"A luz da manhã não sente os vidros limpos da janela no momento em que os atravessa, pousando depois nas notas de piano que saem da telefonia e flutuam por todo o ar da cozinha."
José Luís Peixoto é um dos meus escritores portugueses de eleição. Não só pela sua escrita, mas também pela pesssoa simples e simpática que demonstra ser em presença com o seu público.
Cemitério de Pianos é a sua mais recente obra e narra a história de uma família. Os avós, os pais, os filhos, os irmãos, os netos, os tios, os sobrinhos e os primos todos eles são talvez teclas de piano suspensas na vida.
Os dois personagens, pai morto e filho vivo, contam-nos, em tempos diferentes e ao longo das 314 páginas, a vida e a morte, as paixões e as traições, as frustrações e a violência doméstica, as alegrias e as tristezas da família.
O cemitério de pianos reside numa carpintaria e é o palco central. Nele há lugar para os amores e traições, para as leituras escondidas, para as brincadeiras e conversas com o narrador pai.
É uma história doce, preenchida de afectos e tristezas, que li em três actos. No primeiro devorei 100 páginas e deparei-me com um pai morto e os seus sentimentos de culpa.
No segundo, encontrei 162 páginas de maratona. Um filho vivo, que deposita as suas esperanças e os seus pensamentos inacabados em 30 quilómetros de maratona e que vai ter com um pai morto.
E no terceiro, entra novamente o pai para confirmar a morte do seu filho.
Um livro recheado de páginas ternurentas, que foram "como partituras sob os [m]eus olhos".
10 comentários:
"pesssoa"...
PESSOA é que sabe o resto é paisagem.
NUNCA MAS NUNCA INVOQUES O NOME DE PESSOA EM VÃO.
VIVAS AO MESTRE!
Amén!
Capa e título muito bem conseguidos só me falta perceber se o conteúdo é tão bom como o exterior:p
Obrigado pela sugestão ...!
Bjks da M&M & Cª!
Parece-me genial!
Tenho de dar outra oportunidade ao José Luis Peixoto!
;)
pois da vida. suspensaMente.
estive no lançamento do livro na bertrand do ccb em lisboa.
por muitos motivos um dia marcado a fogo pra mim...
e também marcado com a face ao mesmo tempo calma irónica e terna do autor.
os piercings, como te dizer...também lugar dele ser.
contra as palavras marcadas no livro e no vento da tarde...
beijO
nunca li...
Senhordopetroleo: Ehehehe
Sim vivas ao mestre!! :)
Mas diz-me o que já leste tu de Pessoa? Sim diz-me!! É que não me lembro de ver entre tuas mãos algo escrito por ele!! :p Fiquei curiosa... ehehe
Maria Strüder: É uma questão de leres. Claro que depois os gostos não são todos iguais!! :p
Miguel: Será que é desta que conseguirei convencer-te a ler algo sem ser livros técnicos!?
Hum... nã sei não!! Ehehe
Um abraço e continuação de boas férias
Miss Alcor: De toda a bibliografia dele, este é o mais suave. Lê-se e percebe-se bem toda a história. :)
Um beijinho e este fim-de-semana aproveita e faz algo diferente.
Un dress: Eu acho-o simplesmente simples. :) Já tive a oportunidade de falar com ele três vezes (e muito em breve estarei uma quarta) e ele sempre me surpreende com a sua forma de estar.
Gosto da sua escrita.
Ah! E dos seus piercings também! :p
Beijos
Fábula: Estás sempre a tempo de conhecer a escrita de José Luís Peixoto. Porque não nos dias de praia!? :)
não conheço o autor, aliás, ultimamente não tenho lido muito... muitos afazeres sociais e profissionais...
mas vou estar atento quando for à livraria do sabugueiro
abrazo sem sombra :)
Obrigada pela sugestão.
Estou como o mixtu: tenho lido pouco, para além de literatura "técnica".
Mas conheço e gosto de Luís Peixoto.
A ver se...
Um beijo.
Mixtu: José Luís Peixoto revela na sua escrita muita sensibilidade. As suas palavras soam a poesia. Quando andares pelas livrarias do Sabugueiro não te esqueças de me avisar. Será com certeza um encontro feliz!! :)
Um grande abraço
Naoseiquenome usar: Sabes que todos os meses cá estou eu a pintar as histórias de um livro. :) Essas leituras também fazem sempre falta.
Beijos e bom fim-de-semana
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