Azinhaga, Portugal
"Nós somos muito mais da terra onde nascemos, e onde fomos criados, do que imaginamos."
No dia em que se assinalam 11 anos da morte de José Saramago, partilho o dia em que visitei a delegação da Fundação José Saramago, em Azinhaga.
Foi no início deste mês que finalmente consegui visitar este espaço e a emoção foi grande. As lágrimas correram-me pela face e eu deixei que elas caíssem. Afinal estava na terra do mestre e este meu amor pelo autor teve necessidade de transbordar ali.
Depois aproveitei para trocar dois dedos de conversa sobre o autor com a senhora que nos recebeu. Com muita pena não perguntei o nome, mas refiro que foi de uma enorme simpatia. Deixou-nos à vontade para explorar o espaço dizendo: "Fiquem o tempo que quiserem. Não precisam de ter pressa. Podem abrir as janelas para entrar mais luz, tirar fotografias ou até ver um filme sobre Saramago."
Disse-nos que foram as gentes da aldeia que ajudaram a compor os espaços da cozinha e do quarto, com alguns utensílios da época. Explicou-nos o porquê da delegação ter saído das anteriores instalações para esta antiga Escola Primária, pois aqui havia mais espaço para ter uma sala/auditório. Avisou-nos que tínhamos de ir até ao antigo espaço para ver a estátua de Saramago e que também havia um pequeno passadiço junto ao rio, com citações do autor ao longo do percurso.
No final ofereceu-se para me tirar uma fotografia junto à fotografia do autor que está logo na entrada e disse: "Divulguem. Falem da Fundação em Azinhaga. Visitem-nos. Estamos abertos."
Foi uma manhã memorável. Fiquei de coração cheio.
A melhor honra que podemos fazer em sua memória é ler a sua obra.