sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
sábado, 8 de dezembro de 2012
à espera do Natal...
Passeig de Gràcia em Barcelona, Espanha
Hoje escrevi a minha carta ao Pai Natal. A mamã disse que eu portei-me bem ao longo do ano e que por isso o Pai Natal iria trazer-me todos os meus presentes. Mas eu não pedi muitos, só pedi um presente que eu queria mesmo, mesmo que o Pai Natal não se esquecesse. Não vos posso contar, porque quero que fique só entre mim e o Pai Natal. Espero que não levem a mal...
Queria que o Natal fosse já amanhã, porque não gosto de ficar a contar os dias no calendário de chocolate que a mamã colocou no meu quarto para me ajudar a adoçar os dias. É que as janelinhas são muitas e nunca mais acabam! O que eu queria mesmo, era acordar amanhã e que fosse Natal.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
“Un vaso que se vacía”
Fundação José Saramago, Lisboa
«Eu saberei se lido bem com a morte quando chegar a hora. (Ri.) É nesse momento que eu vou saber. Ter uma ideia sobre a morte significa que se está vivo ainda, mas a morte é esse instante em que estavas e já não estás.» José
«No. O sea, el último día será el último día y tendría miedo si al día siguiente pudiera volver a contarlo. Pero no. Será lo que tenga que ser. Se acaba y punto. Punto. Un vaso que se vacía.» Pilar
José e Pilar - Conversas Inéditas, Miguel Gonçalves Mendes
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
“Uma simples frase dita que desse a volta ao Mundo”
Fundação José Saramago, Lisboa
«Às vezes dou um conselho aos escritores mais jovens, digo-lhes «Não tenhas pressa e não percas tempo». Parece uma contradição, mas não é. «Ah, e isso como se faz?» Pois não ter pressa, não acreditar que qualquer coisa que se faça é genial. E usar o tempo de modo a que um dia possa aquilo que se fez dar uma satisfação tão completa quanto possível.» José
«Cumplir cada día como si fuera el último o como si fuera el primero. Fíjate qué cosa más banal y más simple. Es que no quiero que me quedan cosas sin hacer hoy, porque no sé si mañana voy estar. Y quiero vivir con toda la ilusión del mundo, como si fuera el primero… Que lo importante de la vida es cumplir cada día, vivirlo, llenarlo.» Pilar
José e Pilar - Conversas Inéditas, Miguel Gonçalves Mendes
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Publicação anterior: «La tierra es una»
terça-feira, 20 de novembro de 2012
sábado, 17 de novembro de 2012
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
“La tierra es una”
Fundação José Saramago, Lisboa
«Donde é que este gajo saiu, não saiu de parte nenhuma, não se sabe de onde é que este gajo saiu, depois escreve um livro que se chama Levantado do Chão, escreve outro melhor ainda que se chama Memorial do Convento, outro melhor ainda que os outros dois que é O Ano da Morte de Ricardo Reis, e continua a escrever até hoje. Donde é que saiu este filho da puta?» José
«A veces se crean raíces, pero donde yo esté llevaré siempre unas tijeras para cortar las raíces. Las raíces… cada uno vive en el sitio donde está en ese momento, y las raíces de ese día es el cada día, no estar apegado a los lugares. El mundo es muy grande para apegarse sola y exclusivamente a un lugar.» Pilar
José e Pilar - Conversas Inéditas, Miguel Gonçalves Mendes
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Publicação anterior: «Creo que se vive de amor»
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
"transporte de sentidos"
La coleccionista de palabras, Sonja Wimmer, Alemanha
«Assim todas as palavras querem ser tomadas literalmente, caso contrário ganham bolor e tornam-se mentirosas; mas nenhuma pode ser considerada textualmente, sob pena de vermos o mundo transformado num manicómio! Ignoramos que enorme embriaguez emana, como uma obscura recordação, dessa contradição, e chegamos a pensar que todas as coisas que vivemos não passam afinal de fragmentos desagregados e destruídos de um Todo antigo e mal restaurado.»
O Homem Sem Qualidades, Robert Musil
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
“Creo que se vive de amor”
Mural José e Pilar, Lisboa
«Não, morrer de amor, não sei como. Quer dizer, eu posso morrer de amor, uma pessoa pode, enfim, por uma perda da pessoa a quem ama, por exemplo, suicidar-se, a isso chamaria eu morrer de amor. Agora não há nenhuma doença do amor, ou melhor, as doenças do amor são de outra natureza, são o cansaço, são o aborrecimento, são a rotina, essas são as doenças do amor. Agora, morrer de amor? Não sei.» José
«No. Se puede morir de desgarro, se puede morir de despecho... De eso que hablábamos antes, de perversión, de la perversión de los sentimientos que pueden ir consumiendo, pero el amor es expansivo, lo llena todo. No se puede morir de amor. Creo que se vive de amor.» Pilar
José e Pilar - Conversas Inéditas, Miguel Gonçalves Mendes
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Publicação anterior: «Os nossos pés a marcar o destino»
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
Kingsbridge, o cenário de duas histórias
Em finais de 2010, a estreia da série foi o pretexto ideal para iniciar a leitura de Os Pilares da Terra de Ken Follett. O contágio foi de tal ordem que deixei-me envolver e embrenhar nas teias daquela história, que tinha como cenário a construção de uma catedral. Tom, o pedreiro, Ellen, o prior Philip, o bispo Waleran, Richard, William, Aliena e Jack são os fios condutores de uma obra apaixonante. Simultaneamente, a série foi seguida passo a passo; por sinal bastante viciante! Os cenários eram fantásticos, a caracterização dos personagens excelente e a história não fugia muito à obra. Até que nos últimos episódios tudo mudou e não pude deixar de sentir um enorme desagrado por terem alterado o rumo dos acontecimentos. Senti-me defraudada, mas pronto tudo passou. A vontade de voltar à cidade de Kingsbridge ficou e por isso foi com entusiasmo que iniciei a sequela de Um Mundo sem Fim.
