Um mês sem ti, pai.
Todos os dias conto mais um dia sem ti. Dizem que o tempo ajuda a atenuar a dor, o aperto no coração e que a saudade fica mais suave. Talvez seja assim, mas por agora choro-te pai. No silêncio, sozinha choro-te. Choro-te por já não estares connosco.
Por ter-te visto ir todos os dias mais um bocadinho. Por ter sentido a vulnerabilidade da vida através de ti e saber que não podia fazer nada mais do que estar contigo. E essa sensação de impotência foi dilacerante. Não te consegui valer, meu pai.
Porque a vida é assim mesmo, dizem-nos. Por isso, tive de aprender a gerir as emoções (quando ainda estavas connosco) e deixar-te partir.
Recordo estas últimas fotos que tirei-te com o teu neto e são o momento mais especial em que vos apanhei juntos. Ele a seguir as tuas pedaladas de ciclista e tu todo orgulhoso.
Por vezes, ele apanha-me num dia mais triste e pergunta-me se é por causa de ti que choro. Nesta última vez, ao dizer-lhe que sim respondeu-me: "- Sabes menina mãe quando eu fico triste, logo a seguir penso em uma coisa que me faz feliz."
E sabes o que me respondeu quando lhe perguntei no que pensa para ficar feliz?
"- Penso muito em batatas fritas, na praia e no cinco que dava ao avô".
E são estas pequenas conversas com o teu neto que me fazem sorrir no luto da tua perda. Choro-te de saudade, meu pai.
Seremos sempre cinco.
#sobreaperda #luto #vidaemorte
2 comentários:
Lamento a perda do seu Pai. É difícil.
O tempo atenua a dor, mas a saudade fica.
Beijinhos
Muito obrigada pelas palavras, Isabel. Não tem sido fácil, mas sei que será um processo lento.
Sim, a saudade ficará sempre.
Beijinho e aproveito para lhe desejar umas Boas Festas!
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