Through The Pages, Nom Kinnear King, Reino Unido
«A leitora abre o espaço num sopro subtil.
Lê na violência e no espanto da brancura.
Principia apaixonada, de surpresa em surpresa.
Ilumina e inunda e dissemina de arco em arco.
Ela fala com as pedras do livro, com as sílabas da sombra.
Ela adere à matéria porosa, à madeira do vento.
Desce pelos bosques como uma menina descalça.
Aproxima-se das praias onde o corpo se eleva
em chama de água. Na imaculada superfície
ou na espessura latejante, despe-se das formas,
branca no ar. É um torvelinho harmonioso,
um pássaro suspenso. A terra ergue-se inteira
na sede obscura de palavras verticais.
A água move-se até ao seu princípio puro.
O poema é um arbusto que não cessa de tremer.»
in Volante Verde, António Ramos Rosa
não sei o que é chegar,
porque a minha vida é feita de partidas...
(1924-2013)
não sei o que é chegar,
porque a minha vida é feita de partidas...
(1924-2013)
4 comentários:
Gostei muito do poema e igualmente da bonita imagem!
Boa semana!
Oi!
Passando para conhecer e adorei,seu poema tem o brilho,e o encanto da natureza.Simplesmente lindo.
Já estou a te seguir,e faço o convite para que conheça o meu cantinho,espero que goste.
Felicidades.
http://www.celiamariadesousarrudajacobino.com
Sim é um poema lindíssimo, Isabel!
Não tenho tido tempo para visitar o teu espaço, mas espero voltar a ele brevemente.
Um beijinho
Olá Célia Maria,
Obrigada pela visita. :)
Atenção que o poema não é meu! Jamais conseguiria alcançar a singeleza de tão maravilhoso poeta, como António Ramos Rosa.
Até uma próxima.
Bela mamória
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