Dois séculos depois, em novembro de 1327, as vidas de quatro crianças irão ditar, ao longo de vários anos, o rumo da história de Um Mundo sem Fim. Os irmãos Merthin e Ralph e as amigas Caris e Gwenda trilham as suas próprias histórias de luta, de coragem, de ambição, de ódio, de vingança e de amor. Pelo meio, outros personagens fazem e desfazem a direção dos acontecimentos, que nos levem para um emaranhado de emoções. Não eram tempos fáceis aqueles… A Europa conheceu La moria grande, que devastou cidades inteiras e Kingsbridge não ficou ilesa de tamanha tragédia.
A história de ambos os livros falam por si, mas gostaria de salientar a força dos personagens, que nos envolvem e nos abarcam tantos sentimentos. As suas histórias envoltas em fé e determinação tanto enchem-nos de revolta, raiva ou aversão, como de compaixão, de complacência ou de cumplicidade.
Também aqui Ken Follett soube abrilhantar com detalhe todo o enredo. Tanto Os Pilares da Terra, como Um Mundo sem Fim são duas obras de época extraordinárias que só podem ser lidas em ritmo acelerado, para não se perder nada. Muito embora tenha de dizer que a primeira foi bem mais arrebatadora!
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
“Os nossos pés a marcar o destino”
Fundação José Saramago, Lisboa
«Se há um momento na minha vida que é um momento-chave é esse, o momento da decisão: é agora ou nunca que eu vou saber finalmente se sou escritor ou se não sou escritor. E tinha sessenta anos, meu caro.» José
«lo que digo responde a lo que Saramago piensa. ¿Qué podría haber sido dicho de una forma más bella en castellano? Seguramente. Pero, desde luego, que responda más con más precisión y más eficazmente a lo que Saramago está pensando, dudo que haya ninguna otra traducción en el mundo. Porque, claro, estamos todo el día juntos, y sé de qué va la historia. No soy una traductora que vive en China y de repente le llega un original y a ver cómo se lo monta. Autor y traductora vivimos el libro.» Pilar
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Nota: No dia 16 comemora-se o nascimento de José Saramago. Para assinalar essa data, irei publicar durante o mês de novembro, todas as sextas-feiras, algumas confidências partilhadas na obra José e Pilar - Conversas Inéditas de Miguel Gonçalves Mendes.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
9| livrarias e bibliotecas no mundo
Hiša Sanjajočih Knjig ou House of Dreaming Books é o nome desta casa de livros que nos seduziu a entrar. Podemos até afirmar que é uma das mais bonitas livrarias da capital eslovena, Ljubljana! Situada na Trubarjeva 29, esta livraria, que pertence ao grupo Sanje, prima por uma variedade de histórias e autores e pela simpatia de Narcisa Žnidar, com quem trocamos dois dedos de conversa.
Neste espaço tão acolhedor encontramos um cantinho especial dedicado às crianças e aos sonhos. Já em certas ocasiões, a casa enche-se de músicos, atores e contadores de estórias, para animar os serões da capital.
«Evangelij po Jezusu Kristusu» ou melhor dizendo «O Evangelho segundo Jesus Cristo» de José Saramago encontrava-se em primeiro plano na secção de autores estrangeiros. Não há como escapar! Os nossos olhos sempre recaem para estas prateleiras; sempre na expetativa de encontrar os nossos autores.
E assim despedimo-nos, de sorriso esboçado no rosto e com um postal da cidade, pintado em aguarela, debaixo do braço.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Gostariam de viajar assim?
Clicar na imagem para aumentar
Quais seriam as vossas escolhas?
Aproveitemos já este fim de semana... :o)
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Lenda da Nossa Senhora da Oliveira
Praça da Oliveira, Guimarães
Com tantas lendas que andam por aí e eu ainda não tinha escrito uma sobre Guimarães! Ora claro está que a cidade onde nasceu Portugal também haveria de ter algumas estórias para partilhar e nada melhor do que escrever sobre a lenda da Nossa Senhora da Oliveira.
A lenda conta-nos que Wamba, o rei godo, trouxe do Jardim das Oliveiras de Jerusalém uma Oliveira que plantou em S. Torcato, para que com o seu azeite pudesse depois alumiar o corpo do santo bispo. Muitos séculos depois, a Oliveira foi plantada na Praça Maior da Vila, mas não resistiu e acabou por secar. E assim continuou seca até ao dia em que ergueram ao pé da Oliveira um cruzeiro do Padrão. A notícia de que a Oliveira tinha dado rebentos novos passou de boca em boca, de tal forma, que o povo começou a ir em romaria para ver e admirar com os seus próprios olhos o tamanho milagre que se tinha dado em honra da Santa Maria de Guimarães. Que entretanto na voz do povo já tinha passado a ser chamada de Santa Maria da Oliveira.
