Como a Água que Corre reúne três novelas escritas pela autora Marguerite Yourcenar: «Anna, Soror…»; «Um Homem Obscuro» e «Uma Bela Manhã».
Debruço-me apenas na segunda novela, pois foi a que mais me cativou e preencheu. Adianto que a primeira retrata o tema do incesto entre irmãos e a última fala-nos da vida de Lázaro (o filho do personagem principal da segunda novela).
Debruço-me apenas na segunda novela, pois foi a que mais me cativou e preencheu. Adianto que a primeira retrata o tema do incesto entre irmãos e a última fala-nos da vida de Lázaro (o filho do personagem principal da segunda novela).
Em «Um Homem Obscuro» deparamo-nos logo nas primeiras linhas com a morte do personagem principal, Natanael. Contudo, o percurso da história dá-nos vontade de continuar a conhecer a vida de Natanael, antes da sua morte.
Natanael é um rapaz de dezasseis anos que namora com Janet e ajuda um mestre-escola, até ao dia em que se vê obrigado a fugir por agredir um bêbado na rua. Ao embarcar num navio, perde quatro anos da sua vida numa Ilha Perdida, onde conhece Foy. O seu novo amor. Foy entretanto morre e Natanael decide que é tempo de partir...
Regressado a Amesterdão começa a trabalhar com o seu tio avarento na oficina, como revisor de livros. Uma certa noite conhece Sarai, uma judia, que era ladra e prostituta e com quem casa, quando ela engravida. Quando um dia vai visitar Sarai, após o nascimento do filho Lázaro, Natanael encontra-a com um cavaleiro. Sem nada dizer vai-se embora. Depois de muito caminhar acaba por cair na neve e nela ficar até ser encontrado. Dias mais tarde acorda num hospital, onde após recuperado é levado para uma casa de ricos, ficando a trabalhar por lá.
«Maravilhava-se Natanael de que estas gentes, de quem há um mês nada sabia, ocupassem agora tão grande lugar na sua vida, até ao dia em que dela sairiam, como acontecera com a sua família e com os vizinhos de Greenwich, com os colegas de bordo, com os habitantes de Ilha Perdida, com os empregados de Elias e as mulheres da Judenstraat. Porquê estes e não outros?»
Os dias vão passando... E numa certa manhã de Março, a doença de Natanael agrava-se. É então enviado para uma das ilhas da costa frísia, onde acaba por morrer.
O percurso de Natanael é um mar cheio de aventuras e emoções. Está sempre rodeado de pessoas, que assim como entram, também desaparecem da sua vida. No fim é deixado só. Só, com a morte. “[A] morte está em nós”, disse para consigo Natanael.
4 comentários:
mui interessante
e o conceito da morte, da sua presença, do seu tempo...
a morte está com a vida... na certa...
abrazo serrano para a terra das lombas que parece que são rotundas se bem me lembro o que um dia me disseste
acreditas que tenho o livro? e nem a contra-capa! prioridades, preguiça, livro-a-metro-cabe-na-prateleira-a-um-eurico? sei lá eu!
Eh, eh, eh, também tenho esse livrito, agora a questão é "só" arranjar tempo para o ler...
Mas até é daqueles bons para trazer na mala, que já desisti de carregar calhamaços, só para a eventualidade de ter uns minutinhos enquanto aguardo a minha vez em filas de espera.
Beijinhos e bom fim de semana! :)*
Humm, fiquei curiosa!
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