sexta-feira, 20 de novembro de 2009

"As vinhas da ira"

John Steinbeck já me tinha agradado no livro A Pérola e agora voltou a prender-me a atenção com As Vinhas da Ira.

As Vinhas da Ira, de John SteinbeckEm As Vinhas da Ira, Steinbeck conta-nos, em 543 páginas, a história da família Joad. Primeiro ficamos a conhecer o Tom Joad, que regressa a casa após ter estado preso. Depois Tom, na companhia do reverendo Jim Casy, leva-nos até à casa do tio John e aí ficamos a conhecer os restantes membros: os avôs, o velho Tom Joad e a mãe e os irmãos Noah, Al, Rosasharn, Ruthie e Winfield.
Tom encontra a sua família de partida para a Califórnia, pois foram expulsos das suas terras em Oklahoma e preparam-se para iniciar uma longa viagem à procura de terra para trabalhar e viver.
Na bagagem do camião levam o essencial. Para trás, cada um deles deixa uma vida cheia. Partem com a certeza que na Califórnia vão encontrar o que já não têm ali, em Oklahoma, mas os dias irão mostrar-lhes que a realidade é bem diferente dos sonhos.

«Somos apenas a raiva que sentimos quando nos expulsaram das nossas terras, quando o tractor derrubou as nossas casas. E assim seremos até à morte. Para a Califórnia ou para outra região qualquer – cada um de nós é um tambor a dirigir uma carga de amarguras, caminhando com a nossa desgraça.»

Steinbeck intercala a história dos Joads, com pequenos capítulos. Estes retratam a situação social da época na América. Com o êxodo rural, famílias inteiras vêem-se obrigadas a partir em busca de trabalho. E uma vez chegadas a outras regiões, vivem em acampamentos e deparam-se com a escassez ou a ausência do trabalho que tanto procuram.

«E nos acampamentos, a novidade corria em sussurro; em Shafter há trabalho. Então, de noite carregavam os carros e as estradas enchiam-se: era uma corrida para o trabalho, que se assemelhava à febre com que se corre para os terrenos auríferos. As pessoas chegavam aos magotes a Shafter; eram cinco vezes mais do que as necessárias. Era a corrida do ouro, mas para o trabalho. E, ao longo das estradas, estendia-se a tentação, as terras que garantiam a comida.»

A viagem dos Joads também não será fácil e a mãe irá tentar manter sempre a família unida, mas por força das circunstâncias não irá conseguir...
Treze pessoas partem num camião em busca de uma terra para trabalhar e para viver, mas ao longo do percurso alguns dos Joads vão ficando pelo caminho, ora porque não aguentam os desgostos, ora porque o destino assim o quis, e no fim, juntos, ficam apenas cinco.
Uma história de luta e de sonhos desfeitos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

«Músicas do Mundo: América do Norte»

Concertos Promenade: Músicas do Mundo O Teatro das Figuras, em Faro realiza, no próximo Domingo, dia 15 de Novembro, às 12h00, mais um concerto do Ciclo de Concertos Promenade.

Músicas do Mundo
é o tema. Após a América do Sul, chega-nos a América do Norte, para podermos continuar a nossa viagem pelos cinco continentes.

«O continente americano sofreu a influência de muitos povos e das suas culturas, devido à colonização e à emigração. A música não foi excepção, e daí nasceram estilos como o jazz ou o blues. Neste concerto, entende-se como estes géneros se cruzaram com a música erudita e como a produção cinematográfica norte-americana enriqueceu o reportório clássico com as suas bandas sonoras, sempre com muita interacção com o público e várias surpresas à mistura.»

Depois de ter assistido, com grande expectativa, ao concerto da América do Sul, e ter simplesmente adorado toda a envolvência com que souberam prender e cativar o público, não podia deixar de destacar este ciclo aqui, no tons de azul. São concertos dirigidos para toda a família, com uma componente não só lúdica, como essencialmente educativa, pois as crianças são convidadas a levar os seus instrumentos de casa ou a criá-los no Hall do Teatro, para poderem participar com a orquestra, sempre que incentivadas pelo maestro.

O Ciclo de Concertos Promenade é, sem dúvida, uma iniciativa muito bem conseguida pela Orquestra do Algarve e pelo Teatro das Figuras.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

«O Deus da Matança»

O Auditório Municipal de Olhão recebe, nos dias 13 e 14 de Novembro, às 21h30, a peça O Deus da Matança, de Yasmina Reza, com encenação de João Lourenço.
Em palco estarão os actores Joana Seixas, Paulo Pires, Sofia de Portugal e Sérgio Praia.


«A peça começa depois de dois rapazes, à saída da escola, terem andado à pancada. Um deles partiu dois dentes ao outro. Os pais encontram-se para falar sobre o incidente, mas, quando o começam a discutir a fundo, a situação torna-se cada vez mais tensa. Pequenas insinuações passam a ofensas verbais e físicas. E é assim que uma tarde entre pessoas civilizadas acaba de maneira inesperadamente pouco civilizada. »



Os bilhetes encontram-se à venda no Auditório Municipal de Olhão:
8€ (plateia) e 6€ (balcão).
Reservas: 289 710 170 (2.ª a 6.ª feira e dias de espectáculo, das 14h às 18h).

«Um espectáculo divertido e actual, onde dois casais de classe média alta mostram que, quando estala o verniz, são gente como toda a gente.»

domingo, 1 de novembro de 2009

A cor da morte

Coimbra: Ruínas de Conimbriga
“A morte docemente azulada como o não-ser. Porque o não-ser é um vazio infinito e porque o espaço vazio é azul, e não há nada de mais belo e apaziguador do que o azul. Não é de forma alguma por acaso que Novalis, poeta da morte, amava o azul e só o azul buscou nas suas viagens. A doçura da morte tem uma cor azul.”
«Os Anjos», in O livro do riso e do esquecimento, de Milan Kundera

Pinturas populares (últimos 30 dias)