" poesia completa - deve ser de 2007...
esta nova poesia completa tem mais qualquer coisa nova (que não li...)
mas vale a pena ler tudo...incluindo esses infantis que não conhecia! :)
Já comprei e li "As coisas mais belas do mundo" e "O Rosto".Não havia mais nenhum infantil, senão teria trazido.Gostei imenso das duas histórias.O "Rosto" tem desenhos belíssimos.
Vou lê-los aos meus pequenos alunos, que sendo bastante reguilas,páram completamente para me ouvir ler-lhes histórias.Adoro esses momentos em que os mais traquinas estão completamente envolvidos no enredo.Alguns vão ser bons leitores.
Um abraço
Isabel
Então quer dizer que comecei pelo melhor, S. G.! :)
Para o ano quero ler "a máquina de fazer espanhóis", mas antes ainda pretendo descobrir a poesia dele. Depois digo-te alguma coisa.
:) Que bom que gostaste, Isabel. Ainda cheguei a ler um pouco de "O Rosto" na livraria e fiquei com óptima impressão, só não o trouxe também, porque o orçamento não o permitia. Numa próxima virá com toda a certeza.
Os miúdos adoram ouvir contar histórias. Pelo menos ainda não conheci nenhum que não gostasse! ;)
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