As suas azeitonas e folhas passaram a ser remédio e proteção e em tempos de guerra, não havia soldado que não levasse consigo uma folha como garantia de regresso a casa. Só que os tempos aí eram outros. E com esses tempos outros vieram, que esmoreceram e levaram a fé de muita boa gente. Assim chegou o tempo em que o lugar da Oliveira começou a ser um estorvo, por dificultar o caminho das cavalgaduras. Muitos foram os que pensaram em decepá-la...
Claro está que a Oliveira do milagre já não existe. Mas como para grandes males há sempre grandes remédios, a Oliveira da praça acabou por ressuscitar e ir parar ao seu devido lugar, dentro do polígono de pedra, de modo a lembrar os tempos imemoriais.
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Fonte: Município de Guimarães
domingo, 14 de outubro de 2012
Trilho do Lago Bled
Percurso: Pedestre
Localização: Alpes Julianos, Eslovénia
Distância aproximada: 2 km
Duração aproximada: 3 horas
Grau de dificuldade: Médio
O lago Bled é um lago de origem glaciar e fica localizado em plenos Alpes Julianos, no Parque Nacional de Triglav, na Eslovénia. Esta paisagem idílica parece saída de um daqueles postais para turista. No meio do lago encontra-se uma pequena ilha onde se ergue a igreja de Santuário da Assunção de Maria e muitos são os turistas que viajam de barco até lá para tocarem o sino e realizarem os seus desejos.
Junto ao lago pode-se desfrutar da zona verdejante envolvente para fazer um piquenique e relaxar ou então subir até ao cimo da montanha para apreciar toda a imensidão do lago através do castelo de Bled (custo da entrada: 8€). Este avista-se ao longe e localiza-se numa zona rochosa. Para quem gosta de caminhar nada melhor do que subir até lá pela encosta, pois a paisagem vista do castelo vale bem a subida.
Depois de uma subida nada melhor do que uma descida para mergulhar nas águas cálidas do lago. Em pleno agosto, as piscinas do lago são muito procuradas tanto pelos locais, como pelos turistas. Não, não resisti e também aproveitei para me refrescar da caminhada. Uma tarde nestas piscinas tem um custo de 6€, sendo que nas proximidades é proibido mergulhar no lago. Já se formos até à zona oposta, em direção ao lago Bohinj, é possível ir a banhos gratuitamente.
Junto ao lago pode-se desfrutar da zona verdejante envolvente para fazer um piquenique e relaxar ou então subir até ao cimo da montanha para apreciar toda a imensidão do lago através do castelo de Bled (custo da entrada: 8€). Este avista-se ao longe e localiza-se numa zona rochosa. Para quem gosta de caminhar nada melhor do que subir até lá pela encosta, pois a paisagem vista do castelo vale bem a subida.
Depois de uma subida nada melhor do que uma descida para mergulhar nas águas cálidas do lago. Em pleno agosto, as piscinas do lago são muito procuradas tanto pelos locais, como pelos turistas. Não, não resisti e também aproveitei para me refrescar da caminhada. Uma tarde nestas piscinas tem um custo de 6€, sendo que nas proximidades é proibido mergulhar no lago. Já se formos até à zona oposta, em direção ao lago Bohinj, é possível ir a banhos gratuitamente.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
"o movimento do voto em branco"
«A mim o que me assombra é que não se ouça um grito, um viva, um morra, uma palavra de ordem que expresse o que a gente quer, só este silêncio ameaçador que causa arrepios na espinha.»
E se em dia de eleições todos os eleitores saíssem de suas casas para cumprir o seu direito de voto, não para votarem no p.d.d., nem no p.d.m. ou no p.d.e., mas sim para votarem em banco? É esta a história que José Saramago nos conta em Ensaio sobre a Lucidez.
Num domingo de chuva e de eleições espera-se e desespera-se pela chegada dos eleitores à mesa de voto. Já para o final da tarde, quando a chuva dá um sinal de tréguas, «os eleitores que até então se tinham deixado ficar na tranquilidade dos seus lares» vão aparecendo nas respetivas assembleias eleitorais, «como rios que não conhecem outro caminho que não seja o mar», para exercerem o seu direito de voto. O que nada fazia prever era que os resultados finais iriam ser catastróficos para os três partidos! «Os votos válidos não chegavam a vinte e cinco por cento, distribuídos pelo partido da direita, treze por cento, pelo partido do meio, nove por cento, e pelo partido da esquerda, dois e meio por cento. Pouquíssimos os votos nulos, pouquíssimas as abstenções. Todos os outros, mais de setenta por cento da totalidade, estavam em branco.»
Ora uma situação anormal como esta, que desafia todos os resultados previstos, merece a convocação imediata de novas eleições! Só que não se imaginava que com as novas eleições a percentagem de votos em branco iria aumentar ainda mais. E agora?
