quarta-feira, 13 de maio de 2015

2| Lugares que inspiram a leitura

Praça Burg em Bruges, Bélgica

- Para conhecer o charme desta cidade belga nada melhor do que calcorreá-la a pé e desfrutar de todos os seus encantos e recantos.
- Hum... Deixa ver... Nós estamos na praça Burg. Certo? Se formos pela direita, vamos ter à Grote Markt (Praça Central).
- E na Grote Markt podemos aproveitar e subimos os 366 degraus do campanário, Belfort. Que achas?
- Bem... A vista sobre a cidade deve compensar o esforço.

sábado, 9 de maio de 2015

«À Espera de Godot»


Depois da grande estreia no Teatro da Trindade, em Lisboa, a peça À Espera de Godot, pela ACTA - A Companhia de Teatro do Algarve, subiu ontem ao palco do Teatro Lethes, em Faro. 

Com texto de Samuel Beckett (prémio Nobel da Literatura em 1969), «a peça coloca-nos perante uma feição tragicómica da realidade humana.» O encenador Luís Vicente, refere que «Fazemos este texto para falarmos das nefastas consequências que tiveram, e continuam a ter, nas nossas vidas, as práticas violentas, imorais, terroristas e oportunistas de certas instituições financeiras.» 

Estragon (Pedro Lima) e Vladimir (Pedro Laginha) são os dois anti-heróis à espera de Godot. Perderam tudo. "Nada a fazer", diz Estragon. "Começo a ter a mesma opinião", responde Vladimir. Os dois homens vestidos de preto esperam por Godot, que nunca chega. E o que se espera enquanto se espera? Por vezes, desespera-se. 

Enquanto esperam por Godot, entram em cena Pozzo (Luís Vicente) e Lucky (René Barbosa), este último é escravo do primeiro. O opressor e o oprimido. Ao oprimido é-lhe dada a oportunidade de falar, mas quando começa a falar, não consegue exprimir-se. Tem um discurso incompreensível. Entretanto, chega um rapaz (Tânia da Silva) para anunciar que Godot não vem. O tempo passa. E nada muda. A eterna espera. O desespero.

No palco, como nos nossos dias, espera-se. Espera-se por algo ou por alguém que nunca há de chegar. E por vezes, a espera transforma-se em desespero. Parece que nada mais temos feito, então, do que esperar por Godot... 

Um texto dramático, terrivelmente atual! Gostei imenso e só posso recomendar.

Em cena: 
Faro: 9, 15, 16 (21h30), 10 e 17 de maio (16h00);
Portimão: 22 e 23 de maio, às 21h30.
Loulé: 6 de junho, às 21h30.

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