quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

«O ramo roubado»

«De noite iremos
roubar
um ramo florido.

Saltaremos o muro,

nas trevas do jardim alheio,
duas sombras na sombra.

Ainda não passou o inverno,

e a macieira aparece
subitamente transformada
em cascata de perfumadas estrelas.

De noite saltaremos

até ao seu trémulo firmamento,
e as tuas pequenas mãos e as minhas
roubarão as estrelas.

E em segredo,

na nossa casa,
na noite e na sombra,
entrará com os teus passos
o silencioso passo do perfume
e com pés siderais
o corpo claro da primavera.»
in Poemas de Amor de Pablo Neruda

5 comentários:

Unknown disse...

Que forma tão bonita de roubar maçãs...
Quando era pequeno fui roubar maçãs uma vez e não correu muito bem.
Já quando fui roubar ameixas foi sum sucesso! Eu e o meu primo Luis roubámos 42 ameixas, quase todas verdes, e comemos o fruto do saque de uma enfiada.
Nunca percebi porque no dia seguinte estava com dor de barriga... ;)

susemad disse...

Ai tu gostavas de "apanhar" ameixas, Arame Farpado! Pois eu era mais nêsperas e romãs. :) Já os meus irmãos era tudo o quanto fosse fruto. ;) Bons tempos esses... E grandes dores de barriga também! Ehehe

Teté disse...

Sabes que não sou muito ligada à poesia, mas há poetas que me deixam sempre fascinada... :)

Pablo Neruda é um deles, embora conheça pouco da sua obra! ;)

Beijocas!

susemad disse...

Pois sei, Teté! ;)
Também não conheço muito da obra do autor, mas os seus poemas de amor são mesmo um vício! :) Esta edição da Dom Quixote traduzida por Nuno Júdice tem a particularidade de ter também os poemas na versão original.

Isabel disse...

Tenho esse livro.
Bonito.

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