Começam as inquirições e as perseguições a todos e a mais algum, até que o Estado e as respetivas autoridades decidem abandonar a cidade onde a votação em branco ocorreu e criar assim o caos. Entretanto, como o povo continua seguindo o seu dia a dia com normalidade, as respetivas autoridades dão início às investigações, com intuito de chegarem até a um culpado. E não é que descobrem que o culpado é a mulher que não cegou há uns quatro anos, quando toda a cidade tinha padecido desse mal! Entram então nesta parte da história alguns personagens do seu anterior livro, Ensaio sobre a Cegueira. Estes vêm conferir a culpabilidade do ato do voto em branco, pois este não poderia ter sido, de modo algum, involuntário. E aqui, o autor revela-nos de forma mordaz até onde os limites da democracia representativa conseguem chegar.
«Ouviste alguma coisa, Três tiros, respondeu outro, mas havia também um cão aos uivos, Já se calou, deve ter sido o terceiro tiro, Ainda bem, detesto ouvir os cães a uivar.»
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Está a chegar a Festa do Cinema Francês!
Há alguns anos que tenho vindo a divulgar a Festa do Cinema Francês sempre que esta desce até aos algarves. Só que entretanto os mais distraídos, que vivem em Lisboa e Almada já a perderam e não tiveram a oportunidade de assistir a nenhum filme. Como este ano não quero que isso aconteça, decidi antecipar a divulgação, antes da 13.ª edição iniciar em qualquer uma das seis cidades anfitriãs. Para quem não gosta de cinema francês este festival não lhe há de dizer absolutamente nada, mas por estes lados já só se contam os dias!
Em Faro será, mais uma vez, o Teatro das Figuras a receber esta tão aguardada 13ª Festa do Cinema Francês. Haverá sessões diárias às 19h30 e 21h30 e o custo de cada bilhete é de 3,5€.
Entretanto já estive a ver o programa de Faro e aproveitei para fazer as minhas escolhas para este ano, que são as seguintes:
L’ART D’AIMER de Emmanuel Mouret (comédia)
«No momento em que nos apaixonamos, nesse instante preciso, produz-se em nós uma música muito especial. Ela é diferente para cada um e pode revelar acontecimentos inesperados…»
LE FILS DE L’AUTRE de Lorraine Lévy (drama)
«Ao entrar para o exército israelita, Joseph descobre que não é filho biológico dos pais e que foi trocado à nascença por Yacine, aquando de um bombardeamento que atingiu a maternidade onde nasceu. Joseph parte à procura desse outro rapaz, filho de uma família palestiniana, desencadeando um profundo revirar de identidades e convicções nos membros das duas famílias.»
INDIGNADOS de Tony Gatlif (documentário)
«Partindo do manifesto “Indignai-vos”, enorme sucesso de vendas em 2010 do velho resistente anti-fascista Stéphane Hessel, Tony Gatlif revisita o movimento de ocupação de praças e lugares públicos desencadeado nas Portas do Sol, em Madrid. Relembrando os inumeros jovens em luta contra as políticas de austeridade e a cupidez do capitalismo financeiro, o realizador constroi uma narrativa que recolhe e expõe histórias e preocupações contemporâneas.»
ZARAFA de Rémi Bezançon, Jean-Christophe Lie (animação)
«Um ancião africano conta às crianças que o rodeiam uma antiga história. Livremente inspirado na verdadeira história da girafa oferecida pelo Paxá do Egipto ao Rei de França em 1827, o filme conta a odisseia de Zarafa, uma girafa capturada, e as tentativas de um menino de dez anos, Maki, para levar Zarafa de volta ao Sudão.»
UN HEUREUX ÉVÈNEMENT de Rémi Bezançon (comédia)
JE ME SUIS FAIT TOUT PETIT de Cécilia Rouaud (comédia)
«De repente tudo muda para Yvan: a mulher deixa-o para ir viver para a Tailândia e as filhas preferem viver com a tia. Deprimido e decidido a mudar de vida, pondera deixar Paris pela Bretanha. Mas, inesperadamente, tropeça numa mulher bonita e num filho que não é seu e aventura-se num plano de vida que nunca tinha imaginado.»
«No momento em que nos apaixonamos, nesse instante preciso, produz-se em nós uma música muito especial. Ela é diferente para cada um e pode revelar acontecimentos inesperados…»
LE FILS DE L’AUTRE de Lorraine Lévy (drama)
«Ao entrar para o exército israelita, Joseph descobre que não é filho biológico dos pais e que foi trocado à nascença por Yacine, aquando de um bombardeamento que atingiu a maternidade onde nasceu. Joseph parte à procura desse outro rapaz, filho de uma família palestiniana, desencadeando um profundo revirar de identidades e convicções nos membros das duas famílias.»
INDIGNADOS de Tony Gatlif (documentário)
«Partindo do manifesto “Indignai-vos”, enorme sucesso de vendas em 2010 do velho resistente anti-fascista Stéphane Hessel, Tony Gatlif revisita o movimento de ocupação de praças e lugares públicos desencadeado nas Portas do Sol, em Madrid. Relembrando os inumeros jovens em luta contra as políticas de austeridade e a cupidez do capitalismo financeiro, o realizador constroi uma narrativa que recolhe e expõe histórias e preocupações contemporâneas.»
ZARAFA de Rémi Bezançon, Jean-Christophe Lie (animação)
«Um ancião africano conta às crianças que o rodeiam uma antiga história. Livremente inspirado na verdadeira história da girafa oferecida pelo Paxá do Egipto ao Rei de França em 1827, o filme conta a odisseia de Zarafa, uma girafa capturada, e as tentativas de um menino de dez anos, Maki, para levar Zarafa de volta ao Sudão.»
