sábado, 27 de janeiro de 2024

"Anatomia de uma tragédia em Jerusalém"


"Todos sabiam da rapidez com que as autoridades israelitas se lançavam sobre uma estrada da Cisjordânia assim que um miúdo atirava pedras. No entanto, os soldados no posto de controlo, as tropas na base de Rama, os camiões de bombeiros nos colonatos vizinhos nada tinham feito, deixando o autocarro arder durante mais de meia hora."

"Arik queria explorar a razão pela qual os jovens israelitas podiam sentir mais ódio do que os mais velhos. Acreditava que aquela história seria útil para que a sociedade israelita se olhasse ao espelho. [...] 

<<Estes pequenos palestinianos podem ser os terroristas do futuro. Não me venham com essa treta de que toda a gente é um ser humano. São cães, não pessoas, e merecem morrer.>> [...]

- Estamos a falar de crianças de 4 a 5 anos, sabes?

- Miúdos pequenos, sim. E depois?"

Um dia na vida de Abed Salama de Nathan Thrall é um livro não ficcional e bastante emotivo. A história de Abed Salama tem pairado nos meus pensamentos diários.

O jornalista norte-americano Nathan Thrall, a viver em Jerusalém, não nos relata somente o dia fatídico em que o palestiniano Abed Salama perdeu o filho de 5 anos num acidente rodoviário. Ao reconstituir a tragédia passada em 2012, o autor conta-nos também os últimos 50 anos de História do conflito israelo-palestiniano.

É um relato muito duro e perturbador sobre um quotidiano marcado por tensão e conflitos diários, marcado pelo domínio e ocupação dos colunatos, mas tão essencial para perceber o quanto há de crueldade na Humanidade. 

São as feridas de ambos os lados que não cicatrizam e onde tudo se tornou banal. É o silêncio ensurdecedor do Ocidente.

"- Não importa se é de esquerda ou de direita. O facto de haver quem celebre a morte de pessoas obriga a que paremos, por um momento, e nos perguntemos como é que chegámos a este ponto."

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

21| livrarias e bibliotecas no mundo

A Juristische Bibliothek de Munique é irresistível para os apaixonados por livros e não só.

Fundada em 1843, esta biblioteca foi posteriormente mobilizada para uma das salas da Câmara Municipal, que está localizada na Marienplatz.

Durante o período de funcionamento não é possível visitá-la. A reserva para uma visita guiada de 30 minutos pode ser efetuada, de sexta-feira a domingo, no site do turismo "Simply Munich".

Quando pensei em Munique como destino já não havia disponibilidade para reservar nos dias em que estaria pela cidade.

Mesmo assim, no dia em que fomos à praça central, dirigimo-nos à receção da biblioteca e encontrámos uma informação na porta. Naquele dia, era possível visitar a biblioteca depois do expediente, entre as 16h30 e as 16h40.

Não queria acreditar! Uns minutos antes lá estávamos nós à espera para entrar e nos maravilharmos.

Foram 10 minutos certos de puro deleite!

Refiro ainda que os corredores da Câmara Municipal, até chegar à sala 367, também são lindos e merecem uma visita pausada.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Zugspitze (2962 m)

Subimos ao ponto mais alto da Alemanha. Ficámos com a carteira vazia, mas valeu toda a alegria do pequerrucho e a nossa também.

A montanha Zugspitze, com 2962 metros de altitude, fica nos alpes bávaros, na zona de Garmisch-Partenkirchen e situa-se na fronteira com a Áustria, mas o seu cume pertence à Alemanha.

A subida é feita apanhando um comboio com mais de 80 anos de história a partir de Garmisch-Partenkirchen, Grainau. Em Eibsee podemos seguir viagem noutro comboio ou apanhar o teleférico para ir mais rápido.

Nós optamos por subir de comboio e depois ir ao topo de teleférico e descer do topo num outro teleférico que nos levou até ao lago Eibsee e daí apanhamos novamente o comboio até Garmisch-Partenkirchen.

O bilhete família combinado ficou em 55€ por adulto e 27,50€ criança.

Como fizemos a viagem de comboio regional (ida-volta), a partir de Munique, acresceu também o valor de 38€ (preço família).

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