- Miúdo... Tocas uma música para mim? - Oh! Eu não sei tocar... - Podias tocar aquela música linda de bonita! - Hum... Ah! Essa eu sei tocar. - Então toca que eu gosto de a ouvir.
Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus, Estes quarenta rostos desiguais. Tão marcados de tempo e macaréus. Eu sou. Mas o que sou tão pouco é: Rã fugida do charco, que saltou, E no salto que deu, quanto podia, O ar dum outro mundo a rebentou. Falta ver, se é que falta, o que serei: Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco, Uma vida que corra assim-assim.
Estação Central de Ljubljana, Eslovénia. Fotografia de Liefde
«Visitei e vivi em muitos lugares. E sinto-o como um enorme privilégio, porque pousar os pés no mesmo chão durante toda a vida pode originar um perigoso equívoco, o de fazer-nos crer que essa terra nos pertence, como se não a tivéssemos por empréstimo, como temos tudo na vida.»