Assim era a solidão, do espanhol Juan José Millás, é um daqueles livros que já li algum tempo. O autor fala-nos de Elena Rincón, uma mulher de 43 anos que após a morte da mãe, "inicia uma lenta metamorfose em direcção à independência" pela aprendizagem da sua própria solidão. A novela em si é melancólica e solitária, mas Millás consegue cativar o leitor através de situações engraçadas que acontecem ao logo de toda a história. Uma delas é o facto da personagem Helena andar praticamente até metade da história com cera numa das pernas (para saberem o porquê, vão ter que o ler) ou até mesmo o facto dela contratar um detective para que diariamente a siga e lhe relate tudo o que faz o mais subjectivamente possível.
Galardoado com o Prémio Nadal, Assim era a solidão acaba por ser um "relato magistral do trajecto de uma mulher para a libertação".