terça-feira, 5 de abril de 2011

"tenho fome de terra, meu pai"

Parque Nacional de Killarney, Irlanda

«A expressão faminta nos seus olhos tornou-se voraz, ao contemplar o extenso vale verde. A possessibilidade que o dominava transformou-se em paixão. «É minha - murmurou. - Até às suas profundezas, pertence-me; até ao centro da terra.» Bateu com os pés na terra macia. A exultação que sentia transformou-se-lhe então numa aguda dor de desejo, que lhe percorria o corpo como um rio de águas quentes. Deixou-se cair sobre a relva húmida, apoiando com força o rosto contra ela. Apertando-a com dedos convulsivos, arrancava-a e voltava a apertá-la. As suas coxas batiam com mais força no solo.»

A Um Deus Desconhecido, de John Steinbeck

5 comentários:

Anónimo disse...

Bastou-me o título para prever o resto do post. :)

N. Martins disse...

Mais um grande livro do ainda maior Steinbeck. Boa semana!

Rogério G.V. Pereira disse...

Há muito que aqui venho
e leio
Apenas hoje deixo este comentário
sem palavras relevantes, apenas fazendo sentir que senti o que transcreveu...

Teté disse...

Li este livro há tantos anos, que já nem me lembro bem dele, apenas que gostei... :)

Beijocas!

MJ FALCÃO disse...

Tão bonito! Gosto muito do Steinbeck, a sua escolha é muito verdadeira!
beijinhos por esta bela "pincelada"!
o falcão

Pinturas populares (últimos 30 dias)