UN HEUREUX ÉVÈNEMENT de Rémi Bezançon (comédia)
«Adaptado de um romance de Eliette Abecassis, Un Heureux Événement é uma visão íntima de uma maternidade sem tabus.»
JE ME SUIS FAIT TOUT PETIT de Cécilia Rouaud (comédia)
«De repente tudo muda para Yvan: a mulher deixa-o para ir viver para a Tailândia e as filhas preferem viver com a tia. Deprimido e decidido a mudar de vida, pondera deixar Paris pela Bretanha. Mas, inesperadamente, tropeça numa mulher bonita e num filho que não é seu e aventura-se num plano de vida que nunca tinha imaginado.»
Lisboa, Almada, Faro, Porto, Coimbra e Guimarães estão prontas para receber esta festa e vós pretendeis ir? Já sabem o que não querem mesmo perder?
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
"o ritmo buliçoso da vida de escritório"
Going to work, Slawek Gruca, Polónia
«Resolvi passar a chegar ao escritório uma hora mais tarde. Assim, estou muito mais descansado e fresco quando lá chego e evito aquela primeira hora desconsoladora do dia de trabalho, durante a qual o meu sistema nervoso, ainda lento, e o meu corpo fazem de todas as pequenas tarefas um tormento. Descobri que, se chegar mais tarde, o trabalho que executo é de muito melhor qualidade.»
Uma Conspiração de Estúpidos, John Kennedy Toole
terça-feira, 25 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
8| livrarias e bibliotecas no mundo
«Library under the treetops» foram as palavras mágicas que me fizeram recuar uns passos para espreitar o que ali se escondia; que nos convidava a parar e a entrar na leitura ao ar livre.
Ora esta pequena biblioteca, escondida sob as copas das árvores, pode ser encontrada na capital eslovena, Ljubljana, junto às margens do rio Ljubljanica. Achei a ideia um máximo e fiquei mesmo maravilhada com este achado, que ainda por cima estava bem composto de leitores!
Claro que depois de uma manhã animada de voltas e mais voltinhas, os pés já pediam descanso, por isso este foi o lugar ideal para descansar à beira-rio e saborear umas palavras do guia da cidade, que ainda pedia para ser descoberta.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
«Preocupo-me, Logo Existo!»
Preocupo-me, Logo Existo! de Eric Bogosian é a peça que sobe ao palco do Teatro das Figuras, esta sexta-feira, dia 21 de setembro, às 21h30 e que terá Diogo Infante na interpretação.
Refere o ator que, «Regressar ao universo de Bogosian é como rever um amigo de longa data que a vida se encarregou de afastar. Bastam apenas alguns minutos para que se recupere a intimidade. O tempo é uma medida curiosamente ilusória. O humor corrosivo e politicamente incorrecto de Bogosian talvez sirva demasiadamente bem a minha necessidade de questionar tabus, hipocrisias e demagogias de uma sociedade apática e deprimida, que precisa de novos paradigmas e de novas filosofias.»
Admiro imenso o trabalho de Diogo Infante e por isso aguardo com grande expetativa mais esta peça do ator. Aqui, Diogo Infante interpretará diferentes personagens: Bebé interior, Taxista, Espectador, Diabo, Músico, Fã, Médico e Homem da Classe Média, «com os problemas que se aproximam às preocupações que os portugueses estão, actualmente, a viver».
Fica o aviso. A peça já está agendada para o Porto e ao que parece, ainda vai correr por algumas cidades do país. Para quem gosta de teatro, é melhor estar atento, pois o público de Lisboa aplaudiram com entusiasmo. :0)
domingo, 16 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
É hoje!
«...eles não são estúpidos, percebem muito bem que isto pode tornar-se num rastilho de pólvora, pega-se fogo aqui e vai rebentar lá adiante, de todo o modo, já que para eles somos merda, então vamos sê-lo até ao fim, ombro com ombro, e desta merda que somos algo os salpicará a eles.»
Ensaio sobre a lucidez, José Saramago
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
O desafio dos 50
Hoje escrevo a propósito de listas de livros. Como sabem, existem muitas e estão constantemente a ser divulgadas. Umas para enumerar os melhores livros de sempre; outras para lembrar-nos dos livros que devemos ler antes de morrer; algumas feitas só com autores premiados com Nobel, Booker Prize e sei lá mais o quê; outras ainda com os livros mais difíceis de ler; ou até com os piores livros de sempre; etc.
Seja pela curiosidade de ver quais os livros selecionados, seja pela vontade de descobrir, quem sabe, outros livros/autores, confesso que tenho por hábito ler estas listas. Não é que lhes vá dar grande importância, porque cada um de nós tem a sua preferência de leitura, mas é também agradável encontrar nessas listas muitos livros que já lemos e que no final até concordamos com a escolha do crítico.
No outro dia ao ler o blogue Viajar Pela Leitura, em que a Paula refere que já está "um bocado farta de listas" e o Nuno Chaves comenta que devíamos de fazer uma lista com os "50 livros a serem lidos até morrer", fiquei a matutar na ideia por a considerar bastante interessante e assim decidi aceitar o desafio de criar a minha lista de livros, mesmo correndo o risco de me esquecer de algum. E claro, também tenho consciência que daqui a uns dez anos a lista já não será a mesma, por ainda ter muitos por ler e descobrir!
