quarta-feira, 5 de julho de 2006

poesia ao vento

“na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, [os meus irmãos]
e eu. depois, [o meu irmão] mais velh[o]
casou-se. depois, [o meu irmão] mais nov[o
foi para longe]. depois o meu pai [calou-se]. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos [o meu irmão] mais velh[o] que está
na casa del[e], menos o meu irmã[o] mais
nov[o] que está [lá longe], menos o meu
pai [calado], menos a minha mãe [também calada]. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinh[a]. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.”
Adaptação do original
José Luís Peixoto, a criança em ruínas

16 comentários:

K'os disse...

estamos sós, mas não estamos sós
...
em mente e espírito nunca estamos, físicamente podemos estar

excelente post e que nos faz pensar


:)

Miriam5 disse...

Lindo este post, lindo:-)
Um beijinho com ternura

João disse...

gostei*
boa adaptação :)

Anónimo disse...

ha coisas q jamais deixarão de ser o q são... gostei muito :)

beijinhos

Anónimo disse...

Escreves estes textos todos "prosaiconostálgicos" só para te desculpares de não saires de casa ao fim de semana!!
Isso nao é desculpa, vá toca a vestir um fato-banho e ir pá praia!!

fica com esta...
Bons passeios boas memórias!

Anónimo disse...

Oh nina, tá tão bonito!
Como é possível existirem coisas escritas que se adaptam tão bem a nós?!
Eles estarão sempre aí na tua mesa e no teu coração!
Bjokas

Miguel disse...

Muita giro, o teu post!

Estar ausente (fisicamente) não significa não estar presente!

Bjks da Matilde

Sara MM disse...

"enquanto um de nós estiver vivo, viveremos todos nós!"...

Lindo!!!! Vou tentar nuna esquecer!!

bjss

Anónimo disse...

Deixa-te de comentários prosaiconostálgicos*(BIGUEBRODER, 2006) porque na verdade...
Tu vais comer à cantina da UALG onde estão cerca de 200 alunos famintos a babarem-se e a pedir por mais...

e mais... ao jantar...

Na hora de pôr a mesa estás tu a ver Morangos com Açúcar!

e...
Ai do gajo(a) que se sentar no meu lugar. O engraçado nisto é que apesar da ausência de alguns elementos da familia... nós continuamos a sentar-nos nos nossos lugares mesmo que o outro seja melhor, com melhor exposição de luz, mais proximo do frigorifico, mais proximo dos guardanapos, mais proximo do tacho...
Não acham estranho isto?
Este nosso sentido de pretença. Um sentido de pretença de lugar...
Tal como temos com a nossa região, cidade, casa...

Todos...
MANA BIGUEBRODER
PAPA
MAMA SUMOLBRODER

Menos um...
MANA VAZIO
PAPA
MAMA SUMOLBRODER

Menos dois...
MANA VAZIO
PAPA
MAMA VAZIO

Ja reparam que quem saiu foram os da ponta que estavam mais sujeitos à exposição solar...
Eu para dizer a verdade sempre que jantava (quando o sol se está a pôr) ficava com um braço e com metade da cara mais vermelhinha... ;P

* prosaiconostálgico: relativo à prosa que foca momentos passados. Uma prosa de memória não esquecida.

DE-PROPOSITO disse...

Interessante o texto.
Fica bem.
Manuel

carteiro disse...

As ruínas não deixam de ser fragmentos de alguma coisa que um dia foi unida. E as partes que foram um todo poderão sempre continuar a ser esse todo.

Bom fim-de-semana**

naoseiquenome usar disse...

È assim mesmo. Nós somos sempre tantos quantos trazemos no coração e na memória!
Um beijo.

Dentinho Afiado disse...

É como comer aquelas bolachas, que antes eram contadas e divididas irmãmente por todos, sobrando sempre uma. Agora a conta bate certo.

Jocas

Anónimo disse...

E é já amanhã q em tons de azul festejas mais um aninho... :)Mi casa ou Tu casa??? Sim porque nós queremos ver-te :D

Beijokas

DE-PROPOSITO disse...

Obrigado pela visita. com mais tempo falaremos de 'saudade'.
Fica bem.
Manuel

Isa disse...

Com um beijo azul aqui fica um carinho da tibeu

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