Lisboa. Fotografia de Ana Heleno
«com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo, o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutrira pela pessoa que deixou de existir. pensamos, existe ainda, está dentro de nós, ilusão que criamos para que se torne todavia mais humilhante a perda e para que nos abata de uma vez por todas com piedade. e não é compreensível que assim aconteça. com a morte, tudo o que respeita a quem morreu devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desumano. esse é o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me dissessem [...] vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhe os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pulmões, mas teremos de levar o coração, e lamentamos muito, mas não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante.»
a máquina de fazer espanhóis, valter hugo mãe
4 comentários:
Tenho esse livro a aguardar uma altura menos perturbada para o ler. Adorei o excerto e tão bem aplicado a Saramago e Pilar. :) Bom fim-de-semana!
Um título de livro que cativa tão pouco, em contraste com um texto tão belo.
Isabel
Também tenho esse livro em fila de espera, ainda não sei é até quando... :)
Já pus essa reportagem/série a gravar, que dá hoje e amanhã lá pelas 23h30m! :D
Beijocas!
ps - obrigada, amiga!
N. Martins, olá
É um livro bonito, mas não é nada leve. Fazes bem em deixá-lo para ler numa altura mais calma.
Também considerei que se adequava ao momento, deste primeiro aniversário...
Uma boa semana!
Concordo plenamente, Isabel! Desconheço a razão deste título e mesmo sem ainda ter terminado a sua leitura, sinceramente ainda não encaixei aonde é que o título se enquadra.
Pois acreditas que estava certa que já tinhas lido este livro, Teté?! Não sei, mas até tinha a ideia que tinha lido a tua opinião sobre o livro... Não sei mesmo, mas ando cá com uma memória!
E já viste o documentário? Gostaste?
Beijinhos
Nota: Já estou de volta aos algarves e de volta ao activo. :)
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