A lista que se segue não tem qualquer ordem de preferência e não é bem a lista referida. Não é uma lista de livros obrigatórios, nem sequer dos melhores de sempre. É sim, uma lista de livros que foram marcantes, únicos, extraordinários, apaixonantes, viciantes, singelos, perturbadores, cómicos e entre outras coisas que nos tocam cá dentro, enquanto leitores que somos, e que de alguma forma também definem aquilo que sou.
A lista que se segue não tem qualquer ordem de preferência e não é bem a lista referida. Não é uma lista de livros obrigatórios, nem sequer dos melhores de sempre. É sim, uma lista de livros que foram marcantes, únicos, extraordinários, apaixonantes, viciantes, singelos, perturbadores, cómicos e entre outras coisas que nos tocam cá dentro, enquanto leitores que somos, e que de alguma forma também definem aquilo que sou.
1| Memorial do Convento, José Saramago
2| O Alienista, Machado de Assis
3| Húmus, Raul Brandão
4| Uma Casa na Escuridão, José Luís Peixoto
5| Os Maias, Eça de Queirós
6| O Estrangeiro, Albert Camus
7| Poesias de Álvaro de Campos
8| Metamorfose, Franz Kafka
9| O Engenhoso Fidalgo D. Quixote de la Mancha, Miguel de Cervantes
10| A Divina Comédia, Dante Alighieri
11| O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
12| Mystic River, Dennis Lehane
13| Pela Estrada Fora, Jack Kerouac
14| O Deus das Moscas, William Golding
15| A Quinta dos Animais, George Orwell
16| O Principezinho, Antoine Saint-Exupéry
17| A Lua de Joana, Maria Teresa Maia Gonzalez
18| Beloved, Toni Morrison
19| Capitães da Areia, Jorge Amado
20| O Remorso de Baltazar Serapião, Valter Hugo Mãe
21| Desgraça, J. M. Coetzee
22| Crime e Castigo, Fiódor Dostoievski
23| Anna Karénina, Lev Tolstoi
24| Jane Eyre, Charlotte Brontë
25| As Brumas de Avalon, Marion Zimmer Bradley
26| Os Passos em Volta, Herberto Helder
27| Rebecca, Daphne du Maurier
28| O Amor em Tempos de Cólera, Gabriel García Márquez
29| O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald
30| Por Favor Não Matem a Cotovia, Harper Lee
31| O Homem que Via Passar os Comboios, Georges Simenon
32| As Vinhas da Ira, John Steinbeck
33| História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar, Luís Sepúlveda
34| O Dia dos Prodígios, Lídia Jorge
34| O Dia dos Prodígios, Lídia Jorge
35| A Mancha Humana, Philip Roth
36| As Aventuras de João Sem Medo, José Gomes Ferreira
37| O Barão Trepador, Italo Calvino
38| Ele foi Mattia Pascal, Luigi Pirandello
39| As Aventuras de Tom Sawyer, Mark Twain
40| Contos de Natal, Charles Dickens
41| Werther, J. W. Goethe
42| A Arte de Amar, Ovídio
43| Aparição, Vergílio Ferreira
44| O Nariz, Nikolai Gógol
45| Cândido, Voltaire
46| Siddhartha, de Hermann Hesse
47| Fazes-me Falta, Inês Pedrosa
48| Se Isto é um Homem, Primo Levi
49| O Silêncio do Mar, Vercors
50| A Última Fome, John Christopher
Agora, e aproveitando a deixa do Nuno Chaves, desafio-vos a selecionar os vossos 50. :0)
terça-feira, 4 de setembro de 2012
"a vida nunca acaba bem"
Depois de ter lido Os livros que devoraram o meu pai, fiquei com imensa vontade de voltar a ler Afonso Cruz. A oportunidade só voltou a proporcionar-se com o lançamento do seu novo romance, Jesus Cristo bebia cerveja. Este é um livro que nos conta a história de Rosa, uma rapariga cobiçada pelo olhar lascivo dos homens, que vive no Alentejo com a sua avó Antónia. Rosa ficou órfã de pai e quando fez a primeira comunhão disse ao padre que a sua mãe foi substituída pela própria Virgem Maria. É apaixonada por westerns e está constantemente a ler ou a citar passagens do seu western preferido A morte não ouve o pianista, em que o personagem principal é um pistoleiro muito famoso, Harold Estefania. Gosta de chupar pequenas pedras como se fossem rebuçados, pois estas «são pedras que apanhou em lugares onde viveu algum tipo de felicidade ou de dor, momentos que não quer esquecer.»
Para além de Rosa, vive nesta aldeia o padre Teves, que «começou a devotar uma constante atenção [às nádegas, uma] área tão desprezada – ou tão amada – da anatomia.» e tem uma predileção pelas nádegas mitológicas de Rosa. O pastor Ari, que é o único amigo de Rosa e um apaixonado por ela, que diz que não morre, «que é para não [a] deixar sozinha.» E outros personagens que ajudam a compor a história, como o Zé Romão, o caseiro Rato, a Matilde, a senhora Santos & Santos, o Alípio. Já numa outra aldeia próxima, ficamos a conhecer o professor Borja, um homem da ciência com mais de setenta anos, que gosta de pintar versos, assinados por um tal de Diógenes de Oenoanda, no muro impecavelmente branco, que limita a propriedade de Miss Whittemore, uma inglesa, que «dorme dentro de um cachalote que um antepassado seu caçou nos mares do Sul.»
