«É como se toda a gente tivesse feito um acordo tácito para viver num estado de auto-ilusão total. Para o diabo com a realidade! Vamos ter uma data de estradinhas giras e às curvas e casinhas giras pintadas de branco, de cor-de-rosa e de azul-bebé; vamos ser todos bons consumidores e um exemplo de solidariedade e criar os nossos filhos numa redoma de sentimentalismo - o papá é um homem óptimo porque ganha a vida, a mamã é uma mulher óptima porque ficou ao lado do papá estes anos todos - e se a velha realidade alguma vez saltar cá para fora e disser Buu, nós ocupamo-nos com qualquer coisa e fazemos de conta que aquilo nunca aconteceu.»
Revolutionary Road, de Richard Yates