segunda-feira, 21 de março de 2022

Primavera poética

Monchique, Portugal

"Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela."
Poemas escolhidos, Alberto Caeiro
(Dia Mundial da Poesia e da Árvore)

sexta-feira, 18 de março de 2022

"A menina com os olhos ocupados"


A Menina Com os Olhos Ocupados de André Carrilho podia ser um livro do meu filho, mas não. Foi-me oferecido pelo meu irmão mais novo em 2020, que já me conhece bem e sabia que só um livro conseguiria acordar-me para o que ele andava a dizer-me e eu nem lhe ligava. 

Com ilustrações fabulosas e uma história de alerta, André Carrilho conta-nos os dias desta menina que estava sempre com os olhos colados a um ecrã.

Estavam tão ocupados que não via a magia da vida a passar por ela. E os dias e as noites sucediam-se uns atrás dos outros e a menina "nem vê os cometas, estrelas ou planetas que passam depressa pela janela."

Até ao dia em que sentada na montanha-russa, de olhos ocupados, "uma curva mais apertada ATIRA o telefone para a calçada!"

A menina fica triste, desconsolada e sem nada na mão. Mas será que está só?

Ao olhar à volta, de "olhos libertos", a menina encontrou amigos para conhecer. Pois "É bom ter os olhos desocupados!
É bom ver mais longe, pra todos os lados!"

Um livro com uma excelente lição, que reli para a iniciativa #marçoilustrado de @na.cama.com.os.livros e da @silveria.miranda

André Carrilho ganhou o ano passado o Prémio Nacional de Ilustração com este livro.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Livros da minha biblioteca para a Semana da Leitura


Até 11 de março celebra-se a Semana da Leitura e a convite do Plano Nacional de Leitura gostaria de vos falar de alguns livros da minha biblioteca.

Optei por vos falar de livros que li entre a minha adolescência e juventude, porque foi a época mais voraz e saciante. 

Os livros fazem parte de mim. É neles que encontro as respostas às minhas inquietações e o meu escape para a sanidade.

Um livro que marcou a minha adolescência foi A Lua de Joana de Maria Teresa Maia Gonzalez. Esta foi uma história forte para a altura e a sua personagem acompanhou os meus pensamentos por muitos anos.

Outros dois livros que também recordo constantemente são O Mundo de Sofia de Jostein Gaarder e o Memorial do Convento de José Saramago. O primeiro por toda a questão filosófica que nos faz pensar e a colocar muitos porquês. Foi sem dúvida dos livros mais fascinantes que li aos 13 anos. Já o universo mágico e místico dos personagens do Memorial fizeram com que até aos dias de hoje eu jamais esquecesse a história de Baltasar e Blimunda, a passarola, os frascos das vontades. 

Depois na ânsia de tentar perceber o porquê do Holocausto, lia tudo o que encontrava. Foi assim que descobri Sem Destino de Imre Kertész, um livro que podia ser igual a tantos outros, mas não. O autor quis mostrar o lado bonito dos Campos, mas nas suas palavras suaves está toda a dor. 

Destaco ainda Cisnes Selvagens de Jung Chang. Uma história poderosa passada na China e que relata a vida de três mulheres: avó, mãe e filha. Este romance fascinante revelou-se para mim um importante documento histórico. E porque não lê-lo para celebrar a efeméride do Dia da Mulher?  

Termino com O Principezinho de Saint-Exupéry, que li em adulta e que considero que devia ser lido em várias fases da nossa vida, para recordarmos sempre o quanto "o essencial é invisível aos nossos olhos".

Ah! E Espreita a Geografia de Portugal foi o livro que o pequerrucho cá de casa quis partilhar para juntar ao seu preferido: Espreita o Atlas. Já não fazemos viagem alguma sem ele espreitar primeiro o destino a ir.

Pinturas populares (últimos 30 dias)