Um dia, a vida do professor Borja cruza-se com a de Rosa e este começa a visitá-la no monte, com alguma frequência. E é numa dessas visitas, que Rosa, muito chorosa, confessa-lhe que gostaria de satisfazer o sonho da sua avó, pois esta não queria morrer sem conhecer a Terra Santa. A partir daqui, os dois começam a engendrar possibilidades para levar a velha até Jerusalém, que é como quem diz: «- Se nós não conseguimos chegar a Jerusalém, temos de fazer com que Jerusalém venha até nós.»
E já contei muito sobre esta história poética, tão trágica e tão cómica, em que Jesus Cristo bebia realmente cerveja, pois o vinho era a bebida dos romanos. Neste romance, sentimos a necessidade constante de parar para sublinhar algumas passagens e vontade de partilhar com alguém uma dessas passagens realmente fantásticas ou irónicas do autor. Gostei imenso!
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
"ele deixou de tocar"
Slow Tunes, Kelly Vivanco, EUA
«Duarte, porque é que deixaste de tocar piano?»
Duarte não esboçou a menor reação, a mínima surpresa, e a pergunta ficou a ecoar ao longo da Rosa Araújo, da Rodrigo da Fonseca, da Nova de São Mamede. E já se avistavam as primeiras árvores do Príncipe Real quando Duarte se livrou das mãos da mãe e respondeu: «Ódio.»
A mãe olhou-o surpreendida: »Ódio à música?»
Duarte disse: «Ódio ao meu talento. Ódio àquilo a que as pessoas costumavam chamar dom. O meu dom.»
O Teu Rosto Será o Último, João Ricardo Pedro
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
7| livrarias e bibliotecas no mundo
Ciproš em Maribor, Eslovénia
Maribor é este ano, juntamente com Guimarães, Capital Europeia da Cultura. E foi nesta linda cidade eslovena, que fui encontrar a livraria Ciproš. Esta localiza-se na Glavni trg 1, mais precisamente do lado esquerdo após passar a ponte que atravessa o rio Drava. Aqui encontramos essencialmente livros usados de literatura eslovena e de autores estrangeiros traduzidos para esloveno, para além de também haver alguns livros em inglês, francês, russo, italiano e não, não encontrei nada em português.
Fiquei a saber que na Eslovénia, toneladas de livros velhos são destruídos em moinhos. E foi com o intuito de salvar pelo menos parte desses livros, que a The Ciproš Maribor Book Lovers Club foi fundada em 1995. O nome Ciproš simboliza renascimento, e é neste contexto que os livros descartados são trazidos para as prateleiras desta bonita livraria, onde ganham outra vida até serem descobertos por novos leitores. Para além disso, a Ciproš também organiza vários eventos literários.
Gostei especialmente da decoração desta livraria, onde os abat-jours são feitos de livros e onde há malas de viagem cheias de mais livros.
Também descobri, posteriormente, que o seu anterior espaço físico era num antigo quartel do complexo Pekarna e numa caminhada mais demorada ao outro lado da cidade, fui ao encontro da antiga Bukvarna Ciproš.
Fiquei a saber que na Eslovénia, toneladas de livros velhos são destruídos em moinhos. E foi com o intuito de salvar pelo menos parte desses livros, que a The Ciproš Maribor Book Lovers Club foi fundada em 1995. O nome Ciproš simboliza renascimento, e é neste contexto que os livros descartados são trazidos para as prateleiras desta bonita livraria, onde ganham outra vida até serem descobertos por novos leitores. Para além disso, a Ciproš também organiza vários eventos literários.
Gostei especialmente da decoração desta livraria, onde os abat-jours são feitos de livros e onde há malas de viagem cheias de mais livros.
Também descobri, posteriormente, que o seu anterior espaço físico era num antigo quartel do complexo Pekarna e numa caminhada mais demorada ao outro lado da cidade, fui ao encontro da antiga Bukvarna Ciproš.
sábado, 25 de agosto de 2012
Trilho de Vintgar Gorge
Percurso: Pedestre
Localização: Parque Nacional de Triglav, Eslovénia
Distância aproximada: 1,6 km
Duração aproximada: 2-3 horas
Grau de dificuldade: Baixo
O desfiladeiro de Vintgar Gorge (Soteska Vintgar), que faz parte do Parque Nacional de Triglav, encontra-se a 4 km do município de Bled e a 62 km da capital eslovena, Ljubljana. O trilho tem um custo de entrada no valor de 4€ e permite o estacionamento gratuito de viaturas.
O percurso é bastante acessível, no entanto não é circular. Ao chegarmos ao final temos de regressar pelo mesmo trilho. A caminhada é feita, praticamente, em estrados e pontes de madeira, que estão ao longo do rio Radovna. Este é de águas tão cristalinas, que a vontade imediata é de mergulhar nelas! No entanto, fica o aviso de que não são permitidos banhos, o que não nos impede de descansar e refrescar os pés.
A paisagem é sempre verdejante e convidativa ao deleite e relaxamento, por isso esta é uma caminhada que deve ser feita com muitos momentos de pausa. No final do trilho encontramos um ponto de apoio e uma cascata de 13 metros, que nos convidam, mais uma vez, ao descanso. Sendo assim, é de não esquecer de levar uma pequena merenda na mochila para ajudar a recuperar forças para o percurso de regresso.
A paisagem é sempre verdejante e convidativa ao deleite e relaxamento, por isso esta é uma caminhada que deve ser feita com muitos momentos de pausa. No final do trilho encontramos um ponto de apoio e uma cascata de 13 metros, que nos convidam, mais uma vez, ao descanso. Sendo assim, é de não esquecer de levar uma pequena merenda na mochila para ajudar a recuperar forças para o percurso de regresso.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
"Eu sou o deserto"
Le Chevalier au Grand Coeur, Hippolyte, França
«Todos os desertos são iguais, porque quando estamos acompanhados, podemos estar acompanhados de mil maneiras diferentes. Depende de quem está à nossa volta, ou daquilo que nos cerca. Mas a solidão é só uma, é sempre a mesma. Por isso, eu sou todos os desertos em toda a sua vastidão, pois a minha solidão é a solidão de todas as pessoas, de todos os seres vivos, de todas as pedras, de todas as perdas.»
A morte não ouve o pianista, Afonso Cruz
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
sábado, 4 de agosto de 2012
As memórias de Trotwood
Seis meses depois dou por terminado o desafio lançado em fevereiro. Na altura, referi que seria um desafio para dois meses. Pois… Estava ligeiramente enganada. Charles Dickens não é para se ler às pressas! A obra David Copperfield exige ser lida serenamente. É um livro denso e intenso, que nos encaminha para muitos lugares envolventes e emotivos da cidade londrina e arredores, na época vitoriana.
«Sabia que em meu coração, como em todos os corações verdadeiramente bons e elevados, a aflição dá força e não fraqueza. Da mesma maneira que os sofrimentos da minha infância tinham contribuído para fazer de mim o que eu era; da mesma maneira maiores desgraças, depurando-me o ânimo, melhor me tornariam ainda, para que eu pudesse transmitir aos outros, em meus escritos, o ensinamento que de mim próprio recebera.»
Em David Copperfield é ele quem nos conta a sua história, desde o seu nascimento até à idade adulta, em que vive os seus anos de pleno sucesso e felicidade. Nasce órfão de pai e ainda de tenra idade vê-se sujeito a uma educação rígida e traumática, por a sua mãe contrair casamento com Mister Murdstone, um homem austero e odioso. Após várias privações dolorosas e de ficar orfão de mãe, decide pedir dinheiro emprestado à sua querida ama, a boa Peggotty, e ir procurar a sua tia, Miss Betsy, em Douvres. A partir daqui a sua vida dá uma enorme reviravolta em todos os sentidos. E não vou prolongar-me em mais descrições sobre a história, pois todas as vivências de Copperfield estão descritas em 829 páginas, tão minuciosas e sentimentais, que só lidas terão o seu encanto.
Refiro antes que as obras de Charles Dickens estão sempre cheias de personagens, e esta não é exceção! Dickens é mestre na criação de personagens e a dar-lhes vidas e personalidades tão ricas, que é impossível, ao fim de tantas e tantas páginas, esquecê-las. Consegue-se criar ódio ao miserável Mr. Murdstone e à sua monstruosa irmã. Sentir repugnância pelo tão humilde Mr. Uriah Heep, que não passa de um homem pérfido. Sentir simpatia pela enorme família de Mister Micawber, tão infortunada nas suas aventuras. E afeição pelo empenho e dedicação de Traddles, o grande amigo e advogado de Copperfield. Não esquecendo a admiração por Mister Peggotty, o marinheiro que ruma para outros mares com a sua frágil sobrinha, Emília. Ou de sentir benevolência por Dora, a mulher-criança de Copperfield, que o deixa tão jovem. E até de compreender a resignação silenciosa da doce Inês.
Acrescento ainda que esta narração, por vezes, tende a parecer exageradamente sentimentalista. E é de facto! Pois, mesmo havendo momentos menos felizes na vida de David Copperfield, o amor, a bondade e a esperança estão sempre presentes, fazendo desta obra um verdadeiro clássico da literatura.
David Copperfield não é só uma autobiografia de Charles Dickens, é “talvez, o melhor romance para travar conhecimento com Dickens” (Jorge Luis Borges).
quarta-feira, 25 de julho de 2012
"sofrer de poesias"
..., André Neves, Brasil
«- Chovia no sonho?
- Oh, Doutor, o senhor sofre mesmo de poesias, então chove nos sonhos?
- Eu, poesias?
- Não é de agora. O senhor já anda poetando há muito tempo. Por exemplo, quando o senhor me aconselha para eu cortar nas bebidas...
- Acha que isso é poesia?
- Então não é? Cortar-se na bebida? A gente pode cortar nas árvores, cortar na roupa, cortar sei lá onde, mas diga lá, Doutor, que faca corta um líquido? Só a faca da poesia.»
Venenos de Deus, Remédios do Diabo, Mia Couto
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